Ciro fará campanha em 400 cidades








Ciro fará campanha em 400 cidades
Somente esta semana, candidato da Frente Trabalhista tem compromissos em oito Estados

SOBRAL - A partir de agora, quase toda a campanha do candidato da Frente Trabalhista à presidência da República, Ciro Gomes, será nas ruas, com comícios e caminhadas. Sempre que possível, em companhia da atriz e namorada, Patrícia Pillar. A meta é visitar cinco cidades por dia. Ciro acredita que até o primeiro turno da eleição, em 6 de outubro, conseguirá pedir votos pessoalmente em cerca de 400 localidades brasileiras.

O candidato diz que dará o mesmo tipo de atenção a todos os Estados. O roteiro das viagens está sendo preparado por sua assessoria. "O que eu sei é que vou andar, andar, falar com as pessoas e fazer comícios", diz o candidato. Esta semana, ele tem compromissos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Pernambuco e Ceará.

O candidato terá um jatinho, alugado pela Frente Trabalhista, à disposição. Pode ainda aceitar a carona de amigos e eleitores que apóiam seu programa de governo, como o ex-piloto de Fórmula 1 e empresário Nelson Piquet. Cirorecebeu Piquet na casa de sua mãe, dona Maria José. Ao final da conversa, já na presença de jornalistas, o ex-piloto colocou seu avião à disposição do candidato.

Na largada da campanha de rua, no sábado, saindo do principal ponto de encontro de Sobral, o Becco do Cotovelo, Ciro Gomes marcou pontos: ele se comportou com naturalidade e nem de longe lembrou o estilo brigão, de saco roxo, do ex-presidente Fernando Collor.

SESSENTA MIL - No seu primeiro comício, Ciro Gomes, apresentou as cinco principais metas de seu programa de governo. Cerca de 60 mil pessoas estiveram no comício, segundo a avaliação da Polícia Militar. A primeira será retomar o desenvolvimento do País e criar novos empregos. Ciro e seu vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, deixaram claro que será essa a principaln bandeira da campanha. O candidato também se comprometeu a melhorar a política de educação, saúde e de distribuição de renda. Disse ainda que enfrentará o desafio de alcançar "uma previdência digna" para 13 milhões de aposentados. Mas não disse como vai superar as dificuldades econômicas do País para atingir esses objetivos.

Ciro Gomes repetiu algumas das medidas que pretende adotar na área econômica. São as mesmas que, agora, no processo eleitoral, têm ajudado a aumentar a insegurança no mercado financeiro do País. Se for eleito, prometeu que "os agiotas internacionais" não opinarão sobre as taxas de juros e o controle da inflação.

A estrela do comício foi sua namorada, a atriz Patrícia Pillar. Ela deu vários autógrafos, foi muito aplaudida e parecia feliz, dançando ao som da banda Asa de Águia. Ciro dançou e acompanhou o músico Durval Lélis na música que diz eu sou Adão e você será minha pequena Eva.

Ciro Gomes disse que se aliou a Fernando Henrique, na primeira eleição, porque acreditava que ele seria "a grande mudança que o Brasil precisa". "Mas hoje, vejo que há 11 milhões de brasileiros sadios para trabalhar, batendo inutilmente de porta em porta", criticou. O candidato enfocou o desemprego como o maior prejuízo causado pelo não crescimento econômico do País. Segundo ele, há no Brasil 33 milhões de pessoas passando fome, por falta de trabalho.


Campanha governista custará R$ 13 mi
Serão R$ 7 milhões de Jarbas e R$ 6 milhões de Guerra e Maciel, contra R$ 3,3 milhões do PT

Os principais candidatos majoritários do Estado devem gastar juntos, neste ano, em suas campanhas cerca de R$ 20 milhões. O valor foi estimado pelos partidos de cada candidato nas fichas de registro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O maior investimento será feito pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que irá disputar a reeleição pela coligação União por Pernambuco (PMDB/PFL/ PSDB/PPB). O custo previsto de sua campanha é de R$ 7 milhões. Para disputar o Senado cada candidato da aliança governista, Sérgio Guerra (PSDB) e Marco Maciel (PFL), espera gastar R$ 3 milhões.

Os valores estipulados pelos candidatos são indicados na Autorização de Registro de Candidatura (ARC). Na ficha, além dos valores previstos para os gastos de campanha, também consta todas as informações pessoais dos candidatos, numeração de documentos e endereço residencial. Apesar de ser uma exigência da legislação eleitoral, muitos partidos ainda não indicaram os recursos previstos para campanha dos seus candidatos.

