César Borges pede que Estatuto do Desarmamento não seja desfigurado



Em pronunciamento nesta quinta-feira (18), o senador César Borges (PFL-BA) pediu que o PT e os partidos aliados -façam prevalecer sua maioria na Câmara dos Deputados e mostrem vontade de aprovar o Estatuto do Desarmamento- da maneira como foi acordado no Senado. Para ele, é papel da base de sustentação -corresponder aos compromissos assumidos-, uma vez que o governo participou todo o tempo dos entendimentos mantidos para a elaboração do projeto.

Aprovado por unanimidade no Senado, o estatuto foi bastante modificado na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. O senador disse que ainda há tempo para que o texto volte a ficar parecido com o que foi aprovado no Senado, uma vez que a matéria ainda será votada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJR) e pelo Plenário daquela Casa.

Na CCJR, o relator da matéria é o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que também foi o relator da Comissão Mista Especial do Congresso que deu a forma final ao estatuto. O deputado, segundo o senador, -se mantém fiel aos princípios que foram debatidos na comissão mista-.

César Borges lembrou que, no Senado, nenhum senador estabeleceu -posições radicais e inflexíveis-, tendo todos cedido em suas convicções. Ele elogiou o presidente José Sarney que, ao criar a comissão mista, teve -influência decisiva para que o Estatuto do Desarmamento ganhasse a força que tomou-.

O representante baiano contestou o lobby dos armamentos, que alega que o estatuto nada faz contra as armas ilegais. Para o senador, ocorreu justamente o contrário: o estatuto aumentou a penas para o porte ilegal de armas, hoje considerado como -infração de menor potencial ofensivo-, e tornou o flagrante inafiançável e insusceptível de liberdade provisória.

O parlamentar afirmou que 45 mil pessoas morrem anualmente no Brasil em decorrência de crimes praticados com armas de fogo, o maior índice de assassinatos entre todos as nações do globo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Cultura, Saúde e Educação (Unesco). E citou pesquisa segundo a qual 63,6% dos brasileiros querem o desarmamento.

Em aparte, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) afirmou que 50 mil pessoas compareceram a evento no Rio de Janeiro a favor do desarmamento. Já o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que César Borges, quando relatou o projeto, -condensou de maneira objetiva todas as opiniões sensatas-. Por sua vez, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que -o trabalho não pode ser desmoronado como foi na Câmara dos Deputados-.



18/09/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


César Borges diz que Estatuto do Desarmamento corre perigo

Desarmamento: César Borges reconhece avanços sugeridos pela Câmara

Estatuto do Desarmamento: Borges e Renan discutem forma de apressar tramitação

César Borges quer que contagem de pontos na carteira de motorista seja anual

César Borges apresenta relatório favorável ao Estatuto da Igualdade Racial

César Borges pede correção da lei proveniente da MP das Hidrelétricas