CCJ aprova maior controle sobre ferros-velhos



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (26), projeto que disciplina a atividade dos ferros-velhos para aumentar o controle sobre a comercialização de partes de veículos. O objetivo é dificultar a compra e venda de peças e outros componentes provenientes de roubos.

A matéria foi aprovada na forma de parecer sobre quatro das onze emendas oferecidas pela Câmara dos Deputados a projeto de lei do Senado (PLS 372/05), de autoria do senador Romeu Tuma (PTB-SP), que disciplina o funcionamento das atividades de desmontagem de veículos. Agora segue para o Plenário, de onde vai à sanção presidencial, se for confirmada a sua aprovação.

O parecer sobre as emendas da Câmara ao PLS 372/05 foi apresentado pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). Uma delas permite que o ferro-velho seja explorado na forma de empresa de propriedade individual. Pelo texto que saiu do Senado, a atividade só poderia ser realizada por "sociedade empresária".

Outra emenda aprovada restringe a licença para essa atividade a empresa que se dedique exclusivamente ao serviço de desmontagem de veículos. Valadares também considerou positiva a alteração feita para esclarecer que a gravação do número de identificação no chassi e no monobloco será responsabilidade do fabricante do veículo, enquanto a aposição desse número nas demais peças obtidas no desmanche poderá ser feita por empresa credenciada junto aos órgãos de trânsito.

O relator defendeu ainda emenda que torna obrigatória a comunicação de qualquer mudança societária na empresa de desmanche tanto ao órgão de trânsito quanto às unidades da polícia civil responsáveis pela repressão ao furto e a ao roubo de veículos. Deverão ser comunicadas mudanças de propriedade ou dos sócios; de endereço e número de oficinas; e no quadro de empregados.

Além de sugerir regras mais duras para as atividades legais de desmontagem, o PLS 372/05 busca dificultar o desmanche ilícito. Entre as formas de controle, o projeto prevê que a atividade dependerá de autorização específica do órgão executivo de trânsito de cada estado. Para coibir a comercialização de peças roubadas, estabelece a identificação das partes e dos componentes principais dos veículos, conforme regras do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Um banco de dados deverá permitir o acompanhamento das peças e dos veículos desmontados.

Valadares avaliou o projeto de Tuma como "da maior utilidade". Já o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) comentou que hoje, no país, encomenda-se o roubo de carro em ferros-velhos em função da peça de interesse do cliente.

Simone Franco e Gorette Brandão / Agência Senado



26/05/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Decisão sobre emendas da Câmara a projeto que disciplina ferros-velhos

TCU defende maior controle sobre os cartões corporativos

CCJ analisa maior controle sobre agências reguladoras

Eduardo elogia maior controle do BC sobre correntistas

JUCÁ PROPÕEM MAIOR CONTROLE SOBRE PROPAGANDA

CAE vota maior controle sobre fundos constitucionais