Ciro, pela primeira vez, está na frente de Lula
Ciro, pela primeira vez, está na frente de Lula
Pesquisa da Toledo/IstoÉ aponta empate técnico no 1º turno e vitória do PPS, no 2º, sobre o PT
Pela primeira vez, o candidato Ciro Gomes (PPS) supera Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na intenção de voto do eleitor. Pesquisa divulgada ontem pelo instituto Toledo&Associados, em parceria com a revista IstoÉ, Ciro assume a liderança, com 34,3% das intenções de voto, enquanto Lula tem 33,6%.
Como a margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos, o resultado equivale a um empate técnico entre os dois candidatos.
José Serra (PSDB-PMDB) ficou na terceira posição, com 13,8%, e Anthony Garotinho (PSB) obteve 9%. O levantamento ouviu 3.108 eleitores entre os dias 25 e 27 de julho em todo o País – antes das denúncias contra o vice de Ciro, Paulo Pereira da Silva, e da renúncia de seu coordenador-geral, José Carlos Martinez.
Em relação ao levantamento anterior, realizado em junho, Ciro pulou 22,2 pontos percentuais, quando obteve 12,1% contra 40,5% de Lula, que caiu 6,9 pontos.
A pesquisa Toledo/IstoÉ também aponta uma vitória de Ciro contra o petista em um eventual segundo turno. O candidato da Frente Trabalhista venceria Lula por 52,8% a 39,2%, caso a eleição fosse realizada hoje.
A pesquisa Toledo&Associados mostra um resultado diferente do apresentado em levantamentos dos institutos Datafolha e Ibope realizados em período semelhante – final de julho. O Datafolha (em levantamento feito no dia 30) apontou Lula em primeiro lugar, com 33%, e Ciro, em segundo, com 28%.
O Ibope realizou pesquisa entre os dias 27 e 29 de julho e trouxe também números mais próximos aos do Datafolha: Lula em primeiro, com 34%, e Ciro em segundo, com 25%.
A pesquisa Toledo/IstoÉ também mostra uma modesta queda no índice de rejeição de Ciro Gomes, de 4,5% registrados na pesquisa anterior (14 de junho) para 3,9% na divulgada ontem. Ao mesmo tempo, os números mostram um significativo crescimento da rejeição a Lula, de 22,9% para 31,4%. Também cresceram os índices de rejeição para Serra (de 12,3% para 16%) e Garotinho (de 9 2% para 16,7%).
O principal motivo para o aumento da rejeição de Lula é o chamado "efeito Santo André", envolvendo denúncias de corrupção e propina na administração petista.
Eleição terá amanhã o primeiro debate na TV
O primeiro debate entre os quatro principais candidatos à Presidência da República à eleição de outubro será realizado amanhã à noite, a partir das 21h30, pela Rede Bandeirantes.
O debate terá cinco blocos, deve durar aproximadamente 2h30 e será mediado pela jornalista Márcia Peltier. Participarão do debate Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, Ciro Gomes, do PPS, José Serra, do PSDB, e Anthony Garotinho, do PSB.
O desempenho dos candidatos no debate será avaliado por duas pesquisas, que serão realizadas na segunda-feira.
Além da Retrato Consultoria e Marketing Ltda, que protocolou pesquisa no dia 31 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a UP-Unidade de Pesquisa S/C Ltda habilitou-se, quinta-feira à noite a fazer apuração sobre a repercussão do debate da Bandeirantes.
O resultado da pesquisa da UP – que será feita apenas em São Paulo – poderá ser divulgado a partir de terça-feira.
A pesquisa da Retrato, que que prevê entrevistas no Rio de Janeiro e São Paulo, poderá ter o seu resultado divulgado a partir da segunda-feira.
Ontem foi protocolado no TSE um pedido de autorização da Diga-me.com S/A para a divulgação do resultado de enquetes, chamadas Ligado nas Eleições, a serem feitas durante os debates com os presidenciáveis, governadores e vice-presidentes a serem realizados pela TV Bandeirantes nos dias 4, 11 e 18 de agosto.