O candidato daFrente de Esquerda (PT/PCdoB/PCB/PL/PMN/PST), Humberto Costa, deverá investir R$ 2,5 milhões em sua campanha. A previsão da Frente Trabalhista (PDT/PTB/PSL) é a mesma. A direção do PSB não informou o valor que deverá ser gasto como o seu candidato, o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Humberto Barradas (PSB). Segundo a diretora da Secretaria Judiciária do TRE, Cleide Soryano, a direção dos partidos ainda terão um prazo para comunicar os valores. "Iremos fazer um levantamento das inscrições para verificar os itens que estão faltando de cada candidato.

Muitos também não apresentaram documentação. Somente depois desse trabalho é que podemos apresentar um resultado mais detalhado".

O resultado do levantamento - segundo Cleide - sará encaminhado para um juiz relator eleitoral. A partir daí, ele irá verificar as informações fornecidas pela Secretaria Judiciária e intimar os partidos para cumprir as exigências. "Eles terão um prazo para fazer isso, provavelmente 72 horas", ressaltou.

A União por Pernambucoé também a coligação que irá investir mais alto nas candidaturas proporcionais. Os três maiores partidos da aliança (PMDB/PFL/PSDB) estimaram R$ 800 mil para cada deputado federal e R$ 400 mil para cada estadual. O PTB, que integra a Frente Trabalhista, estipulou R$ 500 mil para federal e R$ 200 mil para estadual. O PT indicou valores variados para os seus candidatos proporcionais.

Já na campanha nacional o investimento total será de R$ 156 milhões. A previsão foi feita pelos quatro candidatos a presidente da República: Luiz Inácio Lula da Silva (PT); José Serra (PSDB); Ciro Gomes (PPS); e Anthony Garotinho (PSB).


Arraes associa Lula à crise argentina
Ex-governador insinua que concessões econômicas do PT podem levar País "ao despenhadeiro"

Ao discursar no Marco Zero, durante a passagem do presidenciável Anthony Garotinho pelo Recife, no sábado, o ex-governador Miguel Arraes (PSB) não só mostrou-se completamente engajado nessa candidatura como fez críticas indiretas ao PT e às concessões feitas pelo partido ultimamente. Arraes não falou explicitamente em Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou que a oposição está enfrentando forças poderosas, que têm em mãos a mídia e são comprometidas com o sistema financeiro, "e ainda tem gente que se ilude e faz concessões, que por pequenas que sejam levaram países ao despenhadeiro, como a Argentina".

Arraes enfatizou que "no panelaço (protestos populares contra a recessão e os políticos) da Argentina não havia ninguém para falar pelo povo, porque os políticos que deveriam estar do seu lado fizeram essas concessões". Em seguida, ele disse: "Não vamos radicalizar posição nenhuma, mas não vamos fazer concessões que nos levem à ruína, sabendo de toda essa crise, do endividamento do País, que compromete 60% dasreceitas e leva ao desamparo tanta gente".

Garotinho, como sempre falando simples para o povo entender, afirmou que o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) só governou olhando para os banqueiros e esqueceu o po*vo. Mais uma vez, falou com emoção sobre uma senhora que naquela dia lhe disse que estava vivendo de pão e meia xícara de café.

"Eu sei que há outros que nem isso têm", desta cou o candidato do PSB. Com total domínio do público, ele estimulou todos a ter coragem para mudar e não ser mais humilhado. Garotinho acentuou que 6 milhões de famílias não têm casa para morar no Brasil. E prometeu criar um ministério da habitação e construir 2 milhões de casas por ano, se for eleito presidente. Garotinho reconheceu que a sua eleição é muito difícil e citou a metáfora bíblica de Davi e Golias, dizendo que agora "Deus escolheu um Garotinho para enfrentar um gigante".

No final, ele enfatizou, citando um salmo: "Que venha o sistema financeiro, a mídia e todo o seu poder, essa gente e tudo o que eles têm.Nós temos fé e crença no Brasil para ganhar a eleição. Esperei com paciência o senhor e ele se virou para mim e ouviu o meu clamor. Que salmo é esse? É o 40. É o salmo da esperança. O povo brasileiro está esperando e a hora mudar é agora".


Receita libera consulta a partir de 12h
A partir do meio-dia de hoje, a Receita Federal vai liberar para consulta o segundo lote de restituições do Imposto de Renda deste ano. As informações estarão disponíveis pela internet (www.receita. fazenda.gov.br) e pelo Receitafone (0300-780300), ao custo de R$ 0,27 o minuto da ligação de telefone convencional e R$ 0,50 do celular. Em Pernambuco, 28.106 contribuintes estão na lista.

