Ciro nega que seja plano B do Governo








Ciro nega que seja plano B do Governo
Numa rápida passagem por Fortaleza, Ciro Gomes rebate comparações e critica Serra

FORTALEZA - O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes, rebateu, ontem, em Fortaleza, críticas de adversários que o apontam como o plano B do Governo. Até amigos como o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), já afirmaram que há 99% de semelhanças entre o projeto econômico dele com o do tucano, senador José Serra. Tasso declarou, inclusive, acreditar no apoio do presidente FHC a Ciro, na hipótese dele ir para o segundo turno contra o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre o apoio de FHC, Ciro preferiu se esquivar.

"Estou com os pés no chão. Quero ver se consigo pelo menos ir para o segundo turno", comentou. Diante de uma platéia de cerca de 5 mil mulheres, Ciro fez campanha para a ex-esposa, Patrícia Gomes, além de citar o amigo e padrinho político, Tasso Jereissati

Sobre a comparação entre as propostas econômicas, Ciro classificou de "equívoco" e acusou Serra de não ter programa nessa área. "Faltando o que dizer comigo, tentam me intrigar. O que o Tasso quis dizernão foi em relação ao programa econômico. Porque ele sabe que o meu programa é completamente distinto do atual Governo. E o candidato do Governo não tem programa. Eu simplesmente desafio qualquer pessoa que me diga aonde é que está o programa do candidato oficial", atacou.

Sobre eventuais apoios à sua candidatura por parte do ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL), da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL) e do pai dela, senador José Sarney (PMDB), Ciro afirmou que eram especulações da Imprensa. Admitiu somente conversas com ACM. "Com ele eu estou conversando normalmente".

Ele chegou a demonstrar irritação ao ser questionado sobre as ligações de pessoas de sua campanha com o ex-presidente Fernando Collor e com familiares de PC Farias.

Neste momento ele encerrou a entrevista, sem responder a pergunta.

Disse que governar é papel do Governo, mas que cabe à oposição examinar criticamente o que está errado e oferecer alternativas. "Não temos poder nenhum para alterar a política que está aí. No meucaso, não me recuso a conversar. Quero colaborar no que estiver ao meu alcance", prontificou-se, fazendo questão de deixar claro que faz oposição ao atual modelo econômico. E adiantou, sem entrar em detalhes, não concordar com "qualquer tipo de compromisso que projete para o futuro políticas econômicas equivocadas".

Ciro também fez questão de descartar o rótulo de candidato do Nordeste e disse que visitará todos os Estados brasileiros.

Ciro esteve ontem em Fortaleza, pedindo voto no 5º Encontro de Mulheres Clientes Pague Menos, promovido por uma rede de farmácias do Ceará, que colabora com a campanha dele à Presidência. Desta vez, não levou a atriz Patrícia Pillar. Sob a insistência de populares que queriam saber onde ela estava, o candidato respondia: "Patrícia está repousando".


Multas a planos aumentam 680%
Punições aplicadas pela ANS a operadoras rendem R$ 18,8 milhões ao Ministério da Saúde

SÃO PAULO - O total de multas aplicadas às operadoras de planos de saúde pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), de janeiro a junho deste ano, é 680% superior ao volume registrado em todo o ano passado. As autuações renderam ao Ministério da Saúde R$ 18,8 milhões, enquanto no ano passado os recolhimentos ficaram em apenas R$ 1,5 milhão. Segundo a agência, esse crescimento é resultado da reestruturação do setor de fiscalização e não um esforço eleitoral.

Apesar do aumento das punições, continua alto o número de reclamações de consumidores no Procon e de denúncias à ANS de irregularidades praticadas pelas operadoras dos planos. "Há um descompasso entre o texto da lei que disciplinou o setor e as resoluções posteriores que a regulamentaram", diz Lúcia Helena Magalhães, assistente de direção do Procon/SP.

