CPI DENUNCIARÁ PETISTA







CPI DENUNCIARÁ PETISTA
A CPI da Segurança Pública do Rio Grande do Sul deverá denunciar ao Ministério Público o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, o dirigente petista Diógenes de Oliveira, por estelionato e tráfico de influência. O enquadramento se baseia no desvio de doações recebidas pelo clube para a compra de uma sede para o PT em 1998 e no uso do nome do governador Olívio Dutra para pedir que a polícia gaúcha não reprimisse o jogo do bicho – o que o próprio Diógenes qualificou de “um carteiraço” no ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino.


Fator Roseana congela o PSDB
Crescimento da governadora do Maranhão nas pesquisas deixa os tucanos aflitos e divididos sobre a estratégia que o PSDB deve adotar, agora, na corrida para 2002

BRASÍLIA – A cúpula do PSDB rachou em torno da conveniência de apressar o lançamento de um candidato tucano à Presidência da República, para enfrentar o crescimento da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), nas pesquisas eleitorais. Reunidos ontem à noite para discutir a sucessão presidencial e o programa eleitoral gratuito que vai ao ar em cadeia de rádio e televisão na semana que vem, os dirigentes tucanos não se entenderam sobre que estratégia convém à legenda, aos pré-candidatos e ao Governo.

“Estabeleceu-se um clima natural de muita aflição porque o PFL foi altamente competente e fez um programa perfeito”, avaliou o líder do Governo no Senado, Artur da Távola (RJ). “Eu vi o programa e fiquei impactado”, confessou o secretário-geral do PSDB, Márcio Fortes (RJ).
Ainda assim, Fortes negava-se a mudar a decisão anterior de centrar o horário gratuito do partido na divulgação dos feitos do Governo, bem ao estilo dos três comerciais de 30 segundos que foram ao ar ontem. “São programas impessoais, mostrando os projetos do PSDB que foram incorporados pelo Governo”, explicou.

Se depender de Fortes e do ministro da Saúde, José Serra que se nega a participar das gravações para que não confundam sua fala com o lançamento de sua candidatura, a exceção ficará por conta apenas do presidente Fernando Henrique Cardoso.

PMDB – Ontem, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), voltou a defender candidatura própria do partido à Presidência da República, em 2002. Segundo ele, a legenda corre o risco de ter reduzida sua presença nos Estados caso não tenha, mais uma vez, uma candidatura nacional. Itamar, que disputa a indicação do PMDB para uma vaga na corrida presidencial, disse que a candidatura própria alavanca o aumento das bancadas nas assembléias legislativas.
O apoio do partido à reeleição de Fernando Henrique, em 1998, foi responsável, acredita, pela eleição de apenas nove deputados do PMDB no Legislativo mineiro.


Lula compara Roseana ao “efeito Collor”
BRASÍLIA – O provável candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comparou a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL) ao ex-presidente Fernando Collor de Mello em sua campanha eleitoral em 1989. Lula classificou Roseana como “um produto de marketing, oriundo dos meios de comunicação da família dela no Maranhão”.
“Ela poderia disputar uma eleição onde a família dela não fosse dona da afiliada da Rede Globo e do mais importante jornal do Estado. Aí, ela iria ver o que é a realidade. Um candidato não pode ser um produto de marketing como foi o Collor”, disse Lula.

Ele afirmou ainda que o PFL, de forma sábia tenta criar uma situação para impor o nome de Roseana aos demais partidos da base governista. Lula reiterou que o PT está aberto à alianças com as demais forças da oposição, mas disse que este não é o momento para discutir quem será o cabeça de chapa.

“Nós temos que discutir no momento exato, que não é agora, quem tem mais condições de ganhar (a eleição). Nós, do PT, temos interesse em discutir com todas as forças políticas. Se a gente colocar nossos maracujás no balaio dá uma grande feira, se separarmos, não dá nada”, disse Lula.
Lula voltou a minimizar a importância das pesquisas eleitorais que o colocam na liderança da disputa presidencial. Sobre a pesquisa divulgada anteontem pela CNT/Sensus, o presidenciável apenas comentou que o quadro eleitoral ainda não está definido


TRE aumenta o número de vereadores de Camaragibe
Por três votos a favor e dois contra, o Pleno do TRE julgou procedente o recurso apresentado por quatro suplentes de Camaragibe. Com isso, a Câmara Municipal terá o número de vereadores ampliado de 15 para 21

Por três votos a favor e dois contra, o pleno do Tribunal Regional Eleitoral julgou, ontem à noite, procedente o recurso impetrado por quatro suplentes de vereador de Camaragibe, determinando a ampliação de 15 para 21 do número de vereadores da Câmara Municipal da cidade. O TRE notificará ainda hoje a Justiça Eleitoral do município para que os seis primeiros suplentes de cada coligação sejam diplomados. A decisão beneficiará Maria José da Luz (PDT), Marta Maria Souza Lapenda (PSL), Carlos Antônio Janeiro Duran (PCdoB), Joel Lucas dos Santos (PL) – que foram os autores do recurso –, Hermínia (PPS) e Demócrito Honorato (PT).

