Freire é marginalizado na campanha de Ciro
Freire é marginalizado na campanha de Ciro
Alianças desagradam ao senador
Responsável pelo lançamento da candidatura presidencial de Ciro Gomes, o presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), é hoje quem menos opina na campanha do candidato.
O isolamento foi proporcional ao crescimento de Ciro nas pesquisas e ao distanciamento do candidato do projeto de unir forças da centro-esquerda imaginado por Freire.
Freire tem sido alijado das reuniões e decisões da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), onde quem dá as cartas são os presidente nacionais do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR), e do PDT, Leonel Brizola.
O senador tem de suportar a presença cada vez maior do PFL na campanha de Ciro, representado pelo presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (BA). Nos próximos dias, por exemplo, é ACM, e não Freire, quem vai acompanhar Ciro num roteiro pelo Nordeste. Os dois nunca se entenderam no Senado.
Por mais de uma vez, Freire apontou ACM como um exemplo da desmoralização da vida pública no país. O senador, por sua vez, dizia que o presidente do PPS só queria aparecer às suas custas. Hoje, em campanha para voltar ao Senado, ACM é categórico ao dizer que “o PFL é que vai respaldar Ciro no Congresso”.
Freire está tão isolado que nem foi consultado sobre a iniciativa de Brizola de buscar o apoio de setores do PPB, assediando o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin. Ainda à revelia de Freire, Martinez e o líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ) tentam aparar as arestas com o presidente Fernando Henrique Cardoso para um eventual segundo turno das eleições entre Ciro e o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
– Se a campanha se mantiver em alto nível, poderemos ter um futuro juntos – prevê Martinez.
Jefferson chama o entendimento de “pacto de não-agressão”. O PPS depende ainda dos seus dois alaidos da Frente Trabalhista quando o assunto é dinheiro. O financiamento da campanha de Ciro é uma responsabilidade dos dirigentes do PTB, principal encarregado de custear os deslocamento de Ciro pelo país.
Em campanha no interior de Pernambuco, onde disputará uma vaga de deputado federal, Freire não foi localizado ontem para falar sobre sua situação na campanha. Sua assessoria rebate a tese de que ele está isolado.
Martinez também nega a tese de isolamento:
– Ele está cuidando da campanha dele, só isso.
A avaliação de Jefferson é mais ampla: Freire estaria sendo poupado de acordos capazes de comprometer seus dogmas de esquerdista:
– Freire é dogmático, tem suas posições e nós respeitamos isso.
Na avaliação de Jefferson, como presidente do PPS, Freire não precisa se preocupar em mostrar se está ou não à frente da campanha de Ciro.
ACM recomenda mobilização
Empolgado com o crescimento do candidato Ciro Gomes (PPS) nas pesquisas eleitorais, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) recomendou ontem “mais empenho” por parte dos 380 prefeitos, 41 deputados estaduais e 23 federais da Bahia que seguem a sua orientação de apoiar o candidato.
– Pedi para que todos eles não medissem esforços para dar a Ciro Gomes uma grande votação na Bahia. Acho que ele terá mais de 3 milhões de votos no Estado – disse ACM, que há pouco mais de 40 dias anunciou oficialmente o seu apoio à candidatura do ex-governador cearense.
– Vamos ter um presidente nordestino no ano que vem. Ciro Gomes vai disputar o segundo turno com Lula e o vencedor, certamente, será Ciro Gomes – acrescentou.
Segundo ACM, a desorganização dos partidos que apóiam José Serra (PSDB) tem minado a candidatura tucana:
– Na Bahia, por exemplo, os partidos que dão sustentação à candidatura de Serra são inexpressivos, não têm força política. Quem não tem o povo, quem não tem eleitores, não pode esperar muita coisa de um candidato que é antipático aos nordestinos.
De acordo com ACM, os 380 prefeitos baianos que seguem a sua orientação – apenas 27 pertencem à oposição – estão fechados com Ciro.
Vox confirma ascensão de Ciro
A ascensão do candidato do PPS ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, foi confirmada ontem por pesquisa do instituto Vox Populi, feita por encomenda do jornal Correio Braziliense.
O levantamento mostra Ciro isolado no segundo lugar da corrida presidencial, com 24% das intenções de voto, uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao líder, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A pesquisa apresenta números semelhantes aos divulgados na véspera pelo Ibope e também aponta o declínio do tucano José Serra, que agora tem 16%. Anthony Garotinho, do PSB, aparece em quarto lugar, com 11%.
A analista Fátima Pacheco Jordão, especialista em pesquisas eleitorais, aponta uma novidade no levantamento do Vox Populi – realizado entre os dias 13 e 15 , com 2.807 entrevistas em 173 municípios:
– O trabalho confirma que Ciro sobe com ímpeto, tirando votos de todos os adversários. Mas é preciso notar que, pela primeira vez, há sinais de que a maior parte desses votos vêm de Lula.
O petista perdeu cinco pontos em relação à pesquisa anterior do mesmo instituto, fechada no dia 3. Já Serra e Garotinho caíram apenas um ponto. A margem de erro do levantamento é de 1,9 ponto percentual para mais ou para menos.
Fátima lembra ainda que Lula e Ciro foram os candidatos que registraram as maiores audiências na série de entrevistas realizadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo. Foram apontados como os que melhor se saíram nesses programas.
Nas simulações de segundo turno, Ciro é também quem apresenta o melhor desempenho no embate com Lula, numa situação considerada de empate técnico, com 43% para o petista e 41% para o candidato do PPS. Lula supera com certa facilidade os outros oponentes nessas simulações, vencendo Serra, por 46% a 34%, e Garotinho, por 50% a 27%.
O crescimento de Ciro e seu distanciamento em relação a Serra, com quem estava virtualmente empatado na pesquisa anterior do Vox Populi, aparece também no levantamento chamado de espontâneo. Nessa situação, Lula tem 26%, Ciro, 16%, Serra, 9%, e Garotinho, 6%.
Os candidatos José Maria (PSTU) e Rui Costa Pimenta (PCO) não foram citados por nenhum dos entrevistados.
Lula divulga programa dia 23
No lançamento de seu programa de governo, no dia 23, em Brasília, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende abandonar os temas de economia para focar seu discurso na política e em propostas sociais. Segundo a coordenação de campanha do PT, a Carta ao Povo Brasileiro, divulgada no mês passado, já foi suficiente para tirar qualquer dúvida sobre os compromissos econômicos do petista.
– O esforço agora é desenhar o tipo de Brasil que gostaríamos de ter – afirmou o porta-voz da campanha, André Singer.
Ontem, depois de uma caminhada pelo centro de Recife, ao lado do candidato a vice, José Alencar (PL), Lula garantiu que não fará campanha criticando seus adversários nem o presidente Fernando Henrique Cardoso:
– Vou fazer campanha sem falar mal de Serra, Ciro, Garotinho, ou mesmo do presidente. Não critico a vida pessoal de ninguém, discuto questões políticas. Não vou ficar entrando em picuinhas.
