CONSELHO ACATA PEDIDO DE CASSAÇÃO DE MANDATO DO SENADOR LUIZ ESTEVÃO
O relator do processo, senador Jefferson Peres (PDT-AM), contestou as alegações sustentadas pela defesa, observando que não omitiu nenhuma informação aos demais membros do Conselho e disse também que não ouviu, como afirmou a defesa, em depoimento secreto os funcionários da CPI do Judiciário, tendo apenas questionado se os mesmos se dispunham a testemunhar. Ele ainda desconsiderou as outras reclamações dos advogados sobre cerceamento da defesa, lembrando que o acusado teve todas as oportunidades para assim proceder.
- O que se conclui com a peça da defesa é que no Brasil quem pode pagar um advogado por tempo integral consegue, por meio do apego ao formalismo dos códigos processuais e pela prioridade do acessório em detrimento do principal, anular ou procrastinar o processo e assim fazer com que o crime caia no esquecimento - sintetizou Jefferson.
Além de Jefferson, os senadores José Eduardo Dutra (PT-SE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Lauro Campos (PT-DF) e Paulo Souto (PFL-BA) afirmaram que não estavam convencidos das alegações da defesa. Dutra disse que a peça da defesa era uma série de meias-verdades que, sob o seu ponto de vista, não explicam os diversos negócios irregulares do senador Estevão. Já Lauro Campos falou que ao estudar o processo não conseguiu encontrar explicações para o fato de o senador haver desistido de todos os negócios com o Grupo Monteiro de Barros e ainda assim receber por isso. Souto também estranhou que não tenham sido apresentados documentos sobre o inicio dos negócios das empresas de Estevão e apenas de suas finalizações.
Em defesa do representado, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) advertiu para os riscos de realização de "um verdadeiro linchamento público do senador Luiz Estevão e a cassação de um mandato que somente o povo pode fazer, quando voltar, se assim quiser, às urnas". Também o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) afirmou que a representação oferecida contra o senador pelos partidos do Bloco de Oposição restringiu-se a questões de disputa política em Brasília.
15/06/2000
Agência Senado
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