Corregedor do Senado examina representação contra Crivella



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), informou ter recebido oficialmente nesta terça-feira (3) representação encaminhada por três procuradores da República contra o senador Marcelo Crivella (PL-RJ). Segundo ele, foram enviados à corregedoria um relatório e recortes de notícias divulgadas pela imprensa sobre a situação de Crivella. Uma delas aponta que uma emissora de TV da Bahia poderia ter como diretor o senador pelo Rio de Janeiro, o que é vedado pela Constituição.

Romeu Tuma disse ter falado na manhã desta terça-feira com o presidente da Casa, José Sarney, para dar satisfação sobre o recebimento da representação. Disse também que está procurando conversar com o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), para verificar se há alguma diretriz de encaminhamento do problema nesse colegiado.

Tuma explicou que não há prazo para tratar do assunto e que estaria sendo feita uma espécie de investigação preliminar para confirmar ou não os dados, já que na representação há muita notícia de imprensa, mas nenhuma prova documental chegou a suas mãos. O corregedor informou ainda que a representação foi encaminhada diretamente ao Senado por três procuradores, sem passar pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, mas com o pedido para que isso fosse feito.

De acordo com a notícia, explicou Tuma, teria sido realizada a venda das ações da emissora para duas pessoas, mas a operação não teria sido aceita pelo Ministério das Comunicações, o que levou ao cancelamento da venda pela própria TV. Somente em 2003, continuou o corregedor do Senado, houve nova comunicação da emissora ao ministério, que deverá elaborar nos próximos dias portaria autorizando a transferência das ações para outros compradores.

- Houve a transferência das ações, mas com validade a partir de agora – esclareceu o senador.

Há suspeitas, entretanto, segundo o corregedor do Senado, de que a operação teria sido feita à revelia de Crivella, conforme exposição encaminhada pelo próprio senador. Caberia então ao Senado, informou Tuma, avaliar a ocorrência ou não de dolo nesse caso. Ele disse ainda que está aguardando um novo documento oficial de Crivella dando explicações mais detalhadas sobre a operação.

- Com base nisto nós vamos fazer uma apuração – informou Tuma.



03/08/2004

Agência Senado


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