O dinheiro da restituição será depositado na conta corrente do contribuinte no dia 15. A média de restituição do segundo lote do IR é de R$ 988,00. Com este lote, a Receita Federal contabiliza 55.879 restituições efetivadas. Isso corresponde a 38% do total estimado no Estado. O valor será corrigido em 3,74% (variação da taxa Selic nos meses de maio e junho, mais 1% referente ao mês de julho). Depois de creditado na conta, o dinheiro não sofre mais correção.

Para tentar evitar fraudes, a Receita estipulou que nenhuma restituição pode ser sacada diretamente na boca do caixa. Por isso, o crédito é feito diretamente na conta corrente ou poupança do próprio contribuinte.

As pessoas que não indicaram na sua declaração do IR o número da conta corrente ou poupança e agência bancária terão de ir ao Banco do Brasil ou telefonar para o BBAtende (0800-785678) e pedir a transferência do dinheiro para a instituição da qual seja correntista. A transferência é concluída no dia seguinte à solicitação. Essa operação é gratuita. E do valor da restituição também não pode ser cobrada a CPMF.


Telefônicas sofrem com fraudes
Estimativas indicam que prejuízos no segmento de roaming chegam a US$ 235 mi

Com o crescimento do número de telefones celulares no Mundo, aumenta também o prejuízo das operadoras com fraudes. O assunto ainda é tabu, sendo que nenhuma operadora abre seus números. A Communications Fraud Control Association, sediada nos Estados Unidos, arrisca um palpite e diz que as fraudes em telefonia fixa e móvel chegam a corroer entre 3% e 5% do faturamento bruto anual de seus associados. A GSM Association, entidade que reúne as operadoras móveis da Europa, estima que o prejuízo anual, apenas no segmento de roaming, chegue a US$ 235 milhões.

No Brasil, infelizmente, nenhum número é divulgado. A Associação Nacional dos Prestadores de Serviço Móvel Celular (Acel) não fala sobre o assunto. No quesito roaming - a fraude mais comum ocorre quando um aparelho em roaming é clonado - eles ainda passam a bola para o Comitê Nacional de Gestão de Roaming, órgão que recebe e simplesmente entrega as chamadas realizadas fora da área de cobertura das operadoras. O Comitê, por sua vez, diz que as fraudes são um problema das empresas.

"As fraudes existem e ganham maior e menor intensidade em determinados períodos do ano, mas em geral os níveis são toleráveis, não alcançando 1% da receita das operadoras", afirma o gerente anti-fraude do Comitê, Érico Corte. Enquanto as empresas evitam tocar no assunto, armam-se com softwares poderosos desenvolvidos especialmente para detectar fraudes. Um deles é o Fraud Centurion, que bloqueia a chamada quando detecta duplicidade de registro.

Sabe-se da existência de pelo menos 200 variantes de fraudes. As mais comuns são as fraudes internas, as de assinatura, em roaming, clonagem de cartão pré-pago e do próprio celular. Dessas, a que atinge diretamente o bolso do consumidor é a clonagem do celular, porque nem sempre ele tem como provar que não realizou aquelas ligações.

A do cartão pré-pago também. Há casos em que cartões comprados lacrados em bancas de jornais já aparecem como utilizados no sistema das operadoras. Nas demais, quem sai perdendo é a empresa.

A cada dia surgem novos tipos de fraudes. Até o SIM Card, dispositivo utilizado na tecnologia GSM (Global System Mobile), já está sendo pirateado em algumas partes do Mundo. A Oi, operadora móvel da Telemar que estreou recentemente no mercado, nega que o sistema GSM suporte fraudes. "O celular GSM é o único no mundo que não pode ser clonado. Usamos versões muito avançadas do SIM Card que inibem qualquer tentativa de fraude", atesta o diretor de Marketing da Oi, Alberto Blanco.

O SIM Card é o chip que armazena todas as informações do cliente. Realmente, a clonagem como é conhecida por nós não é possível de ser feita numa rede GSM, 100% digital. Mas há notícias de gangues especializadas em clonagem de SIM Cards ainda na fábrica, segundo informações do mercado. Eles são fabricados com o mesmo número de registro e pirateados para outros países. Cada chip adulterado é vendido com preço entre US$ 200 e US$ 300.

PROTEÇÃO - Alguns especialistas do setor afirmam que a indústria de telecomunicaçõesdeve aprender a se proteger para poder sobreviver. A fraude de roaming, ainda segundo a Communications Fraud Control Association, chega a significar 0,3% da receita gerada pelo tempo de uso do canal. Nesse ponto, a TIM Nordeste, que também preferiu não se pronunciar sobre o assunto, está mais vulnerável a clonagens porque a sua rede ainda possui muitos canais analógicos.