“A Lei Orgânica do Município diz que quando o número de habitantes ultrapassar a casa dos 101 mil, a Câmara de Camaragibe terá 21 vereadores. Isso ocorreu antes da eleição do ano passado, mas o juiz eleitoral da cidade só diplomou 15 vereadores. Pedimos que a lei fosse aplicada, o que não aconteceu. Decidimos então recorrer ao pleno do TRE”, explicou o advogado dos suplentes, Luiz Carlos Coelho Neves, referindo-se ao artigo 18 da Lei Orgânica. “Foi uma decisão justa. Esperamos tomar posse ainda esta semana”, adiantou o suplente Joel Lucas, que acompanhava a sessão. Na eleição de 2000, ele obteve 853 votos.

O julgamento, no entanto, dividiu o pleno do TRE. O relator do processo, o juiz José Paes de Andrade, negou provimento por entender que o pedido para a ampliação do número de vagas da Câmara deveria partir da Mesa Diretora da Casa. Seu parecer foi acompanhado pelo juiz Mauro Alencar.
Mas o juiz Sérgio Falcão pediu vistas e discordou do relator. Falcão disse que o recurso estava baseado no artigo 18 da Lei Orgânica de Camaragibe e que poderia ser aplicado automaticamente, independentemente do autor do pedido. Esse também foi o entendimento do juiz Mário Gil Rodrigues e do desembargador Manoel Rafael Neto. O juiz José Maria Lucena preferiu se abster, porque não tinha assistido a sessão anterior do pleno.
Os seis novos vereadores de Camaragibe irão ganhar um salário mensal de R$ 3 mil e uma verba de gabinete de R$ 1,5 mil. O presidente da Câmara, Denivaldo Freire (PV), não foi encontrado ontem pela reportagem do JC para comentar o assunto. O município tem aproximadamente 128 mil habitantes.


Petistas traçam plataforma para 2002
Preocupados em ajustar os passos do Diretório Estadual do PT para as eleições de 2002, o deputado estadual Paulo Rubem e o prefeito do Recife, João Paulo, se encontraram ontem com o objetivo de traçar uma plataforma de trabalho para a legenda. Além de servir como uma prévia do 13º Congresso Estadual do PT, que acontece no final de semana, a reunião confirmou o nome de João Paulo como principal articulador do partido.
Apostando no bom trânsito do prefeito entre as demais legenda da oposição, Paulo Rubem reforçou o discurso da unidade e delegou à administração da capital o papel de “pilar” da candidatura do secretário municipal de Saúde, Humberto Costa (PT), ao Governo do Estado. A sugestão do deputado foi acatada por João Paulo.

“Tanto eu como o João Paulo reconhecemos que é cedo para definir os contornos de uma chapa majoritária, até porque não sabemos as in tenções dos outros partidos. De toda forma, o Governo do PT no Recife será nossa arma para atrair forças aliadas nas eleições. João Paulo é a nosso líder mais forte e felizmente topou estar à frente dessas busca pela unidade ou, pelo menos, uma sintonia política no primeiro turno”, assinalou Paulo Rubem.

A imagem do PT no interior do Estado também foi debatida. Com o intuito de se fortalecer nas demais regiões do Estado, Paulo Rubem sugeriu ao prefeito a condução de uma caravana às principais cidades pernambucanas. Além do palanque de Humberto Costa, a candidatura de Lula a presidente será trabalhada com mais intensidade fora do Grande Recife, principal reduto petista.
João Paulo se comprometeu a assumir sua “responsabilidade” na campanha do PT em Pernambuco e demonstrou estar satisfeito com “peso político” da sua administração. Entretanto, preferiu transferir à Executiva Nacional da legenda toda responsabilidade na condução das campanhas em Pernambuco.


Oposição quer mudar sistema de chamada na Assembléia
A bancada de oposição na Assembléia comunicou ontem ao presidente da Casa, Romário Dias (PFL), a decisão de romper com o acordo de líderes que instituiu a chamada no intervalo entre os dois expedientes da sessão. Segundo justificou o líder do grupo, deputado José Queiroz (PDT), a medida está esvaziando o grande expediente, período dedicado aos temas mais importantes dos debates e à oportunidade de a oposição se aprofundar nos questionamentos ao Governo. A bancada brigará para que a chamada seja realizada após a ordem do dia. Ou seja, quando todas as matérias da pauta tiverem sido votadas. Isso exigirá a verificação de quórum – 25 deputados presentes.