Segundo ela, a legislação ajudou a esclarecer os direitos dos usuários e tornou os novos contratos mais claros, o que fez diminuir o número de consultas. Mas, como as resoluções da ANS e do Consu (Conselho de Saúde Suplementar) por vezes se contradizem ou deixam brechas, cresce o número de conflitos entre segurados e empresas.

Neste ano, até maio, o Procon de São Paulo registrou 941 reclamações. Já a ANS colecionou, de julho do ano passado ao final de maio deste ano, 4.641 denúncias de irregularidades.

Segundo Magalhães, a lei 9.656/98 determina, por exemplo, 24 horas de carência para internações e a resolução do Consu prevê seis meses. Outro descompasso diz respeito às cirurgias para correção de miopia. Enquanto a resolução da ANS estipula que os planos de saúde só cobrem esse procedimento para pacientes com mais de sete graus de miopia, o texto da lei não fixa o limite.

A cobertura de doenças preexistentes também é uma das causas de conflitos. A regulamentação desse item ainda está em discussão e as empresas querem incluir - como comprovação de preexistência - os sintomas manifestados no passado pelo paciente.

O Procon orienta os usuários a preencherem cuidadosamente a declaração de saúde aoingressar em um plano, seja ele individual ou coletivo (de empresas).

Segundo Magalhães, as operadoras negam atendimento sem comprovar que o consumidor sabia da preexistência da doença.

Em segundo lugar estão as denúncias de reajustes abusivos na mudança de faixa etária. A lei 9.656/98 estabelece que os contratos dos planos de saúde devem indicar com clareza as faixas etárias e os percentuais de reajuste.

REAJUSTES - De acordo com a resolução nº 6, alterada pela nº 15, do Consu, as operadoras devem discriminar sete faixas etárias nos novos contratos. Os reajustes devem ser diluídos ao longo das mudanças de faixa, sendo que a mais alta (a partir de 60 anos de idade) não pode variar mais do que seis vezes a primeira faixa (de até 17 anos).

Mas o Procon constatou que as empresas concentram os aumentos de preços nas duas últimas faixas, tanto nos contratos coletivos como nos individuais. A ANS informa que, no caso dos contratos anteriores à lei 9.656/98, reajustes por faixa etária também devem passar pelaaprovação da agência. A orientação é que na faixa mais alta, dos 60 anos, o aumento seja diluído ao longo de vários meses.


Área econômica tem semana cheia
BRASÍLIA - A agenda desta semana promete dias de intenso trabalho na área econômica do Governo. O Banco Central (BC) e o Tesouro Nacional divulgarão uma série de relatórios, entre eles a tão esperada ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que trará os detalhes da decisão inesperada do Comitê de reduzir de 18,5% para 18% ao ano a meta da taxa Selic.

Além disso, a agenda prevê os encontros do presidente do BC, Armínio Fraga, e do ministro da Fazenda, Pedro Malan, com a vice-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger. Hoje, Krueger, que visita o País pela primeira vez, terá uma reunião com Fraga na sede do BC no Rio, a partir das 15 horas.

A visita de Krueger é acompanhada com bastante atenção pelo mercado financeiro, uma vez que boa parte dos investidores acredita que os encontros com representantes do governo brasileiro poderiam indicar a possibilidade de uma prorrogação do atual acordo entre Brasil e o FMI. Oficialmente, o Governo brasileiro tem negadoqualquer tipo de negociação com o Fundo para estabelecer uma prorrogação ou um novo acordo, que funcionaria como suporte para a transição de Governo, no final do ano. Amanhã, será a vez de o ministro Malan ter um encontro com a número dois do FMI. No mesmo dia, Krueger será recebida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

O Banco Central divulgará, também na amanhã, a partir das 11 horas, o resultado das contas externas brasileiras de junho. O déficit em transações correntes acumulado de janeiro a maio é de US$ 7,041 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos, por sua vez, somam US$ 8,089 bilhões neste período. Na quarta-feira, Krueger participará, em São Paulo, do Encontro Latino-Americano da Sociedade Econométrica, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em Brasília, o BC divulgará a partir das 11 horas, os relatórios sobre o comportamento da base monetária e dos juros e spreads (diferença entre juros em uma negociação) bancários no mês passado. A partir das 13h30, será a vez de o mercado conhecer aata da reunião do Copom. À tarde, o Tesouro divulgará o resultado de junho das contas do Governo Central (Tesouro, BC e INSS).