Segundo a gerente de Relações Públicas da BCP Telecomunicações, Patrícia Loyola, apesar da BCP ser uma operadora 100% digital, é obrigada por lei a oferecer alguns canais analógicos por causa do roaming. "Quando um usuário CDMA chega à área 10 (de Alagoas ao Piauí), tem de usar o canal analógico para falar na nossa rede TDMA", lamenta. No Brasil, operam com a tecnologia CDMA a Telefônica Celular (Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo), a Telesp Celular, em São Paulo e a Global Telecom, no Paraná e em Santa Catarina.


Dificuldade em escolher investimento
SÃO PAULO - O quadro de incerteza crescente tornou espinhosa a tarefa de escolher um abrigo para o dinheiro que irá garantir a aposentadoria, a faculdade dos filhos ou a compra da casa própria. Até para quem é do ramo. "Está cada vez mais difícil aconselhar o investidor, pois há dois tipos de risco: da oscilação dos preços dos ativos e o risco de crédito - de calote na dívida pública", diz Mauro Halfeld, consultor e professor de economia da Universidade Federal do Paraná.

A maioria dos analistas diz não acreditar num calote, mas afirma que o temor existe entre os investidores. "Se isso ocorrer, todas as aplicações serão atingidas", diz Halfeld. Isso porque 80% da poupança do País está aplicada em títulos públicos e apenas 20% em títulos privados (ações e CDBs, por exemplo).

Mesmo a parcela aplicada em papéis privados acabaria atingida. O banco que emite um CDB compra títulos públicos com o dinheiro que capta do cliente. Se houver calote, terá dificuldade de honrar o CDB. As empresas que têm ações em Bolsa também aplicam em fundos lastreados em títulos federais e, se tiverem perdas com eles, seus balanços pioram e as ações despencam. Até a poupança destina parte dos recursos para os papéis do Governo.

A saída para o Exterior está cada vez mais inviável: " Quem mandou dinheiro para fora para especular nas Bolsas americanas está sujeito a um alto risco", diz Jorge Simino, diretor da Unibanco Asset Management. Se não há para onde fugir, o melhor é saber escolher sua aplicação para atravessar a crise atual, se segurar e aguentar os solavancos. Um critério, segundo Halfeld, é conferir os fundos de investimento e os gestores que tiveram desempenho melhor, ou perderam menos, nos meses de maio e junho, quando mudou o sistema de contabilização das carteiras.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - César Rocha

O jogo sujo
As tentativas de desqualificar os adversários, com ataques pessoais e grosserias, como já começaram a fazer candidatos majoritários no País inteiro, inclusive em Pernambuco, deverá distanciar ainda mais o eleitor brasileiro das urnas em outubro. A cerca de três meses das eleições, poucos candidatos à Presidência da República estão com seus programas de governo prontos ou sendo finalizados. No Estado, não há um único candidato com propostas no papel para apresentar à população. É isso mesmo. Ninguém sabe ainda o que propor a esta altura da disputa. E, se o debate político já vinha pobre por falta de propostas, tende a ficar deprimente com o nível dos ataques que passaram a ser feitos. Se não, vejamos. Ataque um: Carlos Eduardo Pereira (Cadoca), deputado federal do PMDB, disse que bastou "puxar um pouquinho o tapete deles (do PT) e tai a lama". Ele se referia à denúncia de uso da máquina da Prefeitura do Recife em favor de Humberto Costa. Ataque dois: o próprio Humberto rebateu os ataques dizendoque "não iremos baixar a cabeça para os vagabundos do PFL". Ataque três: Humberto Barradas, candidato a governador do PSB, chegou a afirmar que "Jarbas só acha graça quando pobre passa fome ou morre." Bem, não é preciso ir mais distante - afinal, os próprios candidatos tratarão de ir além. Eles já fizeram isso na eleição de 2000 (para prefeito do Recife). Só que, como demonstram os índices de abstenção nos pleitos e o nível de insatisfação com a política, o eleitor tende a observar mais aqueles candidatos que forem mais propositivos. É possível que os guias eleitorais agressivos acabem ferindo seus próprios responsáveis.

Interessante a conclusão para a crise financeira do Brasil, feita ontem pelo Correio Braziliense: desde abril, quando Roseana Sarney (PFL) caiu, o mercado está desestabilizado. Ou seja, o mercado é pefelista

Debates
A TV Globo começa hoje, no Jornal Nacional, uma série de entrevistas com os candidatos a presidente da República. Quem estréia é Ciro Gomes. Como os demais, ele terá dez minutos para responder perguntas de William Bonner e Fátima Bernardes. Amanhã será a vez de Anthony Garotinho. Na quarta, José Serra; e na quinta, Lula.

