Corregedor apresentará relatório de investigação sobre Gim Argello



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), anunciou nesta quarta-feira (22) que vai apresentar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar um relatório relativo às investigações que conduziu sobre as denúncias de quebra de decoro parlamentar por parte do senador Gim Argello (PTB-DF). Mesmo com a decisão da Mesa do Senado de arquivar a representação do PSOL que solicitava investigar o senador pelo Distrito Federal, Tuma explicou que colheu material significativo do Ministério Público e, portanto, vai elaborar o relatório para dar ciência ao conselho do teor da investigação que está sendo conduzida pela instituição.

- Recebi muito material do Ministério Público, alguns sob sigilo de Justiça. Hoje vou conversar com os responsáveis pelo caso e saber deles, inclusive, o que eles me autorizam a quebrar (o sigilo) para fazer o relatório a ser encaminhado ao Conselho de Ética - explicou Tuma, em entrevista à imprensa.

O corregedor encontra-se nesta quarta-feira, às 17h, com o juiz Roberval Casemiro Belinatti, titular da 1ª Vara Criminal de Brasília, e, em seguida, com o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra.

Gim Argello é citado em escutas telefônicas gravadas durante a Operação Aquarela, por meio da qual a Polícia Civil do Distrito Federal, a Receita Federal e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios investigam desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB). Gim assumiu o mandato no dia 17 de julho em substituição a Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou após ter sido acusado de envolvimento com o mesmo esquema de corrupção. Na representação, o PSOL solicitava que fosse investigada a suposta participação de Gim no esquema.

Para arquivar a representação, a Mesa justificou que não cabe investigar um senador por quebra de decoro parlamentar em fatos ocorridos antes de sua posse no Senado.

Tuma lamentou a decisão da Mesa. Na opinião dele, as pessoas devemresponder por suas condutas éticas durante toda a vida pública e não apenas quando tomam posse em um cargo eletivo.

- Você fica constrangido em não poder dar continuidade às investigações, inclusive em benefício do próprio acusado, que teria a chance de se defender e provar a sua inocência - afirmou Romeu Tuma.

Já segundo o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a decisão da Mesa foi correta.

- Uma representação por quebra de decoro parlamentar só pode se ater a fatos ocorridos no exercício do mandato e esse não o caso - argumentou



22/08/2007

Agência Senado


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