Contribuição do agronegócio é decisiva para o país, segundo Roberto Rodrigues
O agronegócio é considerado o setor mais importante da economia brasileira pela contribuição que traz para as contas externas do país e para a geração de emprego e renda. Os números exibidos pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, aos senadores das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS), nesta terça-feira (15), mostram que o agronegócio responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% dos empregos do país e 41% das exportações brasileiras.
- O setor engloba desde a pesquisa agrícola até o produto colocado na gôndola do supermercado, com todas as etapas envolvidas do plantio à sua industrialização, venda e distribuição - disse. O conceito do agrobusiness ou agronegócio surgiu nos anos 50 na universidade norte-americana de Harvard.
O ministro apresentou vários dados que ressaltam a competitividade do setor e o seu avanço no país. De 1990 a 2003, houve um aumento de produtividade na agricultura brasileira de 74%. A área cultivada cresceu 12% no período, enquanto o volume físico da produção aumentou 93%. -Foi um crescimento espetacular de produtividade. Nenhum setor da economia brasileira foi capaz de incorporar tanta tecnologia-, afirmou.
O incremento da produtividade agrícola permitiu que o país aumentasse a produção agrícola sem ter que avançar sobre áreas preservadas. Segundo o ministro, seriam necessários 27 milhões de hectares a mais de plantio para o Brasil alcançar a taxa de crescimento de produção no período com a mesma taxa de produtividade de 1990.
Além disso, o Brasil possui 90 milhões de hectares disponíveis para a agricultura, correspondendo a áreas que já foram alteradas pelo homem, localizadas na região de cerrados. -Tenho certeza que a Copa do Mundo da produção de alimentos será jogada no Maracanã do Centro-Oeste brasileiro-, comparou Rodrigues, salientando a vocação agrícola dos cerrados, apontado como o celeiro do mundo.
A safra de grãos deste ano atingirá 112 milhões de toneladas, registrando marca recorde. O saldo positivo na balança comercial do agronegócio deverá alcançar US$ 22 bilhões neste exercício, com um aumento de 10% em relação ao ano passado. Rodrigues salientou também a expansão de 50% este ano da colheita de trigo (4,5 milhões de toneladas), um produto ainda fortemente dependente de importação, e da chamada safrinha de milho (10 milhões de toneladas), importante para a suinocultura e a avicultura brasileira.
Para atender o Fome Zero, o ministro calcula que seja necessário um aumento correspondente a 3 milhões de hectares de alimentos. As ações do governo no setor do agronegócio estão sendo desenvolvidas em três frentes: políticas públicas, envolvendo desde investimento em infra-estrutura até programas sociais, como o da agricultura familiar; organização das cadeias produtivas; e negociações internacionais para combater o protecionismo visando a abertura de novos mercados e a consolidação dos atuais.
Rodrigues informou que está propondo um programa de renda mínima para os agricultores familiares, buscando, para tanto, o apoio de instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Destacou também as grandes oportunidades internacionais para alguns setores, como o sucro-alcooleiro. Só os programas de utilização de álcool para adicionar à gasolina em países como o Japão e em localidades dos Estados Unidos, como a Califórnia, poderão demandar 10 bilhões de litros do combustível. -A atual produção brasileira é de 12 bilhões de litros-, comparou o ministro.
15/04/2003
Agência Senado
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