Aliados apelam a FH para salvar candidatura de Serra
Alarmada pela consolidação de Ciro Gomes (PPS) no segundo lugar nas pesquisas, à frente de José Serra (PSDB), a cúpula da campanha tucana fez uma reunião de emergência ontem em Brasília e apelou por uma maior mobilização do presidente Fernando Henrique Cardoso em favor do candidato.
Estiveram presentes aliados de peso, como o vice-presidente Marco Maciel e o deputado federal Inocêncio Oliveira, representantes dos 12 diretórios estaduais do PFL que, de acordo com a direção da sigla, apóiam o tucano. Mais uma vez, o deputado federal Francisco Dornelles (PPB-RJ) jurou lealdade da sigla a Serra.
As estrelas da reunião, porém, foram os integrantes da cúpula do PMDB, como o presidente do partido, deputado federal Michel Temer (SP), e o líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Eles têm sido os mais contundentes na cobrança de uma presença maior de FH na campanha.
O próprio candidato saiu da reunião afirmando que FH está disposto a aparecer nos programas eleitorais gratuitos, mas não quis atribuir ou cobrar do presidente grande responsabilidade pelo resultado da eleição.
– O grande cabo eleitoral de um candidato é ele próprio e sua dobrada, no caso, eu e a Rita – disse, referindo-se à companheira de chapa, deputada Rita Camata (PMDB-ES).
Apesar das demonstrações de confiança, alguns líderes tucanos e peemedebistas já não escondem a preocupação com a “cristianização” de Serra. O termo é uma referência a Cristiano Machado, candidato presidencial abandonado em 1950 por seu próprio partido, o PSD, que migrou para a campanha de Getúlio Vargas. Entre os acusados, estão o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, que não esconde a simpatia pela candidatura de Ciro, e o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que teria divulgado uma pesquisa extra-oficial do instituto GPP supostamente desfavorável ao candidato.
A campanha de Serra enfrenta dificuldades no Ceará, onde praticamente não existe, e no Maranhão, onde o diretório estadual ameaça se rebelar e declarar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao declarar na semana passada que considerava um equívoco a candidatura do deputado federal Roberto Rocha (PSDB) ao governo maranhense, Serra atraiu a irritação dos correligionários.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), acusou ainda “setores do governo” de não colaborar com Serra, ressaltando, por exemplo, que a Petrobras precisa ter uma política de preços “explicável”. O senador referia-se aos reajustes de preços dos derivados de petróleo.
PPS abandona Collor em Alagoas
O PPS decretou na noite de ontem a intervenção no diretório estadual da sigla em Alagoas.
A intenção é tornar nula a decisão do partido de celebrar aliança com o ex-presidente Fernando Collor (PRTB), candidato ao governo do Estado. O PTB deve seguir o mesmo caminho.
– Por mais amargo que seja o remédio, deve ser aplicado. Estamos enviando neste momento ao Tribunal Superior Eleitoral a resolução nº 3 do partido, considerando nulos os atos da convenção estadual no que dizem respeito à coligação para a eleição majoritária (de Collor) – afirmou o deputado João Hermann Neto (PPS-SP).
O candidato a presidente pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes, havia dito ontem que o apoio do PPS ao ex-presidente não foi discutido pelo partido em âmbito nacional e que ele é contra.
Ciro afirmou que essa decisão local não significava um apoio formal a Collor e ocorreu por causa da verticalização determinada pela Justiça Eleitoral. O candidato disse que vai continuar apoiando seu candidato ao governo de Alagoas, Geraldo Sampaio, do PDT, um dos partidos que integra a Frente.
A intervenção não havia sido confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas até as 22h de ontem.
De acordo com os funcionários responsáveis pela Secretaria Judiciária do tribunal, algumas páginas de fax haviam chegado ao setor de protocolo, mas estavam sendo analisadas pela direção-geral do órgão. A dúvida era saber se a comunicação teria sido feita até as 19h, prazo final para que as intervenções fossem aceitas. De acordo com a Resolução 20.993 do TSE, as executivas nacionais dos partidos só podem alterar decisões das convenções estaduais até o fim do prazo para impugnação dos registros de candidatura, que, em Alagoas, terminou ontem.
O clima de confusão reinou também nas direções estaduais de PPS e PTB, que afirmavam no início da noite ainda aguardar orientação de Brasília para saber que atitudes iriam tomar.
O PPS alagoano afirmava que só admitia sair da coligação de Collor, que tem o apoio também do PFL e do PPB, se o PTB tomasse a mesma atitude.
– Sempre defendemos a reedição, aqui, da Frente Trabalhista – disse o presidente estadual do PPS, Anivaldo de Miranda Pinto.
Segundo ele, o partido só se coligou ao PRTB porque não conseguiria eleger nenhum deputado federal se ficasse sozinho ou se fechasse aliança com o PDT, de Geraldo Sampaio.
– Nunca vamos apoiar ou pedir votos para Collor – disse.
O PTB participa ativamente da campanha do ex-presidente, tendo indicado o vice na chapa, Antônio Carlos Rezende. Na terça-feira, o vice-presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que não retiraria o apoio à chapa encabeçada pelo ex-presidente.
Mercadante se reúne com presidente do BC
O presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), disse ontem que o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, não vai tratar de um acordo de transição de governo nas conversas que terá com a oposição.
O primeiro encontro será hoje, em Brasília com o deputado federal Aloizio Mercadante (PT–SP). Armínio também se encontrará com Ciro Gomes (PPS), em data a ser marcada.
Aníbal, que se encontrou ontem com Fraga, disse que os encontros com políticos de oposição fazem parte de uma “ação de governabilidade”, mas não estão ligados à transição para o próximo governo.
– Seja qual for o novo presidente, só haverá transição após a eleição – afirmou.
Segundo o deputado, esses encontros não ocorreram antes porque “não houve solicitação” da oposição. Sem citar nomes de candidatos ou partidos, Aníbal afirmou ser importante que forças políticas tenham certos compromissos para atenuar as turbulências, incluindo o ajuste macroeconômico, o ajuste fiscal e a meta de inflação.
Na semana passada, Fraga esteve nos Estados Unidos para encontros com bancos e com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do tesouro norte-americano. O objetivo foi pedir apoio da comunidade internacional ao Brasil, cuja economia tem sofrido com as turbulências do mercado financeiro. Esse apoio poderia ser manifestado por meio de um novo acordo com o FMI, que serviria para tranqüilizar os investidores durante a transição para o próximo governo.
A proximidade das eleições tem sido apontada por analistas como uma das causas do nervosismo do mercado, que já fez com que o dólar batesse sucessivos recordes de alta nas últimas semanas. Aníbal disse que as conversas de Armínio com o FMI não foram tratadas no encontro de ontem.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem, que também está disposto a manter encontros com candidatos à Presidência, para tratar de um possível acordo de transição com o FMI.