Já o horário gratuito na televisão, que começa no próximo dia 20, será aberto por Anthony Garotinho, de acordo com sorteio realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Depois aparecerão José Maria (PSTU), Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Costa Pimenta (PCO), José Serra e Ciro Gomes .
Essa ordem valerá apenas para o primeiro dia. Depois haverá rodízio, com o primeiro sendo transferido para o último lugar. O programa (veja quadro acima) terá duração de 45 dias.
A propaganda dos seis candidatos à Presidência será veiculada em dois blocos de 25 minutos cada, às terças, quintas e sábados, além de inserções ao longo da programação das emissoras.
PPS se retrai para evitar novos ataques
Além dos problemas causados pelo afastamento do deputado federal José Carlos Martinez (PTB-PR) da coordenadoria de sua campanha presidencial e da pressão para trocar seu companheiro de chapa, Paulo Pereira da Silva, o candidato Ciro Gomes (PPS) agora tenta evitar os ataques de seu adversário José Serra (PSDB) e deixará de lado a abordagem de temas econômicos polêmicos.
A idéia é impedir a associação entre as turbulências na economia brasileira às declarações de Ciro, como ocorreu quando Serra disse, quarta-feira, que "toda vez que Ciro abre a boca, o dólar sobe e uma fábrica fecha".
Ontem o presidente do PPS, senador Roberto Freire, disse que somente Ciro poderá decidir pela renúncia ou não do candidato a vice.
"Esse problema quem resolve é o Ciro. Não é Roberto Jefferson, nem Roberto Freire, nem Leonel Brizola (presidente nacional do PDT)", afirmou, respondendo à manifestação do líder do PTB na Câmara dos Deputados, Roberto Jefferson (RJ), que, ontem, pediu a renúncia. Paulinho é acusado de irregularidades na administração de recursos federais transferidos à Força Sindical, entidade que presidia ante se ser candidato.
Em Salvador, Ciro pediu ontem aos baianos que elejam os pefelistas Antonio Carlos Magalhães e Cesar Borges ao Senado, e Paulo Souto, ao governo, sem mencionar o candidato a governador de sua coligação, João Durval (PDT).
Com esse gesto de Ciro, ficou claro que o PFL terá muita influência no seu eventual governo, caso seja eleito.
Serra diz que Ciro age como terrorista
O candidato do PSDB, José Serra, afirmou ontem em Betim (MG), referindo-se ao seu adversário, Ciro Gomes, do PPS, que "é terrorismo quanto o Ciro diz que a dívida é impagável, que vai acabar com as contas CC-5 e quando rejeita um acordo com o FMI".
Serra reiterou ser a favor de um acordo de transição de governo com o Fundo Monetário Internacional. "Não só porque os termos da negociação não impõem nenhum sacrifício adicional, mas também porque vai aumentar a segurança financeira do País", disse.
Segundo ele, a atual instabilidade do País tem várias causas. Ele citou como a mais recente a instabilidade da economia internacional com destaque para os EUA. "Tem todo um nervosismo do mercado que não se justifica porque os fundamentos da economia são sólidos". Disse que o nervosismo tem-se agravado por causa de "posições ambíguas, terroristas e catastrofistas".
FGTS sai antes para quem passou de 70
A Caixa Econômica Federal anunciou ontem que vai antecipar para o dia 5 de agosto o atendimento às pessoas com mais de 70 anos que têm direito aos complementos do FGTS.
A data anterior era 10 de agosto. Esses beneficiários estão autorizados a retirar em parcela única os valores a que têm direito sem a comprovação do direito ao saque.
O trabalhador que já completou 70 anos deverá ir a uma agência 30 dias após ter realizado a adesão ao acordo do FGTS, apresentar documento que ateste a sua idade, a carteira de trabalho, o protocolo de adesão e o número do PIS e preencher o formulário de solicitação de saque.
Após cinco dias úteis, poderá receber em parcela única o saldo total do complemento do FGTS de suas contas.