Esses números já serão uma prévia do que será divulgado pelo BC na quinta-feira, quando será conhecido o resultado de junho do setor público consolidado, que engloba além do chamado Governo Central, as contas dos governos estaduais e municipais e de todas as empresas estatais. De janeiro a maio, o setor público consolidado conseguiu acumular um superávit primário em su as contas de R$ 23,498 bilhões, o equivalente a 4,57% do Produto Interno Bruto (PIB).


Consumo de energia caiu 5,7%
RIO - O consumo de energia elétrica no País caiu 5,7% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Eletrobrás. A redução ainda reflete o efeito do racionamento iniciado em junho do ano passado, que se estendeu até fevereiro deste ano. Mas, na avaliação do chefe do Departamento de Estudos de Mercado da Eletrobrás, Amilcar Guerreiro, o desaquecimento da indústria, especialmente na região Sudeste, também vem contribuindo muito para o baixo consumo.

A Eletrobrás trabalhava com uma taxa de redução do consumo de energia em maio de 2%. O corte maior, que deve se repetir também em junho, segundo Guerreiro, fez a estatal rever a sua previsão de crescimento de demanda por eletricidade no ano de 6,5% para algo entre 3% e 4%. A projeção é de que o consumo brasileiro deste ano atingirá 293,5 terawatts, equiparando a demanda de 2002 à de 1999, quando foram consumidos 292,2 terawatts. Ou seja, o consumo brasileiro de energia "recuou" o equivalente a três anos.

Guerreiro admite que característicasde comportamento do mercado verificadas durante o racionamento se mantiveram em maio com o segmento residencial sendo o principal responsável pela queda no consumo. Segundo ele, no que se refere ao consumidor domiciliar, a queda foi resultado de dois fatores: a consolidação de uma mudança de hábitos trazida pelo racionamento e o aumento de tarifas, que inibiu o consumo.

Foram consumidos 24,8 mil megawatts (MW) de energia em maio, ante os 26,3 mil MW do mesmo mês de 2001. A diferença corresponde, em termos absolutos, a uma quantidade de energia maior do que a consumida mensalmente na região Centro-Oeste, que é de 1,4 mil MW.

De janeiro a maio, a redução do consumo de eletricidade foi de 12,3%. No segundo semestre, o consumo deve crescer 18,3% em relação a igual período do ano passado, segundo projeções da Eletrobrás. O crescimento será basicamente por "efeitos estatísticos", considerando que o País estava sob racionamento de energia na segunda metade de 2001. "Aos poucos, o crescimento programado no consumo voltará a crescer, para uma dinâmica entre 5% e 6% ao ano", diz Guerreiro.

As empresas de agronegócios e a indústria voltada à exportação garantiram aumento de crescimento do consumo de energia industrial nas regiões Sul e Centro Oeste em maio.

No Sudeste, o consumo industrial em maio caiu 6,5%, enquanto o residencial recuou 13,4%.


Freire é isolado na Frente Trabalhista
Senador de Pernambuco é cada vez menos ouvido pelo comando de campanha de Ciro Gomes

BRASÍLIA - Responsável pelo lançamento da candidatura presidencial de Ciro Gomes, o presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), é hoje quem menos opina na campanha do candidato. O isolamento foi proporcional ao crescimento de Ciro nas pesquisas e ao distanciamento do candidato do projeto de unir forças da centro-esquerda imaginado por Freire. O senador pernambucano tem sido alijado das reuniões e decisões da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), onde quem anda dando as cartas são o deputado José Carlos Martinez (PTB-PR) e Leonel Brizola (PDT).

