Ciro abre fogo contra Serra na internet








Ciro abre fogo contra Serra na internet
As novas pesquisas Ibope e Vox Populi, divulgadas na terça-feira, dão um novo rumo às campanhas presidenciais de José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS). Pelo menos na intemet. Enquanto o tucano comemora sua ascensão nas intenções de voto, o candidato da Frente Trabalhista abre fogo contra o adversário.

Até agora, era o inverso: o candidato do PPS publicava em seu site "sentir o cheiro da vitória", ao mesmo tempo em que o tucano criticava a incoerência de Ciro.

O principal destaque da página de Serra afirma que ele "já está em segundo lugar na pesquisa Ibope". De acordo com o instituto, o tucano subiu seis pontos, chegando a 17%, enquanto Ciro caiu de 26% para 21, o que configura um empate técnico. "Serra dispara no gosto do eleitor com seu projeto para criar oito milhões de empregos", diz o site.

Ciro, por sua vez, dá início a uma série de ataques intitulada "incoerência: a distante diferença entre a promessa e a prática".

Sem citar Serra nominalmente, diz que "candidato que promete gerar milhões de empregos demitiu e causou dengue". "Tem candidato que chega na televisão e promete criar oito milhões de empregos. No entanto, é importante checar a coerência destas promessas. É preciso olhar o passado do candidato.”


Reviravolta nas pesquisas muda o clima entre os presidenciáveis
As pesquisas viraram inteiramente o panorama a 38 dias das eleições. A campanha de Ciro Gomes (PPS), que viu desabar a diferença que mantinha sobre José Serra, muda a partir de hoje, mas o comitê de campanha não decidiu ainda que rumo irá tomar.

Para o coordenador Walfrido Mares Guia, uma coisa é certa: Ciro não irá mais aparecer sozinho no seu programa, passando a dividir espaço com políticos, artistas e intelectuais. "Todo mundo de peso que apóia o Ciro vai aparecer no programa porque do jeito que está fica parecendo que ele é candidato solo", disse em Brasília o deputado do PTB mineiro. A primeira novidade deverá ser a aparição de Patrícia Pillar, mulher do candidato e tida como responsável por boa parte das adesões ao longo dos últimos meses.

ARROGÂNCIA - No terreno adversário, o marqueteiro Nizan Guanaes, que dirige o programa de Serra, garante que nada vai mudar, recomendando moderação à militância: "Quando estávamos muito atrás, no início do horário eleitoral, existia o 'já perdeu', que não era verdade. E agora também não pode existir o 'já ganhou'. Não vamos falar do segundo turno porque seria
uma arrogância desmedida.”

Nizan disse que faz marketing político porque acredita: “Sou tucano, acredito no caminho que é dado a esse País. Isso me afasta das minhas empresas. Marketing político não é coisa que adoro. Prefiro fazer publicidade. Mas acho que é hora de defender o país, de falar de um país que melhorou, que cresceu . Faço isso com paixão.”


José Dirceu não acredita em vitória de Lula no 1º turno
O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, disse que o partido não está trabalhando com a possibilidade de Lula vencer as eleições presidenciais já no primeiro turno.

Embora essa hipótese seja negada, o marketing da campanha já sofreu algumas modificações. O jingle usado nesta quinta-feira durante um encontro de apoio ao Partido dos Trabalhadores com intelectuais e artistas no Rio de janeiro foi substituído por aquele que seria utilizado no segundo turno.


FHC vai perder o emprego dia 31 de dezembro. E agora?
Assirn que entregar o cargo de presidente do Brasil, no dia 31 de dezembro, FHC será mais um desempregado no país. Mas a situação é passageira. Logo o já ex-presidente embarcará para Paris, onde ficará três meses atendendo aos inúmeros convites para dar palestras.

Fernando Henrique também estada propostas de lecionar na posição de professor visitante em universidades prestigiadas como a London School of Economics, a Universidade de Florença e a de Salamanca, na Espanha. Nas palestras, pretende desenvolver, para os meios acadêmico e político internacional, os discursos que tem feito em suas últimas viagens defendendo uma nova ordem financeira mundial e maior ação dos governos sobre os fluxos financeiros descontrolados.

E mesmo como professor, não perderá a condição de presidente. Claro que não da República, mas desde maio está sendo convidado para presidir o Clube de Madri, uma instituição informal, criada após a Conferência sobre Transição e Consolidação Democráticas, no início do ano, na capital espanhola. Reunindo ex-chefes de Estado, como o ex-presidente de Portugal, Cavaco Silva, e a ex-primeira ministra do Canadá, Kim Campbell, o Clube de Madri defende e reforça princípios democráticos no mundo e recebe apoio da Fundação para Relações Internacionais e o Diálogo Exterior, baseada em Madri.


Ciro entra com ação contra Lula
O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes, entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o recurso apresentado ontem, Lula apareceu na propaganda eleitoral do Ceará, destinada aos governadores, pedindo votos para o candidato petista José Airton, contrariando a lei eleitoral, em que presidenciáveis só podem aparecer na televisão durante o horário reservado a eles.