A mesma medida provisória benefi cia também os trabalhadores que completarem 70 anos até dezembro de 2003, que poderá solicitar o saque no mês seguinte àquele em que completar essa idade.
A previsão é de que sejam pagos R$ 680 milhões a um total de 460 mil trabalhadores com 70 anos ou mais, que terão garantido também o atendimento preferencial em guichê de caixa específico.
Crise forçará nova alta de impostos
O pacote tributário que o governo prepara para compensar a frustração de receitas em 2003 implicará o aumento de vários impostos e contribuições sociais. O objetivo é dar sustentação ao aumento da meta de superávit primário que deverá ser exigido no novo acordo com o Fundo Monetário Internacional, o FMI. Para liberar novos recursos ao Brasil, o Fundo deverá exigir que o País aumente a economia do setor público, no ano que vem, de 3,75% para 4% do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com uma autoridade da área econômica, a necessidade de recomposição das receitas em 2003 será de aproximadamente R$ 10 bilhões, se a decisão for manter o mesmo nível das despesas deste ano. Esse é o valor aproximado das receitas que o governo deixará de obter por causa de uma série de fatores, como mudanças previstas na legislação tributária, ou fatos geradores, ocorridos neste ano, que não deverão se repetir em 2003.
O pacote tributário terá a função de sinalizar aos investidores e ao mercado financeiro que as finanças do País, principalmentre a dívida pública, vão ser mantidas sob controle.
De acordo com os técnicos, o aumento de tributos para compensar a perda de receitas não deverá representar aumento da atual carga tributária, que neste ano ficará acima de 34% do PIB. Isso porque a parte da arrecadação que será eliminada em 2003 deverá ser substituída, mas não ampliada.
O governo ainda não decidiu se tentará aprovar no Congresso, neste segundo semestre, os projetos que cubram a queda prevista na arrecadação.
Artigos
Assim vai faltar colchão
Igor Germano
Deu no The New York Times: a economia brasileira é um sucesso. A semana foi cheia de grandes emoções, culminando com a amável declaração do secretário do Tesouro norte-americano, Paul O´Neill, de que nossa equipe econômica "fez um extraordinário trabalho de manter políticas fiscais e monetárias sólidas". Falou e disse.
Domingo passado, o chefe da equipe econômica dos Estados Unidos havia criado um incidente diplomático ao declarar em entrevista ao canal Fox News Sunday que novas ajudas financeiras para Brasil, Argentina e Uruguai poderiam terminar em contas secretas na Suíça.
Perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. Em um ambiente de incerteza nos mercados, foi o tipo de declaração que só serviu para aumentar a turbulência na região.
Parece que o homem se deu conta da besteira que fez, mas ninguém pode prever qual das faces de O´Neill será mostrada na viagem que ele fará a partir de amanhã aos três países sul-americanos que, em maior ou menor grau, estão na pindaíba.
Neste momento difícil, não se trata de apontar quem merece mais ajuda ou quem tem sido um bom menino e feito o dever de casa. Os três países precisam de apoio internacional. Goste-se ou não disso, os Estados Unidos são a maior potência econômica e têm uma grande responsabilidade na hora de garantir um mínimo de estabilidade no mercado global.
Antes, costumava-se dizer que, quando a economia dos Estados Unidos espirrava, países vulneráveis como o Brasil é que ficavam resfriados.
A metáfora ainda vale para o cenário atual, mas poderia ser reformulada depois da revelação dos sucessivos escândalos financeiros em algumas das maiores empresas norte-americanas – que manipularam números e fraudaram balanços (sim, lá também existe corrupção), provocando uma nova onda de crise que veio bater no Brasil.
Aliado ao doentio clima de incerteza causado pelas eleições que se aproximam no Brasil, o resfriado nos Estados Unidos transformou-se numa pneumonia por aqui. O dólar disparou, levando o endividamento público para a estratosfera (a dívida líquida cresceu R$ 73 bilhões em julho) e pressionando o custo da cesta básica e dos aluguéis.
