Comissão de Educação discute sobre a Uergs com reitores da URI e Unisinos



A discussão da proposta do Executivo para a criação da universidade estadual (Uergs) foi o tema da audiência pública realizada agora há pouco com reitores da URI e da Unisinos na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, presidida pelo deputado Onyx Lorenzoni (PFL). O reitor da Universidade Regional Integrada (URI), Cléo Joaquim Urtigara, disse que o atual governo tem legitimidade para fazer sua política de ensino superior, mas considerou que não há necessidade da existência de uma estrutura estatal para fazê-lo, pois o Rio Grande do Sul conta com recursos constitucionais previstos em 1,5% da receita líquida do Estado para serem aplicados em mecanismos de fomento à ciência e tecnologia. Cléo Joaquim Urtigara reiterou não ser contra a implantação da Uergs, no entanto observou que a nova universidade não deve oferecer concorrência com os cursos de graduação já existentes nas instituições gaúchas de ensino superior. O reitor da URI sugeriu que se aproveite o projeto para a criação de programas de pesquisa de vanguarda nas universidades, estruturando cursos de mestrado e doutorado aos professores para desenvolver essas pesquisas. Ele acrescentou que também é preciso achar uma forma de cobrar dos estudantes que receberão a gratuidade do ensino pelo Estado, fazendo com que o aluno tenha o compromisso de prestar um serviço social como contribuição após a conclusão do curso. Por sua vez, o vice-reitor da Unisinos, Pedro Gilberto Gomes, lembrou que o ensino superior é um direito do cidadão e um dever do Estado, que tem a obrigação de atender esse direito e criar condições para que seja exercido no Rio Grande do Sul. Pedro Gilberto Gomes entende que a exclusão dos alunos é a principal dificuldade nas universidades, já que os jovens não têm condições para estudar, embora existam vagas ociosas e seja inconstitucional a reserva de vagas. O vice-reitor da Unisinos disse que não gostaria de ver a criação da Uergs como se o Estado já tivesse resolvido a questão, continuando uma massa de alunos sendo excluídos da universidade e causando problemas para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Rio Grande do Sul.

05/08/2001


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