A sessão de ontem, primeiro dia em que ficou determinado o corte salarial aos ausentes que não justificaram a falta, ilustrou bem a preocupação que norteia a oposição. Não fossem as matérias de interesse do Governo, o plenário não teria reunido quórum de 37 presentes. Isso porque as justificativas às ausências não obedecem a nenhum critério. Dependem apenas de o presidente entender se deve deferir ou não.


CÂMARA RESTRINGE IMUNIDADE
A Câmara aprovou ontem, em primeiro turno, a emenda constitucional que restringe a imunidade parlamentar ao exercício do mandato e permite que o congressista seja processado por crime comum no Supremo Tribunal Federal (STF) sem a necessidade de licença prévia do Legislativo. A aprovação foi esmagadora: 412 votos a favor – 104 a mais do que o necessário – e nove contrários. Entre os que rejeitaram a proposta, estão os deputados Eurico Miranda (PPB-RJ), e Zé Gomes da Rocha (PMDB-GO), que respondem a processo na Justiça. O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), antecipou a votação da emenda, prevista para ocorrer hoje.


Artigos

Tenho sede
FÁTIMA QUINTAS

Falo para mim mesma. Hoje é dia de confissões. Mas a quem direi o que preciso? São tão poucos os que me ouvem. Ou estarei enganada? Talvez encontre na primeira esquina alguém que me dê atenção. Meu grito é mudo, retém o pudor dos tímidos, falta-me coragem para alardeá-lo. Digo-me para dentro. Auscultarei a minha escuta. Padeço de excesso de consciência. O meu transbordamento não me tranqüiliza. De que vale saber-me tanto se não assumo a ousadia de romper com as amarras que me sufocam? Repito: “Sou o intervalo entre o que desejo ser e o que os outros me fizeram.”

Alimento, com gula descomunal, os sentidos. Brado por filosofias, todas. Nenhuma em particular. Vejo de muito perto o que parece longe. Enxerguei cedo demais a janela transcendente e, antes do tempo, desajeitada, cresci, cresci, cresci... Acovardei-me diante do fim da minha infância. De pronto, sem a acomodação devida, o meu corpo me transformou em mulher, e o receio de desapontar-me multiplicou-se numa progressão incontrolável. Que vou eu fazer com essa maturidade que jamais almejei? Não posso interromper o processo exterior. O rosto se tornou sério, o riso perdeu os sorvos de pureza, as mãos ostentam inúteis anéis como que justificando o uso de máscaras. “Quando é que despertarei de estar acordada?” Utilizo sofismas para enganar-me? A vida é um susto diário. Abro a porta, e o mundo me ameaça com as suas enganosas armadilhas. Voltar no tempo em nada adianta, simplesmente porque não há volta. Os caminhos existem, os pontos de chegada, todavia, desviaram sua rota. Iludo-me com atalhos – quão dispersos! –, sem a menor pretensão de levar-me a retornos.

“Mas quem me mandou a mim querer perceber?/ Quem me disse que havia que perceber?” Fingir, como? Os recursos são temporários, e estou segura de que eles não atendem às minhas interrogações. Cinjo-me ao pouco que me cabe: a contingencialidade de um época que jurei eterna. Que pena! Não mudei por dentro. Sou tão igual ao que fui que pasmo diante de um rosto a envelhecer. Escondo-me entre espelhos opacos. Ainda bem que a antiga penteadeira de minha avó já não resplende as linhas do meu perfil. Tudo está difuso, meio embaçado, enredado na própria sombra. Prefiro assim.

Ouço-me. Minha alma parece morrer de sede. Há um fremente buscar-me que não estanca, vem e volta, numa circunferência cujas linhas não se tocam, paralelas, com existências independentes, umas respeitando as outras. E a sede se avoluma à medida que o traçado se compõe em um desenho truncado. O ontem encima-se em lembranças. O presente me atordoa. O futuro é por si alvissareiro porque se traduz em reservas de tempo. Mas a esperança em forma concreta me atemoriza. Será que a espera se sobrepõe à realidade?

Para que tantas perguntas, se nem mesmo sou capaz de definir-me? Dúvidas me habitam em moradas diferentes! Que importa o endereço se o remetente não muda? Levo comigo as dubiedades que autenticam o que cobiço ser. Nunca havia captado o tamanho das minhas incertezas. Impossível mensurar o que a cada dia se agiganta. Já envidei inúmeros esforços na tentativa de suavizar a resma das indagações. Inútil diligência. