COMISSÃO É PRORROGADA ATÉ 30 NOVEMBRO PARA INVESTIGAR REMESSAS ILEGAIS DO EXCEL
A CPI do sistema financeiro está sendo prorrogada pela segunda vez, por mais 56 dias, para investigar até o dia 30 de novembro denúncias da revista IstoÉ Dinheiro de que o Banco Central descobriu operações irregulares no Banco Excel que "fizeram desaparecer US$ 100 milhões" da instituição. O Excel foi o comprador do Banco Econômico, dentro do Proer, o que exigiu injeções financeiras próximas de R$ 5 bilhões do Banco Central. Ao depor à CPI, em agosto, o ex-dono do Excel, Ezequiel Nasser, afirmou ter deixado o banco "tinindo" e que o vendeu ao Banco Bilbao Biscaya "por apenas um real". Conforme a revista, o Banco Central descobriu operações financeiras simuladas envolvendo também a agência do Banco Excel-Econômico nas Bahamas, conhecido paraíso fiscal. O requerimento da prorrogação da CPI foi apresentado pelo senador Jader Barbalho (PA), presidente nacional do PMDB e líder do partido no Senado e já conta com mais de 27 assinaturas, número mínimo para que seja aceito. Jader Barbalho argumenta ainda em seu relatório que a prorrogação permitirá à CPI examinar com mais detalhes a farta documentação remetida ao Senado pelo Banco Central e por outras instituições financeiras. A CPI do sistema financeiro foi criada no dia 5 de abril último para investigar várias denúncias, entre elas a venda de dólares pelo Banco Central, a preços favorecidos, aos bancos Marka e FonteCindam, em janeiro, às vésperas da mudança cambial. A CPI foi criada também para investigar porque o sistema financeiro continuava frágil no primeiro trimestre deste ano, apesar dos gastos de R$ 20 bilhões do Proer no saneamento dos bancos brasileiros. No início do ano, o Banco Central ainda fez várias intervenções em instituições bancárias em crise.
21/09/1999
Agência Senado
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