Cecilia fala da Lagoa dos Patos em conferência no Japão
A deputada Cecilia Hypolito (PT) viaja neste sábado a Shiga, no Japão, para falar sobre a realidade da Lagoa dos Patos, durante a 9a. Conferência Internacional de Conservação e Manutenção de Lagos. O evento, promovido pela Assembléia Legislativa de Shiga, reunirá parlamentares, ambientalistas, organizações não-governamentais e técnicos ligados à área de meio ambiente de todo o mundo.
A parlamentar é a única representante do país a participar do painel sobre a manutenção de lagos. Além da Lagoa dos Patos, será abordada a situação dos lagos de Michigan (Estados Unidos), Dongting (China) e Ibaragi (Japão). “A conferência será uma oportunidade importante para discutir temas como a legislação ambiental, especialmente sobre mananciais hídricos, a relação preservação-geração de emprego e renda e o desenvolvimento sustentável”, afirma.
Cecilia irá destacar que a lagoa é uma das maiores do mundo, com 265 quilômetros de extensão e 40 de largura, que vivem em suas margens milhares de pessoas em cidades e vilarejos, e que suas águas servem ao turismo, lazer, abastecimento público das populações e de setores produtivos, à pesca, orizicultura e navegação. “Temos um patrimônio riquíssimo em nossa região formado também por outras duas lagoas. Esse manancial hídrico tem valor incalculável para o nosso desenvolvimento e, por isso, exige cada vez mais nossa atenção à sua preservação”, afirma Cecilia.
Segundo ela, a poluição maior hoje ocorre pela destinação de coliformes fecais e agrotóxicos das lavouras de arroz irrigado.
Para tentar garantir a preservação na região, em 1997, Cecilia apresentou projeto na Assembléia Legislativa para criar uma área de proteção ambiental (APA). Há um mês, o governo do Estado assinou um protocolo de intenções com as prefeituras das cidades banhadas pela lagoa para implementar a APA. “É um marco na história da luta em defesa do ambiente no Estado”, comemora a parlamentar. A APA impõe exigências para investimentos públicos em saneamento, critérios para instalação de indústrias e de outras atividades potencialmente poluentes, e limites legais em diversos setores no sentido de preservar o ambiente.
A preocupação se justifica. Vivem apenas da pesca artesanal 7,8 mil pescadores – que representam 63,9% do total de trabalhadores da área no Rio Grande do Sul. Mas o comprometimento da qualidade das águas tem prejudicado a pesca nos últimos 30 anos. Na década de 70, chegaram a ser capturadas 40 mil toneladas de pescado no estuário. Atualmente, não passam de 10 mil toneladas, em média. “Vamos ao Japão com a responsabilidade de levar a realidade da nossa região, trocar experiências e buscar parcerias e recursos para projetos de nosso interesse”, antecipa Cecilia, que é uma das criadoras do Movimento Lagoa Limpa, formado também por ambientalistas, técnicos e estudiosos.
11/08/2001
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