– Nós devemos mostrar ao país que temos capacidade e maturidade política para fazer uma transição de um governo legitimamente eleito para outro governo legitimamente eleito da forma mais tranqüila possível, menos turbulenta e menos ruidosa possível – afirmou, ao comentar a iniciativa de Armínio, de conversar com líderes dos vários partidos concorrentes à Presidência.
Lula administrará com empresários, diz Dirceu
Com um discurso cada vez mais moderado durante sua viagem para acalmar Wall Street em relação a uma possível vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, José Dirceu, disse ontem que um eventual governo de seu partido terá necessariamente empresários em sua composição.
– Nós temos um governo (atual) que não tem um empresário. Qual o empresário que está no governo brasileiro? Tem empresário participando do Conselho Monetário Nacional? – questionou ontem D irceu, em Nova York.
Mais adiante, o petista chegou a citar o general Ernesto Geisel, penúltimo presidente do regime militar, como exemplo de governo que privilegiou o crescimento.
– Se você olhar o que foi Juscelino, Getúlio e mesmo o Geisel, você vai encontrar resposta para isso – disse.
Seria por este motivo, segundo o presidente do PT, que o partido fechou a aliança com o empresário e senador José Alencar (PL-MG), candidato a vice-presidente na chapa.
– Foi para sinalizar uma aliança com o empresariado produtivo – justificou.
Ontem, o presidente do PT encontrou-se com o diretor-administrativo do Banco Morgan Stanley, Stephen Cunninghan, o presidente da Alcoa, Alan Belda, e o vice-presidente do Lehman Brothers, Paulo Vieira da Cunha.
Dirceu disse que procurou desfazer os mal-entendidos com seus interlocutores.
– Pedir para o PT manter o Armínio Fraga é pedir o impossível. Mas já fizemos um compromisso com responsabilidade fiscal e controle de inflação – disse.
Governo federal definiu prazos para transição
O governo federal já definiu os prazos para que os ministérios preparem o processo de transição para a próxima gestão presidencial.
De acordo com portaria da Casa Civil, publicada ontem no Diário Oficial da União, os ministérios terão até 30 de setembro para informar em página na Internet os assuntos que demandarão ações ou decisões do candidato eleito nos cem primeiros dias de governo.
Até o dia 25, os secretários-executivos dos ministérios deverão indicar à Casa Civil o nome dos responsáveis pelo fornecimento dessas informações. Todas as informações sobre as realizações do governo para elaboração de relatório final da atual gestão também devem ser disponibilizadas até 30 de setembro.
A partir de 1º de agosto, deverão ser indicados os dados de projetos com dificuldades específicas e os termos técnicos, siglas de programas, de sistemas, de instituições nacionais e internacionais que irão compor um glossário para uso da equipe de transição.
Amin libera PPB para apoiar Ciro
Um almoço para 60 pessoas, regado a vinho francês, com duração de mais de três horas, ontem em Florianópolis, selou o reencontro político do governador de Santa Catarina, Esperidião Amin (PPB) e do ex-governador do Rio Leonel Brizola (PDT) depois de 17 anos.
O encontro não serviu para mudar o voto já declarado de Amin ao tucano José Serra para o presidenciável Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, nem para oficializar o já anunciado apoio do PDT e do PTB à candidatura do governador à reeleição. Mas abriu possibilidade de trocas entre as siglas. O PPB catarinense está liberado para apoiar Ciro Gomes.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), também presente ao encontro, disse ontem que está satisfeito com a proporção de diretórios estaduais do PFL que apóiam Ciro Gomes, em oposição àqueles que estão com Serra. O senador licenciado Geraldo Althoff, representante da sigla no comitê nacional de campanha da Frente Trabalhista, foi escalado para obter o apoio dos diretórios do Paraná e da Paraíba para Ciro Gomes.
Brizola ofereceu apoio informal à reeleição de Amin. A adesão do PDT catarinense ao governador, no entanto, tende a ser bastante acanhada porque o PDT está comprometido com a candidatura de Sérgio Grando (PPS). A avaliação é do deputado federal Fernando Coruja, que, como os outros parlamentares do PDT, não se rendeu aos apelos de Brizola, segundo os quais o que importa no momento é a eleição do presidenciável Ciro Gomes.
– Ciro é o nosso candidato, e estamos coesos quanto à eleição presidencial. Mas o partido vai se dispersar. A maioria dos candidatos não vai apoiar o governador – disse Coruja.
Correios farão entrega noturna na convocação de mesários
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos inovarão na convocação dos mesários para as eleições deste ano.
Para evitar desencontros na entrega da comunicação ao eleitor escalado para trabalhar no pleito, os correios recorrerão a visitas noturnas. O convênio com o TRE, de cerca de R$ 400 mil, foi oficializado na manhã de ontem, no Grande Hotel, em Porto Alegre.
As entregas noturnas se limitarão à Capital e só serão feitas depois de uma visita diurna em dias úteis e outra aos sábados.
Em todo o Estado, 2 mil funcionários dos correios trabalharão exclusivamente na distribuição das convocações. Na operação serão utilizados 1,3 mil veículos – inclusive jipes de rali e helicóptero para regiões inóspitas.
Os eleitores começarão a receber a comunicação a partir da próxima segunda-feira, em um trabalho que se estenderá até o dia 5 de outubro, véspera do primeiro turno da eleição. Para o pleito deste ano serão convocados 145 mil eleitores, que trabalharão nas cerca de 23,7 mil seções eleitorais do Estado.
Os membros da mesa serão nomeados entre os eleitores da própria seção. Os eleitores impossibilitados de comparecer ao local, devem justificar a ausência em sua zona eleitoral até cinco dias a partir do recebimento da comunicação. Os mesários que não comparecerem ao local no dia da eleição sem justa causa estarão sujeitos a penalidades legais – multa de 50% do salário mínimo vigente na zona eleitoral. A ausência deve ser justificada até 30 dias após a data da eleição.
Dúvidas podem ser esclarecidas por meio da Central de Atendimento ao Eleitor do TRE: (51) 3230-9600.
CVM cria norma para evitar especulação
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), instituição que regula e fiscaliza o mercado de capitais no país, anunciou ontem a criação de uma norma específica para tentar conter a especulação financeira baseada em pesquisas eleitorais.
A partir de hoje, quando a deliberação deve ser publicada no Diário Oficial da União, bancos, corretores e investidores que encomendarem pesquisas de intenção de voto devem informar a CVM da contratação em um prazo de até 24 horas.
A comissão fiscalizará a atuação do investidor no mercado no período entre o recebimento da pesquisa e sua divulgação pública. O uso nesse período das informações contidas na pesquisa para ganhos em bolsas de valores ou no mercado futuro do dólar, por exemplo, poderá ser caracterizado como “prática não-equitativa’’, que pode levar a uma multa de até três vezes os ganhos obtidos e, no limite, à perda da habilitação para operar.
Os ganhos são feitos com base no conhecimento anterior de informações sobre as eleições e na aposta de como o mercado deverá reagir quando tomar conhecimento delas.
O crescimento da intenção de voto em candidatos de oposição, por exemplo, costuma ser tomado pelo mercado como sinal de incerteza quanto ao futuro da economia – o que pode provocar altas no preço do dólar. Com o conhecimento antecipado dessa provável alta, uma instituição pode comprar dólares e vendê-los com lucro quando ela de fato acontecer.
A nova regra deixa brechas para a especulação eleitoral. Ela não vale para pesquisas de uso próprio, ou seja, cujos resultados não venham a ser divulgados. Uma instituição poderá, por exemplo, contratar uma pesquisa no mesmo período em que outras estejam sendo preparadas e atuar no mercado entre o recebimento privado dos resultados e a divulgação das pesquisas públicas.
A CVM apura suspeitas de uso de pesquisas eleitorais para especulação no mercado futuro de dólar. Pelo menos três bancos estariam sendo investigados.
Garotinho afirma que redução da taxa de juros deverá continuar
Candidato condenou juros altos
O candidato do PSB a presidente da República, Anthony Garotinho, afirmou ontem, em Belo Horizonte (MG), que a redução da taxa básica de juros de 18,5% para 18%, anunciada pelo Banco Central (BC), vai ao encontro de suas previsões de que a medida era possível.
Garotinho lembrou que defendeu a medida em palestra, na segunda-feira, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
– Disse que havia espaço macroeconômico para que essa decisão fosse adotada – observou, referindo-se à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, ao comentar a medida em entrevista na Federação das Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços de Minas (Federaminas).
– Agora temos de esperar o comportamento da economia por 30 dias, para ver como reage, e, na próxima reunião do Copom, continuar a promover a queda dos juros – destacou.
Garotinho advertiu, porém, que o sinal dado ao mercado com a decisão do Copom pode ser em vão se o governo optar pela “política de gangorra e ficar no sobe e desce – em relação à taxa dos juros.
O candidato do PSB voltou a condenar a política de juros altos, assinalando que ela vem sufocando a atividade produtiva, reduzindo o nível de emprego e favorecendo apenas o setor financeiro.
Para Garotinho, a opção pelos juros altos, para a atração de capitais financeiros, e a abertura do mercado a importações que prejudicam a produção nacional tornou vulnerável a economia brasileira. Referindo-se às dificuldades vividas pela Argentina, pelo Uruguai e pelo Paraguai, Garotinho alertou:
– Se queremos ser um país que se coloque no centro da economia mundial, compartilhando com outras grandes nações um modelo econômico que seja bom para todos, é preciso mudar.
As mudanças, defendeu, dependem de medidas como a redução dos juros, o aumento da oferta de crédito para a produção e a reforma tributária, necessária para desonerar a atividade produtiva carga de impostos.
PDT cobra transparência ao TSE
Sigla quer informações sobre urnas
O PDT encaminhou ontem uma interpelação ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, para que oficialize e transforme em atos normativos as promessas de transparência em todas as etapas da informatização das eleições.
Jobim afirmou a deputados e senadores das comissões de Reforma Política e de Controle das Agências de Inteligência, no dia 19 de junho, que os partidos poderão analisar os programas-fonte e os módulos de criptografia que garantem o sigilo do voto eletrônico. Segundo instruções de Jobim, as legendas também poderiam conferir se os programas carregados nas urnas eletrônicas são os mesmos analisados previamente.
Na interpelação, o PDT dá um prazo de cinco dias para que Jobim publique os atos normativos. Os trabalhistas argumentam que os programas da votação eletrônica não podem ficar apenas nas mãos dos técnicos designados pelo TSE e que todas as etapas devem ser acompanhadas de perto por especialistas escolhidos pelos partidos.
MP pede impugnação de candidatura no ES
O Ministério Público Eleitoral pediu ontem a impugnação da candidatura do presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, José Carlos Gratz (PFL), à reeleição. Ele é acusado de propaganda política antecipada e abuso de poder econômico.
O deputado também é o pivô do pedido de intervenção federal no Espírito Santo. O pedido foi feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), alegando infiltração do crime organizado no governo do Estado. Ex-banqueiro do jogo do bicho, Gratz foi citado no relatório final da CPI do Narcotráfico.
Um dos motivos do pedido de impugnação foi a festa de aniversário dada pelo deputado, no dia 13 de maio, que teria reunido 10 mil pessoas. Os procuradores Henrique Herkenhoff e Alexandre Barbosa classificaram o evento como abuso de poder econômico. O presidente da Assembléia Legislativa também é acusado de estampar seu nome no uniforme do Rio Branco Futebol Clube e de publicar propaganda eleitoral em jornais e revistas antes do prazo permitido por lei.
A Justiça Eleitoral tem cinco dias para notificar o presidente da Assembléia, e Gratz tem sete dias para contestar as acusações.
FH entrega certificados de gestão fiscal para prefeitos
Presidente aproveitou cerimônia para falar sobre os programas sociais de seu governo e rebater críticas
Quinze prefeituras gaúchas foram homenageadas ontem, em Brasília, durante a entrega do Certificado de Gestão Fiscal Responsável.
Ao entregar o prêmio, o presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou para rebater críticas dos candidatos da oposição à Presidência de que seu governo não está investindo em programas sociais como deveria em razão da necessidade de manter uma política fiscal austera.
FH disse que o governo está promovendo a distribuição de renda por meio de programas sociais e isso só é possível com uma gestão fiscal responsável. E, num recado a aliados como o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, o presidente avisou que, neste ano eleitoral, vai manter a política de austeridade fiscal, “doa a quem doer”.
– Em época eleitoral, o exercício de uma administração virtuosa não é fácil. Mas esses limites serão respeitados pelo governo, doa a quem doer – disse.
Para mostrar os avanços na área social, Fernando Henrique citou o aumento do salário mínimo, que passou de R$ 64 no início de seu governo para R$ 200. A cesta básica, segundo ele, aumentou 40%, chegando ao valor de R$ 150. O presidente mencionou ainda a queda da mortalidade infantil para 29,6 mortes em cada mil nascidos vivos. Além disso, o nível da pobreza caiu de 43% para 30% da população em 2000. Fernando Henrique lembrou que são aplicados R$ 30 bilhões em programas sociais.
– Portanto, quando se diz que não houve redistribuição de renda, fala-se do que não se sabe – disse.
Ele ainda fez questão de citar os programas da área da saúde, que foi comandada por Serra. O presidente disse que o Programa de Combate à Aids no Brasil se transformou numa referência internacional, com a diminuição das mortes causadas pela Aids em 64%, de 1995 até 2000. Ele lembrou também o programa de Saúde da Família.
O presidente disse que sempre é possível usar as estatísticas para fazer “críticas superficiais”. Para Fernando Henrique, há uma “vontade política de distorcer”.
– Sempre é possível olhar para o outro lado (e criticar). Não se resolve nada do ia para a noite, mas as políticas sociais, com uma boa gestão social, são capazes de abrir caminhos para uma melhoria crescente – disse o presidente.
Ao elogiar os 45 prefeitos premiados, FH lembrou que todos estão em teste por ser ano eleitoral e que não importa o partido de cada um. Ao destacar a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal, Fernando Henrique disse que está sendo feita uma “revolução na administração pública brasileira”, com a descentralização de verbas e responsabilidades para Estados e municípios.
O Rio Grande do Sul é o Estado com maior número de premiações, 19, seguido por Santa Catarina, com 13, e por São Paulo, com 10. Entre os 20 prefeitos que receberão a distinção máxima, o Certificado de Gestão Fiscal Responsável, cinco são gaúchos.
Controladoria terá mais poder
FH assinou decreto ontem
O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou decreto ontem transformando a Controladoria-Geral da União (CGU), em órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo.
Caberá a este novo órgão a elaboração da prestação de contas anual do presidente da República, que ficará disponível para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições, durante todo o exercício. O decreto presidencial é conseqüência da transferência, em 28 de março, da Secretaria Fed eral de Controle Interno para a estrutura da CGU.
A partir de agora, para fortalecimento do sistema de controle, a CGU assume a orientação e a supervisão de todos os seus órgãos, incluídos os setoriais e as unidades de auditoria interna das entidades da administração pública indireta. Além disso, nas autarquias e fundações federais, a nomeação, designação, exoneração ou dispensa do titular de unidade de auditoria interna fica dependente da aprovação da CGU.
PPS denuncia Olívio por causa de publicação
Proença recorre ao Ministério Público
O PPS entrou ontem no Ministério Público Estadual com uma representação contra o governador Olívio Dutra, o vice, Miguel Rossetto, e o chefe de imprensa do Palácio Piratini, Guaracy Cunha.
Os três são acusados de improbidade administrativa pela publicação de um documento de 80 páginas, em quatro cores, com a prestação de contas das realizações do governo em 1999, 2000 e 2001.
A denúncia foi apresentada ao Ministério Público pelo deputado federal Nelson Proença (PPS), coordenador de campanha da coligação Rio Grande em 1º Lugar (PPS-PFL-PT do B-PSL), que sustenta a candidatura de Antônio Britto (PPS).
Segundo o deputado, o governo teria utilizado “dinheiro público para fazer propaganda político-partidária”. Sem apresentar provas, Proença disse que o relatório está sendo distribuído como material de campanha do PT, nas cidades visitadas pelo candidato Tarso Genro.
Segundo a assessoria de imprensa do Palácio Piratini, foram impressos 150 mil exemplares, no início do ano. A assessoria não soube informar, ontem, o valor investido na produção do material.
– O governo do Estado fez propaganda pessoal do governador, do vice e de seu chefe de imprensa, todos eles citados na publicação, o que caracteriza ato de improbidade administrativa – acusou Proença.
Os nomes de Olívio, Rossetto e Guaracy aparecem nos créditos pela realização da publicação, junto com os nomes dos profissionais envolvidos no projeto. Segundo técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em tese, isso não configura ato de improbidade administrativa.
O procurador-geral de Justiça, Cláudio Barros Silva, encaminhou a denúncia à Promotoria Especializada de Defesa do Patrimônio Público e à Procuradoria Regional Eleitoral, para investigar se o material representa alguma lesão à legislação eleitoral. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público deverá avaliar se houve improbidade administrativa.
CPI pedirá quebra de sigilo fiscal de acusados
Suspeitos terão cinco dias para revelar declarações de renda
A CPI de Santo André vai pedir hoje a quebra dos sigilos fiscais dos principais acusados pelo Ministério Público de chefiar uma suposta máfia da propina para financiar campanhas de candidatos do PT.
O ofício será enviado na manhã de hoje para os empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria Pinto, e ao secretário afastado de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Souza. Eles terão cinco dias para apresentar suas declarações de renda de 1997 até 2001.
A decisão da quebra dos sigilos foi anunciada ontem pelos cinco vereadores da CPI, todos da base de sustentação do prefeito João Avamileno (PT). Eles anunciaram ainda quais serão os próximos passos da comissão, depois de encerrada ontem a primeira fase dos depoimentos.
Os vereadores vão solicitar à prefeitura de Santo André o resultado da auditoria externa realizada na empresa de transporte Expresso Guarará, que – segundo a administração municipal – teria cometido uma série de irregularidades durante um contrato de concessão.
Os depoimentos dos proprietários da Expresso Guarará, Luiz Alberto Gabrilli Filho, Rosangela Gabrilli e Sebastião Passarelli, formam a base da denúncia do Ministério Público. Segundo eles, a empresa pagou cerca de R$ 2 milhões de propina durante dois anos a pessoas ligadas à administração petista de Santo André.
Ministro da Justiça confirma Armando Possa na direção da PF
Delegado foi superintendente por dois anos no Espírito Santo
O ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, confirmou ontem o delegado Armando de Assis Possa como diretor-geral da Polícia Federal (PF).
Possa havia assumido o posto interinamente, desde a saída de Itanor Neves Carneiro, que se demitiu. Ele foi superintendente regional do Departamento de Polícia Federal no Espírito Santo e ocupava a diretoria da Polícia Judiciária.
A nomeação é encarada como uma tentativa do governo de reduzir o impacto negativo do arquivamento do pedido de intervenção no Espírito Santo, após a aprovação por unanimidade do Conselho da Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH). Possa foi superintendente da PF no Espírito Santo e responsável por fornecer informações sobre o crime organizado no Estado.
Com a confirmação do delegado como diretor-geral da corporação, o governo deseja mostrar à sociedade e às entidades que têm assento no CDDPH que há interesse em resolver a questão da violência em solo capixaba.
O arquivamento do pedido de intervenção foi o responsável pela saída do ex-diretor-geral da PF. Carneiro deixou o cargo em solidariedade ao ex-ministro Miguel Reale Júnior, que não aceitou o recuo do governo em relação à intervenção e se demitiu.
Foram anunciados também os novos ocupantes de órgãos do ministério. Para a Secretaria de Direito Econômico foi indicada Elisa Silva Ribeiro, que ocupava a diretoria do Departamento de Proteção do Direito Econômico. A Secretaria Nacional de Justiça será ocupada por Antônio Rodrigues de Freitas Júnior.
O ministro ainda não indicou quem irá ocupar a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ele deve anunciar nesta semana os novos titulares.
Policiais federais fazem protesto
Policiais federais realizaram ontem em todo o Brasil um protesto contra a criação anunciada pelo governo da Guarda de Polícia Federal – braço uniformizado da corporação.
Assim como em outras capitais, em Porto Alegre a manifestação ocorreu em frente à superintendência estadual do órgão, na Avenida Paraná.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapf), Francisco Carlos Garisto, a categoria está em “estado de greve”. A entidade solicita uma audiência com o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ramos Ribeiro.
– Se o governo não voltar atrás, devemos decidir pela greve durante um congresso nacional sobre segurança que ocorrerá nos dias 4 e 5 de agosto, no Rio – disse Garisto.
Para ele, a criação da guarda é uma medida “eleitoreira”, porque seriam necessários seis anos para que todos os 6 mil novos policiais estivessem formados. A criação da guarda foi anunciada pelo ex-ministro Miguel Reale Júnior para combater a criminalidade no Rio. Eles seriam responsáveis pelas fronteiras terrestres, portuárias e marítimas.
Roseana abre sigilos bancário, fiscal e telefônico
Ex-governadora ameaça processar responsáveis por investigações de desvios
Candidata ao Senado pelo PFL, a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney anunciou ontem que vai abrir seu sigilo telefônico, fiscal e bancário.
A ex-governadora, que desistiu de disputar a Presidência da República em abril, ameaçou processar os responsáveis pelas investigações sobre o rombo na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Em nota divulgada por sua assessoria, Roseana se diz novamente vítima de uma “armação”. Afirma que nada foi encontrado contra ela e acusa procuradores e delegados da Polícia Federal de atuarem como “polícia política”.
Roseana deve ser denunciada hoje pelo Ministério Público, junto com o marido, Jorge Murad, e com o ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), por participação no projeto Usimar, que consumiu R$ 44 milhões da Sudam, mas nunca saiu do papel.
Roseana voltou a afirmar que apenas presidiu o conselho da Sudam que aprovou o projeto, não tendo responsabilidade pela liberação dos recursos. Ela disse que suas relações com o ex-senador Jader Barbalho (PMDB) –acusado de ser o principal beneficiado com recursos desviados da Usimar – “sempre foram estritamente formais e institucionais”.
Roseana não especificou quem pretende processar, mas nominou um dos desafetos, o delegado da Polícia Federal Hélbio Dias Leite, responsável pelo inquérito sobre a Usimar, trabalho classificado por ela como “faccioso”.
– Se for permitido acusar e indiciar alguém sem provas, então é melhor declarar logo que acabou a segurança jurídica neste país – diz a nota.
Roseana prometeu encaminhar uma procuração ao ministro da Justiça, autorizando a quebra dos sigilos e a divulgação dos dados.
Carroceiro é preso por maltratar cavalo
Um carroceiro flagrado batendo em um cavalo com um pedaço de pau foi salvo de levar uma surra ontem na zona norte de Porto Alegre.
Indignados, moradores tentaram agredir o carroceiro. Detido, ele responderá a processo por crime ambiental em razão dos maus-tratos ao cavalo.
O episódio ocorreu à 1h de ontem, na esquina das avenidas Brasil e Ceará. O cavalo, debilitado pela falta de comida, desmaiou. Irritado, o carroceiro teria tentado reanimar o animal batendo nele com um pedaço de madeira. Apesar de as pancadas não darem o resultado esperado, o carroceiro teria continuado a agredir o animal.
Agentes de fiscalização da EPTC receberam uma denúncia pelo telefone 158 e foram ao local. Quando chegaram, moradores e freqüentadores de um bar, indignados pelos maus-tratos ao cavalo, ameaçavam agredir o carroceiro. A EPTC entrou em contato com a Brigada Militar, que evitou a agressão.
Apesar de escapar dos moradores, o carroceiro foi detido e levado à 4ª Delegacia da Polícia Civil (DP). A carroça e o cavalo foram recolhidos a um depósito da prefeitura na Zona Sul. O carroceiro responderá a inquérito por crime ambiental, com pena de um ano de prisão e multa.
Ao sair da delegacia, o carroceiro teria se mostrado irritado e inconformado pela punição que poderá receber. Ele teria chegado a ameaçar de agressão os agentes da EPTC.
O cavalo foi alimentado e recebeu atendimento veterinário. Segundo a EPTC, o animal estava tão debilitado que só conseguiu se levantar pela manhã. Para receber o cavalo e a carroça de volta, o carroceiro terá de pagar R$ 20 pela remoção e R$ 3 para cada dia de estadia no depósito. O cavalo será liberado mediante aprovação de um veterinário do Batalhão de Polícia Ambiental da BM.
Artigos
Grande Prêmio Brasil das eleições
Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Foi acionada a bandeira de largada do Grande Prêmio Brasil das eleições. A volta de apresentação teve um percurso de 10 minutos pelo Jornal Nacional, da Rede Globo. Os principais candidatos estão com os motores turbinados e com o pé no acelerador, pois esse percurso é longo e o segundo colocado não pontua.
As avenidas, praças e ruas do Brasil começam a refletir o colorido da propaganda eleitoral. O país, em definitivo, entra no clima eleitoral. Até outubro serão diversos, tumultuados e grandiosos comícios. Emocionantes e esclarecedores debates nas redes de televisão. Passeatas volumosas, multidões com bandeiras e palavras de ordem, carreatas barulhentas e foguetório e bandeiraços nas esquinas farão parte do cotidiano dos eleitores na construção de seu voto.
O presidente do Brasil terá que ser um estadista em nome dos brasileiros
Provavelmente a mais empolgante e importante eleição desde o fim da ditadura. Esse pleito será o fortalecimento e amadurecimento da nossa democracia, um valor intrínseco e inviolável do povo brasileiro. Um marco na história da república brasileira, pois estaremos elegendo diretamente, pela quarta vez consecutiva, o presidente do Brasil.
O povo brasileiro, nestas últimas duas décadas, agregou valor na sua consciência de cidadão, não tolerará desmandos futuros dos eleitos. A nação brasileira almeja e quer reformas sociais e políticas. O Brasil precisa entrar na ordem mundial como um país cuja dignidade de seu povo não seja aviltada. O futuro presidente estará comprometido com a inclusão social, com a distribuição de renda e com a erradicação da fome.
Vivemos num mundo mudado, as informações circulam instantaneamente, o presidente do Brasil terá que ser um estadista em nome dos brasileiros. Deverá ser o interlocutor das bocas famintas do país diante do capital especulativo internacional. O presidente do Brasil tem que ser uma liderança latino-americana. Até o presente momento, seguimos a cartilha da política do Fundo Monetário e vemos que não era bem isso o que imaginávamos. Globalizaram a economia, que foi o auge da festa neoliberal, entretanto, falta globalizar riqueza, saúde, bem-estar, lazer e comida. Ou globalizamos a solidariedade ou a barbárie será internacional. Os humanos poderosos e influentes devem ter consciência de que o planeta Terra e a humanidade precisam ser preservados.