Roberto Freire tem ainda de suportar, sem os resmungos de antes, a presença cada vez maior do PFL na campanha de Ciro, representado pelo presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (BA). Nos próximos dias, por exemplo, é ACM, e não Freire, quem vai acompanhar Ciro Gomes numa peregrinação à cata de votos no Nordeste. Os dois nunca se entenderam no Senado.

Mais de uma vez, Roberto Freire apontou ACM como um exemploda desmoralização da vida pública no País. O senador, por sua vez, dizia que o presidente do PPS só queria aparecer às suas custas. Hoje, em campanha para voltar ao Senado, ACM é categórico ao dizer que "o PFL é que vai respaldar Ciro no Congresso".

Roberto Freire está tão isolado que nem foi consultado sobre a iniciativa de Leonel Brizola de buscar o apoio de setores PPB, assediando o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin. É ainda, à revelia de Freire, que o presidente do PTB, José Carlos Martinez, e o líder do partido na Câmara, Roberto Jefferson (RJ) tentam aparar as arestas com o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para um eventual segundo turno das eleições entre Ciro e o petista Luiz Inácio Lula da Silva. "Se a campanha se mantiver em alto nível, poderemos ter um futuro juntos", prevê Martinez. Jefferson chama o entendimento de "pacto da não agressão".

O PPS depende ainda dos seus dois partidos da Frente Trabalhista quando o assunto é dinheiro. O financiamento da campanha de Ciro é uma responsabilidade hoje dos dirigentes do PTB, principal encarregado de custear os deslocamento de Ciro Gomes pelo País. Em campanha no Interior de Pernambuco, onde disputará uma vaga de deputado federal, Roberto Freire não foi localizado ontem para falar sobre sua situação na campanha. Sua assessoria rebate a tese de que ele está isolado. "Roberto está dando prioridade à sua campanha", informa um de seus auxiliares. "Mas conversa com Ciro todos os dias, por telefone, e é quem resolve as questões políticas da campanha".

O deputado José Carlos Martinez também nega a tese de isolamento. "Ele está cuidando da campanha dele, só isso", defende. A avaliação do líder Roberto Jefferson é mais ampla: consistiria em poupar Freire de acordos capazes de comprometer seus dogmas de esquerdista.


Prefeito diz que Estado está quebrado
Em campanha para Humberto, João Paulo acusa Jarbas de deixar Governo desequilibrado

O prefeito do Recife, João Paulo (PT), deixou a postura light de lado e partiu para fazer severas críticas não só ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), mas também quanto à sua estratégia eleitoral em retardar o quanto pode a campanha deste ano. "Não sei se ele (Jarbas) adotou essa postura respaldado pela desmotivação do governo ou pela dificuldade econômica que o Estado se encontra. Será difícil para ele administrar uma futura reeleição com um Estado quebrado financeiramente", afirmou o prefeito, ontem, durante a caminhada da Frente de Esquerda (PT/PCdoB/PL/PCB/PST/PMN) pelas ruas de Tabatinga, em Camaragibe.

João Paulo previu, ainda, que o governador corre sério risco, do ponto de vista eleitoral, em deixar para começar a campanha com apenas dois meses de antecedência da eleição.

"A política de Jarbas contraria os princípios platônicos. Platão dizia o seguinte: há diversos caminhos para o sucesso e um só para o insucesso, que é querer agradar todo mundo", ironizou.

O petista também desafiou o deputado federal Sérgio Guerra (PSDB), candidato ao Senado pela coligação União Por Pernambuco, a provar que a administração do ex-prefeito Roberto Magalhães (PSDB) investiu mais no social do que o PT em um ano e meio de governo. "Está feito o desafio", declarou.