A visita de O´Neill pode ser importante para fortalecer um pouco a confiança na frágil economia da região. Na Argentina, por falta de confiança no sistema bancário, estima-se que a população esteja guardando US$ 28 bilhões debaixo do colchão, o equivalente a três vezes o volume de reservas internacionais do Banco Central. Para nós, pobres mortais brasileiros, resta esperar que O´Neill, Malan, FMI e presidenciáveis tenham um pouco de juízo para evitar que o Brasil viva o mesmo drama da Argentina. Senão, vai faltar colchão por essas bandas.
Colunistas
CLÁUDIO HUMBERTO
Sindicância devassa o Dnocs
Uma comissão desembarcou em Fortaleza para investigar o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contas as Secas, Francisco Rufino, que é suspeito de contratar empresas dele mesmo para prestar serviços ao órgão, como esta coluna revelou. O ministro Luciano Barbosa (Integração Nacional) já prorrogou o prazo para a comissão apresentar o veredicto. Mas Rufino continua à frente do Dnocs, cuja sede é na capital cearense.
Ciro cresce mais
Pesquisa do Instituto Vox Populi, a ser divulgada hoje, revela que Ciro Gomes se aproximou ainda mais de Lula, apesar do noticiário negativo envolvendo seu vice e o ex-coordenador da campanha. O petista continua em primeiro, com 34 pontos. Ciro tem 30, José Serra 13 e Garotinho 10.
Serra mais longe
Comparando a pesquisa de hoje com a anterior, do mesmo Vox Populi, de há dez dias, Ciro reduziu de 8 para 4 pontos a sua distância de Lula, e aumentou de 13 para 17 a vantagem sobre o tucano Serra.
Água no joelho
Se alguém quiser bajular Paul O'Neill, boquirroto secretário do Tesouro americano que chega amanhã ao Rio, é bom ter cuidado. Quando ele dirigia a Alcoa, multinacional de alumínio, foi homenageado em jantar no Palácio dos Leões em São Luís (MA), como lembra o jornalista Pergentino Holanda, e deu vexame: molhou as calças. Saiu de fininho, deixando a cadeira vazia.
Ao "embusteiro-mor"
Do alto dos seus 84 anos, 64 dos quais dedicados ao jornalismo, o editor-chefe do jornal A Tarde, de Salvador, Cruz Rios, publicou artigo sob título "Ao embusteiro-mor", que é um brado de indignação. O texto dirigido a ACM conclui assim: "Quem precisa explicar a riqueza é você, agatunado"...
Troca-troca
Cresce na Frente Trabalhista um movimento para substituir o vice do candidato Ciro Gomes. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, estaria "bichado".
Aluguel atrasado
Há três meses não são pagos os aluguéis do gabinete do vice-governador do DF, Benedito Domingos, no Edifício Varig, em Brasília. Ele não será despejado porque o dono das salas não se queixa: seu aliado Luiz Estevão.
FMI
Enquanto o mercado espera ver o acordo do dinheiro, grande parte da população continua sem ver a cor do dinheiro.
Melhor não tê-los
Envolvido numa briga na boate Baronetti, em Ipanema (RJ), Anthony, filho do empresário paulista Guilherme Afif Domingos (ex-candidato a presidente), disse aos fotógrafos ser filho do ex-governador Garotinho. Mas na delegacia não colou. Já Wladimir Matheus, filho do presidenciável, quer fazer um carnaval fora de época em Campos, com R$ 100 mil da prefeitura.
Pensando bem...
...no Brasil todos são culpados perante a lei, até abrir a carteira.
A trapalhada da prefeita
A prefeita de São Paulo deu declarações que pareciam ofensivas a Patrícia Pillar e a Rita Camata, que apóiam os maridos, irritou as duas e tentou consertar dizendo referir-se a Rosinha Garotinho, que deu o troco: "Ela usou Eduardo Supl icy e depois o descartou". Vale a lição que os homens aprenderam há séculos: em mulher não se bate nem com uma rosinha.