Em outubro apenas um será o vencedor, e ocupará o pódio por quatro anos. O estouro do champanha marcará a comemoração da vitória e o começo do governo. O povo brasileiro espera, no final do mandato, brindar uma melhor qualidade de vida e que na próxima volta de apresentação seja ele, o povo, o piloto principal deste circuito.
Colunistas
ANA AMÉLIA LEMOS
Guerra ao contrabando
Ogoverno brasileiro enfrenta situação incômoda no campo jurídico, diplomático e político nas relações com o Paraguai, cujo governo gostaria de ter a extradição do general Lino Oviedo, que, com a liberdade que lhe é garantida em território brasileiro, insufla os protestos contra o presidente Luis González Macchi. A denúncia feita pelo embaixador Luis González, usando fitas de vídeo de comícios de Lino Oviedo em Ponta Porã, na fronteira com Pedro Juan Caballero, amplifica as tensões na relação bilateral, que já foi afetada por outras pendências no âmbito do roubo de carros, contrabando e pirataria.
Não bastassem essas dificuldades políticas e jurídicas (o Supremo Tribunal Federal recusou a extradição do general Lino Oviedo), outras aparecem no cenário da relação entre os dois países. O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, está empenhadíssimo em combater o contrabando de cigarros procedentes do Paraguai.
Ontem, em entrevista ao Canal Rural, em Brasília, o “xerife” da arrecadação e da repressão ao contrabando fez uma revelação preocupante. Disse que existem 40 fábricas de cigarros no Paraguai, produzindo marcas internacionais totalmente pirateadas e que são contrabandeadas para o Brasil, grande mercado consumidor.
Na mesa do secretário Everardo Maciel está a prova do crime e da contravenção. Um maço de cigarros da marca Free, de fabricação paraguaia. Para os consumidores, não há muita diferença em relação ao produto fabricado no Brasil. Mas a identificação da falsificação é fácil porque a embalagem pirata não traz as terríveis fotografias relacionadas às doenças provocadas pelo fumo, como impotência, câncer e outras, exigidas pelo Ministério da Saúde nos cigarros fabricados no Brasil. O que mais surpreende o secretário da Receita é que não se trata de fábricas clandestinas, de fundo de quintal, mas de grandes indústrias cujos donos são influentes empresários ligados aos meios de comunicação do país. Everardo Maciel declarou guerra a esse contrabando que vem c ausando prejuízos enormes à arrecadação de impostos e também provocando concorrência predatória à indústria de cigarros no Brasil, uma das grandes fontes de receita do IPI.
JOSÉ BARRIONUEVO
Falta atravessar o Mampituba
Aos 80 anos, Leonel Brizola ressurge das cinzas nesta eleição, a única que não tem sua participação direta na sucessão presidencial desde 1989, quando quase chegou ao segundo turno. Principal avalista de Ciro Gomes, assegurou ao ex-ministro a aliança que viabilizou sua candidatura. Candidato ao Senado, está se credenciando a uma das vagas pelo Rio de Janeiro, devendo crescer no vácuo de Ciro, que se aproxima de Lula. Para o governo do Rio, poderá emplacar Jorge Roberto Silveira, duas vezes prefeito de Niterói, do PDT, que sobe nas pesquisas.
Imbróglio em SC
Brizola esteve ontem em Florianópolis em busca do apoio do PPB e do PFL a Ciro, que chega domingo para seu primeiro comício em SC. Em Lages, o presidenciável subirá no mesmo palanque de Sérgio Grando, candidato do PPS a governador, tendo a seu lado Jorge Bornhausen (PFL). Em contrapartida, Brizola liberou o apoio informal do PDT e do PTB a Esperidião Amin (PPB). Exatamente. PDT e PTB, que oficializaram aliança com Grando na convenção, apóiam a reeleição de Amin, que, por sua vez, apóia Serra, mas liberou o PPB para apoiar Ciro. Deu para entender?
Abaixo do Mampituba
Do lado de cá do Mampituba, o PDT aguarda a palavra de ordem de Brizola diante da situação difícil do candidato a governador. No berço do trabalhismo, José Fortunati foi prejudicado com a inviabilização da aliança trabalhista, de PDT, PTB e PPS, em torno de Britto, numa chapa em que seria o vice. Diferentemente de Sérgio Grando, candidato do PPS em SC, o ex-governador é o primeiro colocado nas pesquisas. Vale lembrar que Britto é do PPS, o mesmo partido de Ciro, o que leva a um natural entendimento entre os dois candidatos, se ambos se classificarem para o segundo turno.
Território amigo
Tarso Genro visitou ontem o Cpers, que apóia formalmente sua candidatura. Todos os membros da direção eleita em junho integram os partidos da Frente Popular, o que deve transformar o sindicato na principal base de apoio ao PT. Juçara Dutra, que apoiou o ex-prefeito na prévia do PT, apresentou uma série de reivindicações não atendidas por Olívio, com destaque para a baixa remuneração. O candidato prometeu preservar o diálogo com a entidade.
Músicos protestam
Mais de 50 músicos levaram à Assembléia ontem um documento mostrando que não há sintonia entre a Secretaria da Cultura e a Ospa, que está sendo sucateada.
– Não somos respeitados como músicos e como cidadãos – desabafou o líder dos funcionários, Secundino Cimadevila Campos.
Os funcionários pediram a nomeação de um presidente da autarquia que “goste, admire e respeite a música e seja um bom administrador”.
Madrugando na porta da fábrica
No início de um roteiro por meia dúzia de municípios ao longo do dia de ontem, Germano Rigotto madrugou em Horizontina, cumprindo seu primeiro compromisso a partir das 7h na porta da fábrica da SLC John Deere, onde trabalham 1,8 mil funcionários.
Rigotto vem notando que a maioria dos eleitores não sabe ainda que é candidato. Por isso aposta no crescimento de seu índice nas pesquisas de opinião no próximo mês, quando pretende vencer a barreira dos dois dígitos, chegando aos 10% e se credenciando como opção diante do eleitorado.
O candidato do PMDB a governador acredita numa alteração do quadro eleitoral a partir do início dos programas no rádio e na TV, quando o cidadão começa a tomar consciência da eleição.
Programa de TV para Judiciário
Um convênio assinado ontem abre todos os dias uma hora de espaço na TV Assembléia (canal 16 da NET) para o Judiciário. O presidente do Tribunal de Justiça, José Eugênio Tedesco, e o presidente do TRE, Marco Antônio Barbosa Leal, estiveram ontem com o presidente da Assembléia, Sérgio Zambiasi (PTB), para a assinatura do convênio que abre espaço para propaganda institucional, divulgação de campanhas educativas e promoção de eventos e serviços com a chancela do TJE. De imediato, o programa será utilizado para dirimir dúvidas em relação ao processo eleitoral.