Na avaliação do prefeito, a quantidade de partidos e os diversos interesses que envolvem a aliança governista são de difícil solução. "A quantidade de facções que têm em seu palanque são antagônicas e impossíveis de solucionar. Não está claro para o povo quem são os candidatos de Jarbas. Isso prejudica não só a si, mas quem está com ele (Jarbas) para a presidência da República, os candidatos da majoritária e proporcional", afirmou.

DESAFIO - Ao ser informado sobre as declarações do deputado Sérgio Guerra em matéria publicada pelo DIARIO, João Paulo se mostrou indignado. Guerra afirmou que o slogan do PT, conhecido como "o jeito petista de governar", não passa de uma frase a procura de um conteúdo.

O prefeito disse que Guerra se faz de ignorante com relação ao que foi feito pela administração passada. "Diversas vezes fomos buscá-los para estabelecermos convênios. Foi proposta nossa discutir o problema do transporte coletivo e da bilhetagem eletrônica. Alguns exemplos de nossas parcerias são as reformas dos corredores da Abdias de Carvalho, da Avenida Norte e Imbiribeira. Sua crítica é no mínimo estranha", concluiu.


Colunistas


DIÁRIO POLÍTICO - César Rocha

A disputa no cargo
Criada a partir de uma emenda apresentada pelo então deputado federal Mendonça Filho (PFL), hoje vice-governador e candidato ao mesmo cargo na chapa de Jarbas Vasconcelos (PMDB), a reeleição tem mostrado, indiretamente, um aspecto extremamente positivo da evolução da sociedade brasileira nos últimos anos. A população está intolerante, não aceita mais a apropriação da estrutura das instituições públicas por candidatos ou administradores ligados a partidos políticos. E essa intolerância vale para todos os homens e mulheres públicos do País. Sejam eles do PT, do PFL, do PMDB ou do PSDB. As pessoas esperam resultados das administrações da União, dos Estados, dos municípios e dos demais poderes (Legislativo e Judiciário).

Querem uma vida melhor. E não só isso. Não aceitam mais aquela lógica do "se apropria, mas faz". Querem uma administração, além de eficaz, honesta dos recursos públicos. É exatamente por conta disso que há brechas na lei que instituiu a reeleição que precisam, urgentemente, ser revistas. Como desvincular o candidato à reeleição do cargo que ocupa, seja de presidente, de governador ou de prefeito? Durante uma campanha eleitoral, isso é praticamente impossível. Porque cada ato terá sempre uma conotação eleitoral ou, no mínimo, estará sob suspeita. O afastamento do cargo durante a disputa, como pretende fazer Jarbas Vasconcelos, reduz as possibilidades de uso da máquina. O governador tomou uma decisão correta. E deveria colocá-la em prática no mesmo dia em que iniciar sua campanha - provavelmente, em 3 de agosto, quando se fará a inauguração do comitê da chapa dele. Mas o afastamento é uma solução precária.

A reeleição em si gera uma disputa desigual porque, durante sua gestão, o governante costuma fazer investimentos públicos que trarão claros dividendos eleitorais.

Investimentos como os realizados em publicidade e propaganda. Jarbas fez isso e chega ao pleito de outubro com uma marca consolidada. Os petistas fazem isso fora daqui e se preparam para reproduzi-lo no Recife. E as distorções da lei vão se consolidando. Mas elas precisam ser rediscutidas. A campanha em curso é uma excelente oportunidade.

Ilo Jorge (PDT), candidato a governador da Frente Trabalhista, não dá bola às pressões para substituí-lo por outro nome mais conhecido. Passou o fim de semana na Mata Sul à caça de votos e de apoios de lideranças políticas

Desatento I
O deputado estadual André Campos, foi ao Clube Líbano dar um abraço em seu amigo e adversário político o deputado federal André de Paula, que comemorava o aniversário com Marco Maciel, Mendonça Filho (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB) numa grande festa política.

