Comissão terá prazo maior para apresentação de relatório sobre Banpará
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) anunciou nesta quarta-feira (dia 29) que os trabalhos da comissão que apura possível quebra de decoro pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) serão prorrogados por dez dias. Tuma vai a Belém para ouvir dirigentes do Banpará na época em que Jader era governador do Pará, entre eles o ex-gerente da agência central do banco, Marcílio Guerreiro. Tuma anunciou ainda que aguarda para esta quinta-feira documento do Banco Central com detalhes das operações sob suspeita. O documento pode esclarecer a transação que teria resultado em depósitos na conta do jornal Diário do Pará , de propriedade de Jader Barbalho.
O pedido feito por Jader para que todo o material sobre o caso seja objeto de perícia não deve, na avaliação de Tuma, atrasar a entrega do relatório.
- Não podemos aguardar a perícia. Jader pediu uma varredura em todos os documentos, mas se procrastinarmos os trabalhos não terminaremos nunca - avaliou Tuma.
A mesma opinião foi manifestada pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM). Segundo ele, a comissão tem caráter de investigação sumária.
- A perícia pode ajudar a dirimir as contradições entre o depoimento de Jader e o relatório do auditor Abraão Patruni. Mas, não nos podem cobrar profundidade nas investigações, já que trata-se de uma comissão de sindicância que deve dizer se há elementos suficientes para abertura de processo por quebra de decoro - explicou.
Jefferson Péres disse ser favorável a que conste do relatório um pedido de abertura de processo por quebra de decoro baseado na hipótese de abuso de prerrogativa. Ele suspeita que Jader tenha retido o requerimento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), que pedia ao Banco Central o envio ao Senado dos resultados das investigações sobre o caso Banpará. O requerimento foi apresentado em março e prontamente despachado pelo senador Edison Lobão (PFL-MA) que presidia aquela sessão. Somente três meses e 17 dias depois, após reunião do colégio de líderes, o requerimento foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça.
O pedido de abertura de processo contra Jader não tem o apoio do senador João Alberto Souza (PMDB-MA), outro dos membros da comissão que apura o caso. Segundo ele, o relatório deve se resumir ao repasse das informações colhidas até agora para a continuidade das investigações pelo Conselho de Ética. João Alberto disse ainda que o depoimento de Jader foi convincente.
- Ele detonou todas as denúncias que havia. Acho que ele se saiu muito bem no que diz respeito aos fatos que estamos apurando - afirmou.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) teve outra interpretação. Para ela, "quem se prestar a estudar autos do processo vai encontrar provas contundentes contra o senador". A senadora disse que, embora não existam depósitos de cheques na conta do senador, "a enorme coincidência de o dinheiro sair de uma conta e parar em outra aponta para a materialidade do crime".
29/08/2001
Agência Senado
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