PT diz que Melo exorbitou
Os vereadores Estilac Xavier e Adeli Sell, do PT, assumiram a defesa do governo no incidente ocorrido terça-feira envolvendo o colega Sebastião Melo (PMDB), que por pouco não foi recolhido em camburão por um soldado da BM ao interferir numa ação da prefeitura contra os camelôs.
Estilac entende que Melo não interferiu para defender um camelô de “uma brutal agressão física”, tendo “extrapolado” ao impedir a ação dos agentes da ordem. Adeli Sell diz que o colega do PMDB rompeu um acordo no encaminhamento que vinha sendo dado ao problema dos camelôs na Câmara.
Mirante
• O seminário Governabilidade e Eficiência no Setor Público, no dia 24, das 9h às 12h, é promovido pelo Sindicato dos Auditores de Finanças Públicas com o apoio do Conselho de Economia do RS. Os interessados devem se inscrever pelo telefone (51) 3226-7300. As vagas são limitadas. Haverá certificado de participação.
• Magnus Guimarães, que foi deputado pelo RS e por Rondônia, preside o PDT em SC.
• Houve um estranho silêncio do serviço de imprensa da Câmara, que nada divulgou ontem sobre desdobramentos do episódio envolvendo o vereador Melo.
• Brizola, que viria apenas no dia 24 de agosto ao Estado, poderá antecipar sua visita diante de apelos do PDT. Virá acompanhado de Ciro Gomes.
• O PPS decidiu não criar qualquer tipo de constrangimento nas visitas de Ciro ao RS, dando total liberdade ao candidato. Quando um não quer, dois não brigam.
• Com a interdição decretada pela Justiça, o Montepio dos Funcionários Municipais perde o Torres Praia Hotel e amarga prejuízo de R$ 6 milhões. A fraude começou a ser desmantelada com a CPI presidida pelo vereador Juarez Pinheiro (PT).
• O comando do Cpers recebe amanhã Celso Bernardi, ex-secretário da Educação, candidato do PPB a governador.
ROSANE DE OLIVEIRA
Ninho em crise
São visíveis os sinais de pânico no comando da campanha do senador José Serra com o crescimento de Ciro Gomes nas últimas pesquisas. Com a máquina do governo a seu favor e um dos mais qualificados publicitários orientando sua campanha, a candidatura de Serra não deslancha. Pior, perde pontos e hoje está mais perto de Anthony Garotinho – o quarto – do que de Ciro, o segundo. Disparou a sirene e a campanha de Serra deve sofrer uma reviravolta antes mesmo do início do horário eleitoral gratuito.
A história mostra que os resultados de pesquisas feitas 70 dias antes da eleição raramente se confirmam nas urnas. O problema de Serra é que uma queda acentuada agora tem efeito devastador no ânimo dos cabos eleitorais, dos aliados de pouca fé e até dos financiadores da campanha.
Como não era o candidato natural do PSDB, Serra teve de superar os outros dois pretendentes, o ex-governador cearense Tasso Jereissati e o ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Nenhum dos dois tem mostrado muito empenho pela candidatura de Serra, mas daí a responsabilizá-los pelos maus números do tucano – ou pelos bons de Ciro – é um exagero. Os eleitores têm demonstrado disposição para votar na oposição, e fosse Jereissati ou Paulo Renato o candidato do governo dificilmente os resultados seriam melhores.
A cobrança dos aliados é para Serra colar a sua imagem na do presidente Fernando Henrique Cardoso e capitalizar os índices de aprovação do governo, que são superiores aos seus. É prematuro afirmar que Serra está fora do segundo turno – até porque a máquina governista mal começou a se mover.
A par de uma participação maior de FH na campanha, Serra deve partir pa ra o confronto direto com Ciro, poupando o petista Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo turno. A prioridade agora é conter o avanço de Ciro, confirmado ontem em mais uma pesquisa, a do Vox Populi. Ciro está 10 pontos atrás de Lula e oito à frente de Serra. Um resultado para tirar o sono de tucanos e petistas.
Editorial
A REVOLUÇÃO AMBIENTAL
Ao Brasil, que foi anfitrião da Rio-92 e que tem em seu território parcela importante da biodiversidade mundial, prepara-se para desempenhar um papel condizente com essa condição na reunião sobre o ambiente que se realiza no mês que vem em Johannesburgo. O presidente Fernando Henrique Cardoso fez um pronunciamento apresentando a Agenda 21 Brasileira, que é o balanço de 10 anos de ação ambiental, tendo como parâmetro as mais de 2,5 mil recomendações da Conferência do Rio de 1992. Com o documento, as autoridades brasileiras cumprem uma das determinações adotadas pelos 179 chefes de Estado e de governo naquela reunião.
A série de recomendações brasileiras retrata, de uma forma definitiva, a evolução que a luta ambiental sofreu nas últimas décadas. Não se trata mais de um conjunto de reivindicações estranhas, levantadas por sonhadores e com objetivos pouco palpáveis. Tanto a pauta da reunião de Johannesburgo como o documento da Agenda 21 revelam quão objetivos são os problemas e quão relevantes são as soluções propostas. No final, tem-se um conjunto de iniciativas que propõe que se substituam os padrões de consumo até hoje adotados por padrões que levem em conta a característica da sustentabilidade.
É essencial para que se possa assegurar a qualidade de vida
das próximas gerações
É essa a revolução que, lenta e sistemática, está alterando a percepção da humanidade em relação à preservação ambiental. Trata-se, como afirmou o presidente da República, de uma mudança de caráter cultural, que não pode ser feita por decreto. Quando ambientalistas e governantes concordam no objetivo comum de obter um desenvolvimento sustentável, esse fato já terá sido uma importante vitória para uma causa que se põe como radicalmente humana. Diante disso, vale lembrar que nas últimas décadas o Brasil vem demonstrando, através de sucessivos governos, cuidados crescentes com a preservação ambiental. Cabe a nosso país, neste sentido, um papel importante em Johannesburgo, onde chegará com três novas realizações: a ratificação do Protocolo de Kyoto, a criação do maior parque do mundo, o de Tumucumaque, no Amapá (3,8 milhões de hectares), e a provável aprovação da Lei da Mata Atlântica.
É evidente que a missão brasileira não está concluída e que os problemas ainda não estão resolvidos. A conscientização sobre a finitude dos recursos naturais e sobre a possibilidade de o país definir um projeto de crescimento que leve em conta os interesses do homem e de seu ambiente, porém, é essencial para que possa ser assegurada a qualidade de vida das próximas gerações. Por isso, é importante que o país se comprometa claramente, em nível internacional, com preocupações como o controle do desmatamento, a ênfase ao uso de tecnologias limpas e à agricultura sustentável e a instrumentos – eles também inseridos na luta ambiental – destinados à redução dos perversos níveis de desigualdades.
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07/18/2002
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