Colombo pede que integrantes de conselho da TV pública sejam aprovados pelo Senado



Os nomes dos integrantes do Conselho Curador da nova TV pública brasileira deveriam ser submetidos pelo governo ao Senado Federal, recomendou o senador Raimundo Colombo (DEM-SC), co-autor do requerimento para a realização da audiência pública sobre o tema, realizada nesta terça-feira (19) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Ele foi o primeiro de dez senadores a debater a questão.

Colombo manifestou ainda preocupação com os gastos para a criação da nova emissora e com a possibilidade de se "criar moda", levando diversos governos estaduais e municipais em todo o país a seguir o exemplo do governo federal.

A presença de emissoras públicas brasileiras de televisão e rádio em regiões pouco habitadas da Amazônia foi elogiada pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP), que lembrou ser comum, até os anos 70, habitantes locais recorrerem a rádios como da Albânia, em busca de notícias.

O senador Flávio Arns (PT-PR) recomendou que se evite o caminho atualmente adotado pela TVE do Paraná, que estaria sendo utilizada pelo governo estadual para "afrontar e injuriar" opositores políticos. Por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou que a TV pública tenha sido criada por medida provisória, reduzindo a possibilidade de debate do tema pelo Congresso Nacional.

A garantia de espaço para a produção independente foi solicitada pelo senador João Pedro (PT-AM). Em resposta, a diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Tereza Cruvinel, disse que a TV pública vai abrigar "com generosidade" a produção independente, que, a seu ver, "congrega olhares mais variados" sobre o país.

Os senadores Adelmir Santana (DEM-DF) e Rosalba Ciarlini (DEM-RN) defenderam a instalação em Brasília - e não no Rio de Janeiro - da sede da nova emissora. Assim como Raimundo Colombo, Rosalba pediu ainda que os nomes dos integrantes do Conselho Curador da TV pública sejam submetidos ao Senado.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) contestou os que dizem que a TV Brasil será uma emissora "chapa branca". Em sua opinião, muitas emissoras privadas atuam de forma mais governista do que algumas emissoras públicas. Por sua vez, o senador Sibá Machado (PT-AC) recorreu ao exemplo da TV Senado, em defesa da tese de que pode haver liberdade em uma emissora pública.

- Aqui não vale a idéia de que o presidente manda na programação - afirmou.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou o apoio de entidades ligadas ao cinema à criação da TV pública. A nova emissora, observou, é vista pelos produtores de audiovisual como mais uma possibilidade de difusão da produção nacional. O presidente da CE, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), classificou de "histórica" a audiência pública e pediu atenção especial da nova emissora a programas educacionais dedicados à primeira infância.



19/02/2008

Agência Senado


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