Desatento II
André Campos saiu da festa de André de Paula sem saber se Maciel estava magoado com ele. Campos tentou cumprimentar o vice-presidente, mas ficou com a mão suspensa no ar. Talvez tenha sido por causa da disputa ao Senado. Carlos Wilson, irmão do deputado, concorre com Maciel.

Constrangimento
O governador Jarbas Vasconcelos estava discreto em Garanhuns, sem querer fazer campanha e disposto a passar despercebido. Mas foi recebido, em coro, por militantes petistas gritando "Olê, olê, olá, Lula, Lula". E, ao final de show, ainda ouviu de Rita Lee elogios a Lula e ao fato de o petista ter nascido naquele município.

Os verdes
Humberto Costa e Dilson Peixoto têm deixado a militância curiosa por causa de uma tinta verde queos dois passaram a usar no cabelo. Algumas petistas mais observadoras acham que é tintura natural para esconder os fios grisalhos.

Ex-prefeita

A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal Luíza Erundina (PSB) chega ao Recife nesta semana. Vem para a inauguração do comitê de Djalma Paes (PSB), na quarta-feira, às 19h, na Rua 48 (número 802), no Espinheiro. Paes disputa a reeleição para a Câmara Federal.


Editorial

MERCOSUL E UNIÃO EUROPÉIA

As queixas do Mercosul contra a proposta de integração da União Européia (UE) estão prestes a surtir efeito.

Diplomatas confirmaram que os principais negociadores de Bruxelas irão rediscutir sua postura com relação ao acordo comercial que buscam com países sul-americanos e prometem, durante a reunião ministerial que ocorrerá no Rio de Janeiro, esta semana, avançar no processo negociador.

A UE já encaminhou uma proposta de negociação que deixou os integrantes do Mercosul irritados. Para Bruxelas, os dois blocos deveriam acertar, em um primeiro momento, um acordo sobre regras comerciais.

Apenas em uma segunda etapa os europeus estariam prontos para negociar um maior acesso a seu mercado
para os produtos do Mercosul.

O Brasil alertou a um dos principais negociadores da UE, Peter Carl, de que, se não houver mudança, a reunião do Rio de Janeiro irá fracassar. O principal interesse do nosso País é um acesso facilitado aos seus produtos, mesmo que seja de uma forma gradativa e por meio de cotas. Da maneira quea proposta foi européia será muito difícil negociar. Diante da reação do Brasil, os europeus decidiram rediscutir internamente o tema. E já garantiram à delegação brasileira que irão apresentar uma proposta progressista no Rio de Janeiro e que resultará em um avanço nas negociações com o Mercosul.

Na atualidade, a América Latina possui uma apresentação bastante linear e ao sabor dos ventos no que tange ao seu crescimento econômico. As vendas totais das 500 maiores empresas latino-americanas caíram 2,9% no ano passado, informa a edição especial da revista AméricaEconomía. A pesquisa mostra, também, que o México ultrapassou o Brasil como a maior economia da América Latina e as vendas das empresas mexicanas correspondem a 53% do faturamento total das 500 companhias, enquanto que as das empresas brasileiras representaram 29% em 2001.

A aguda recessão na Argentina e no Uruguai, a economia estagnada e a crise de energia elétrica no Brasil, o enfraquecimento das moedas do Chile e da Venezuela, a desaceleraçãoeconômica nos Estados Unidos, a quase guerra civil sem trégua na Colômbia, os baixos preços do cobre, celulose e aço no mercado internacional são particularidades que estão inibindo os países ligados ao Mercosul e preocupando os países-membros da UE.

Mais: o desespero das companhias aéreas depois dos ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA, a implosão do setor publicitário, e a queda do preço mundial do petróleo estão entre os fatores que influenciaram no desempenho econômico e no crescimento de cada uma das 500 empresas dos países que compõem o Mercosul. Análise que preocupa, mas que ainda pode ser passível de pensamentos otimistas.


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07/22/2002


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