Comunidade libanesa no Brasil é maior que população do Líbano



Matéria retificada em 23/04/2010 às 10h00

A comunidade libanesa que vive no Brasil, formada em sua maioria por descendentes, é maior do que a população do Líbano. São quase 10 milhões de libaneses e descendentes em território brasileiro, contra 3,5 milhões que vivem no Líbano.

O país é uma república parlamentarista com presidente eleito pelo voto dos deputados. O atual presidente, general Michel Sleiman, foi eleito pelo Parlamento em 1998. Brasil e Líbano têm comércio bilateral de cerca de US$ 312 milhões.

Em 2010, são comemorados 130 anos do início oficial da imigração árabe para o Brasil. Foi em 1880 que o primeiro navio com libaneses deixou o porto de Bekaa, estimulados pelo imperador Dom Pedro II, que visitara o país quatro anos antes. A maioria dos libaneses imaginava estar migrando para os Estados Unidos, porque o Brasil era praticamente desconhecido.

Muito antes, no entanto, árabes já tentavam a sorte no novo mundo. No Brasil, os primeiros árabes chegaram ainda no período colonial, para trabalhar como mascates. Em 1880, veio a primeira grande leva de árabes cristãos, fugindo do Império Otomano, Estado de maioria muçulmana que dominava todo o Oriente Médio e era controlado pela etnia turca. Os estados que mais receberam migrantes árabes foram São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e Goiás. Como chegavam com o passaporte otomano, eram chamados de "turcos", denominação aplicada até hoje aos árabes e seus descendentes em parte do Brasil.

O Império Otomano foi extinto após ser derrotado na Primeira Guerra Mundial, junto com a Alemanha. Na divisão do Oriente Médio que Inglaterra e França fizeram entre si, coube aos franceses o Líbano e a Síria. Beirute, a capital libanesa, tornou-se, então, a "Paris do Oriente", uma cidade cosmopolita e sofisticada. Em 1926, criou-se a República do Líbano, mas ainda como colônia francesa.

A independência só veio como fim da Segunda Guerra Mundial e, em 1949, o Líbano foi o primeiro país árabe a assinar um armistício com o recém-criado Estado de Israel - por outro lado, tornou-se também refúgio para os palestinos expulsos com a criação do Estado israelense. A constituição libanesa previa muçulmanos (majoritários) nos cargos mais importantes da República, o que levou a uma guerra civil, a partir de 1975, que durou 16 anos.

Numa região marcada por guerras, o Líbano é um país que busca o crescimento econômico. Senadores como Pedro Simon (PMDB-RS), Romeu Tuma (PTB-SP), Mauro Fecury (PMDB-MA) são descendentes de libaneses.



22/04/2010

Agência Senado


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