Bem na foto
Ex-líder do governo no Congresso e candidato ao Senado, o deputado Heráclito Fortes (PFL-PI) deu uma demonstração de força, quinta-feira, ao ser homenageado por 153 dos 220 prefeitos do estado, no seu aniversário.
Propaganda enganosa
A Caixa abriu nova linha de crédito para a classe média comprar "imóveis novos" na planta ou em construção, segundo a superintendente Deusdina Pereira. Após tentar quatro agências, informaram a um leitor, na Caixa, que houve "erro de interpretação". O FGTS pode ser usado para comprar material de construção da casa nova, não a casa nova em si. Ah, bom.
Rei sol
Tem tudo a ver a posse do novo presidente no Dia de Reis. Afinal, FhC estará entregando o trono.
Olho por olho
Já se foi o tempo em que árabes e judeus competiam em suas lojinhas do fazendo as liquidações de retalhos. Agora fazem guerra de retaliações.
É fogo!
Serão apuradas as irregularidades na Prefeitura de Macuco (RJ), garante o vereador Franklin Lemgruber (PMDB), relator da comissão que investiga o prefeito Maurício Bittencourt (PPB). Um incêndio criminoso, quinta, destruiu o computador, mas não os disquetes. Denúncia popular indica remédios superfaturados, desvio de verbas do INSS e má aplicação de recursos.
Poder sem pudor
Um baiano nos pampas
Reza o folclore político que o gaúcho Getúlio Vargas arrumou encrenca com o general Flores da Cunha, em 1937, ao nomear o general Daltro Filho, soteropolitano, interventor no Rio Grande do Sul.
- Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado!
Getúlio reagiu com naturalidade:
- Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?
Editorial
PIRATARIA INTERESTADUAL
O acidente com um ônibus de turismo que vinha de São Paulo para Brasília e matou seis e feriu 20 pessoas lançou luz sobre um tema tratado sem o empenho necessário pelas autoridades: o transporte interestadual pirata. Como há outros setores, em tese, mais prementes para se fiscalizar, fica difícil controlar veículos que saem de Brasília com a bandeira de turismo, mas acabam funcionando como uma lotação na sua volta para a cidade.
No ônibus acidentado na Via Anhangüera, havia diversas pessoas que não embarcaram aqui – o que configura ilegalidade. Isso porque os ônibus de turismo são autorizados a fazer transporte ponta-a-ponta, e obedecem a uma legislação específica para esse tipo de atividade.
Quando cobram passagens e recolhem pessoas à vontade, os motoristas de ônibus de turismo estão colocando em risco não só seus passageiros, como os outros motoristas, e até os pais de famílias que descansam em casa.
Segue-se uma linha perversa, mas possível de acontecimentos: as empresas de ônibus constituídas têm sobre si a incumbência de verificar a identidade dos passageiros. Entre as razões estão o combate à fuga de pessoas procuradas pela polícia e o seqüestro de menores de idade. Quem faz pirataria interestadual, além de não se submeter aos mesmo critérios de segurança especificamente para o trânsito, pode ajudar foragidos e seqüestradores. Esse aspecto já seria o suficiente para que a atividade não fosse tolerada, mas há mais.
Essa atividade ilegal atinge em cheio o setor de transportes legalmente constituído. Não paga os mesmos impostos e pode cobrar tarifas mais baixas, caracterizando assim concorrência ilegal. Tanto que o preço cobrado pelas caronas fica pela metade da passagem tradicional.
Em muitos casos, os motoristas fazem caminhos alternativos para fugir da fiscalização aumentando ainda mais o risco de acidentes. A atividade é, enfim, um grande foco de irregularidades. É preciso que as autoridades atuem com rigor e punam severamente os responsáveis. Não é difícil encontrar esse tipo de contravenção pelas ruas. Trata-se de uma mais uma forma de pirataria que assola o estado de direito e da qual a sociedade não quer e não pode ficar refém.
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08/03/2002
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