No documento, Ciro pede que o candidato ao governo cearense perca o tempo correspondente à propaganda irregular. A advogada Janaina Péres Pena, que assinou a representação, disse que o TRE pode requisitar as planilhas das inserções destinadas ao candidato naquele Estado para saber quantas foram ao ar.


Medida Provisória da minirreforma será publicada hoje
O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Pedro Parente, informou que o presidente Fernando Henrique Cardoso iria assinar ainda ontem a MP (Medida Provisória) que acaba com a cumulatividade do PIS na cadeia produtiva. No entanto, até às 22h, FHC não assinou o documento. No entanto, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que a MP será publicada hoje no Diário Oficial.

Pedro Parente deu esta informação ao chegar à sede da Federação do Comércio de Brasília, onde participou de reunião do Movimento pela Qualidade e Produtividade, que é presidido pelo diretor-presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

Apoio
Depois da comunidade peruana da capital, o candidato pelo PT a deputado estadual Raul Pont recebe hoje, durante jantar, o apoio de professores das redes federal, estadual e municipal.

Artesanato
O prefeito da capital João Verle abre às 15h 30min de hoje, na Usina do Gasômetro, a 12ª Feira Latino-Americana de Artesanato, um dos maiores eventos do país na área.

Proteção dos animais
Em roteiro pelo interior, o deputado estadual do PTB Manoel Maria tem sido parabenizado pelo projeto que cria o Código Estadual de Proteção aos Animais. Ele luta pela proibição de animais em circos em todo o Estado.

Semana da Pátria
A Assembléia abre oficialmente no domingo, às 8h30, as atividades da Semana da Pátria. O fogo simbólico será aceso pelo presidente Sérgio Zambiasi, no Vestíbulo Nobre do Legislativo. Na quarta-feira, o plenário da Assembléia realizará sessão solene em homenagem à data, às 14h.

Alca
O vereador do PcdoB da capital Raul Carrion criticou a proposta de criação da Alca e convocou a população para o plebiscito, que será realizado de 1º a 7 de setembro, para “dizer não a recolonização da América pelos Estados Unidos”.

Saudades
Em visita ao Balneário Pinhal, ontem, o vice de Britto, Germano Bonow, ouviu do pref eito Vilmar Furini (PMDB) queixas sobre promessas não cumpridas pela Secretaria da Saúde. “O Rio Grande tem saudades do Bonow na Secretaria”, disse Furini.


Editorial

DUAS BOMBAS DE BRINDE

O próximo presidente precisa estar bem preparado. Pois vai receber de lambuja, junto com a vitória eleitoral, dois brindes que qualquer um dispensaria. O déficit da Previdência, que está em R$ 61,5 bilhões e cresce em torno de 21% a cada ano, e a dívida pública, que até faz parecer pequeninho o número anterior: está em R$ 819,4 bilhões. Os dois problemas são, igualmente, independente do seu tamanho, de difícil solução. De 1995 a 2001, o déficit da Previdência Social, passou de R$ 19,6 bilhões para R$ 61,5 bilhões, num aumento de 213,8% em seis anos. Neste montante estão incluídos os resultados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a previdência dos servidores públicos.

Se o ritmo atual for mantido, o próximo presidente corre o risco de chegar ao fim do mandato com um déficit previdenciário de nada menos que R$ 130 bilhões. Obviamente, isso tornaria praticamente inviável qualquer programa de governo.
Só mesmo com uma arrecadação acima do normal seria possível administrar esse rombo de maneira relativamente tranqüila. A arrecadação tributária do ano passado foi de R$ 196,8 bilhões - um recorde.

Atualmente, dos cerca de 20 milhões de beneficiários do INSS, apenas 6 milhões contribuíram para ter direito ao beneficio da aposentadoria. A maior parte - 14 milhões adquiriu o direito de receber aposentadoria sem nunca ter depositado um tostão.
Ao longo dos anos, para cobrir a Previdência, governo teve de reduzir os recursos destinado manutenção dos serviços públicos e à melhoria e expansão da infra-estrutura. Além disso, foi achatando as aposentadorias.

O outro pepino que aguarda pelo futuro governo é a dívida pública. O endividamento do setor público bateu recorde pelo terceiro mês consecutivo, segundo dados do Banco Central. Pelos números fechados em julho, as dívidas de União, Estados, municípios e estatais, somadas, representam 61,9% do PIB (Produto Interno Bruto).

É o nível mais elevado desde 1991. Em maio, a relação entre dívida e PIB estava em 55,7%, que já era o patamar mais elevado desde 1991. Em junho, chegou a 57,9%. Nos últimos meses, a alta do dólar fez com que o endividamento continuasse a crescer. Em julho deste ano, a dívida líquida do setor público cresceu R$ 69,1 bilhões e chegou a R$ 819,4 bilhões.

Esse aumento foi causado, em grande parte, pela valorização de 20,54% do dólar.
Em janeiro de 1995, no início do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, a dívida líquida do setor público representava 30% do PIB.

Os candidatos à Presidência ainda não apresentaram propostas concretas para desatar esses nós. Devem estar rezando.


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08/30/2002


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