Papagaios
Durante a caminhada de Humberto pelo centro do Recife, também no sábado, cada passo do petista era um flash para os candidatos proporcionais. Cada vez que aparecia um fotógrafo para registrar o candidato a governador, os proporcionais corriam para aparecer ao lado dele.

Empolgação
O vereador Cordeiro de Deus, do PL, assumiu com energia sua candidatura de primeiro suplente de senador de Dilson Peixoto (PT). No sábado, em inauguração do comitê de Humberto Costa (PT), onde quer que Peixoto fosse, lá estava ele, animado, com um largo sorriso.

Direta
Anthony Garotinho (PSB) deu mais uma mostra de como tenta atrair eleitores estimulando o preconceito religioso. Em suas andanças pelo País, no sábado, criticou Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pelo apoio à luta dos homossexuais. O governo do socialista, então, seria da maioria contra as minorias?

Dissidência
O vereador Waldemar Borges (PPS) assumiu seu engajamento na campanha do PT. Na inauguração do comitê de Humberto, foi saudado pelo locutor que conduzia o comício e aplaudido por ter rompido com Roberto Freire e Elias Gomes, quando estes embarcaram na candidatura de Jarbas.

Diferente (I)
O deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) resolveu adotar estratégia diferente da de Jarbas Vasconcelos (PMDB). Começou sua campanha de rua a senador, no sábado à noite, participando da tradicional Festa das Marocas, em Belo Jardim, ao lado do vice-governador e também candidato à reeleição, Mendonça Filho (PFL).

Diferente (II)

Ontem, Guerra ainda visitou a feira de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, ao lado do prefeito arraesista Vavá Rufino, que declarou seu voto ao candidato a senador na chapa jarbista. Mas Rufino garantiu que obedece à orientação de seu partido, o PSB, de votar no vereador João Arraes ao Senado.

Sinal dos tempos
De uma militante que comemorava o início da campanha com Sérgio Leite, Roberto Leandro e Maurício Rands, no Mercado de Santa Cruz, no sábado, sobre a caminhada de Humberto: "Esse evento nem parecia do PT, começou na hora e foi bem organizado".


Editorial

ESTÍMULO IMOBILIÁRIO

Uma boa notícia para a classe média: a Caixa Econômica Federal reabre o financiamento de imóveis, suspenso desde o ano passado. A iniciativa cria duas novas linhas de financiamento, com recursos do FGTS.

Os maiores beneficiados serão aqueles que têm rendimentos entre R$ 2 mil e R$ 3,25 mil por mês e os que ganham acima desse teto.

A intenção de voltar a financiar imóveis diretamente à classe média, utilizando os recursos do FGTS vinha se arrastando desde o início deste ano. Isso vai esquentar o mercado imobiliário no que tange aos imóveis avaliados no valor total de R$ 62 mil e de financiamento até R$ 44 mil, sejam novos ou usados. A Caixa assinala, ainda, que os financiamentos deverão ser ampliados a partir deste mês.

O enorme déficit habitacional existente no Brasil não será minimizado com esta decisão. Mas, ao menos para quem sonha em possuir um teto e que tem uma condição financeira mais estável, considera-se um avanço.

Além disso, com o incremento do processo de securitização, os mutuários sentem-se mais otimistas em adquirir morada nova.

Nesse processo entra a Companhia Brasileira de Securitização (Cibrasec). Pretende-se estimular o mercado secundário de hipotecas com repasse de créditos a receber de imóveis residenciais financiados para a entidade no valor de R$ 58 milhões. Esta é mais uma das operações anunciadas pela CEF ainda para ser posta em prática este ano.

A projeção que se faz é que ocorrerá maior liquidez utilizando o processo, já que a Cibratec terá em vista os R$ 50 milhões como recursos a incrementar o funding da CEF para habitação. Os créditos serão utilizados para a emissão de CRI - Certificados de Recebíveis Imobiliários a serem vendidos para grandes investidores institucionais.

A iniciativa da CEF atinge um universo carente de habitação em todo o País e que de há muito espera uma tomada de posição do Governo no sentido de adquirir moradia nova. O segmento tem condições fixas otimizadas também para o lado dos imóveis usados, cuja abertura de créditos e financiamentos vem de encontro ao desejo de uma grande maioria de brasileiros. A classe média deverá aplaudir a iniciativa, a qual busca diminuir a interação quase negativa entre os não possuidores de casa própria e o próprio Governo.

Ganha-se de ambos os lados.


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07/08/2002


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