César Borges: Waldir Pires não cumpre seu papel e faz perseguição política



O ministro chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, falhou na investigação das atividades ilegais de Waldomiro Diniz, mas persegue prefeitos de partidos de oposição, com ênfase naqueles que administram cidades baianas. Foi o que afirmou nesta quarta-feira (17) o senador César Borges (PFL-BA).

Citando declarações do ministro aos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, César Borges alertou para a imprudência e a falta de transparência com que Waldir Pires viria tratando o caso do ex-assessor parlamentar da Casa Civil da Presidência da República Waldomiro Diniz. "Levar a Nação a um tumulto de ação política por causa de um funcionário corrupto? Em um país habituado ao "rouba mas faz" e a oligarquias que produziram todo tipo de coisa? Isto não é possível", afirmou controlador, conforme o que foi publicado no último sábado (13).

- Querendo ser levado a sério, este senhor produziu uma piada como a do velho [cronista] Stanislaw Ponte Preta - disse o senador baiano, referindo-se ao velho bordão "ou restaura-se a moralidade, ou nos locupletamos todos".

Para César Borges, em outra declaração grave, Waldir Pires disse que "um assessor praticar atos de corrupção é uma coisa assim que, infelizmente, acontece generalizadamente". Por causa dessa postura, o controlador não teria agido mais cedo e iniciado investigação sobre a atuação de Diniz. "E Cristo, que conviveu com Judas tantos anos? Ele tinha que saber antecipadamente?" alegou Waldir Pires em defesa do ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, que teria sido traído por seu ex-assessor.

César Borges procurou demonstrar que o controlador usa a máquina do governo para prejudicar adversários políticos no estado da Bahia, pelo qual não conseguiu se eleger senador. Um exemplo seria o teor das "notícias" publicadas no site da Controladoria na Internet, em sua maioria falando de irregularidades atribuídas a prefeituras baianas. Conforme o senador do PFL, o próprio Tribunal de Contas da União (TCU) teria advertido Waldir Pires de que o órgão que dirige não estaria dando aos acusados o direito de defesa.

César Borges foi aparteado pelos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC). Eles consideram que Waldir Pires vem cumprindo bem o seu papel e que as críticas do parlamentara baiano seriam derivadas de disputa política estadual.



17/03/2004

Agência Senado


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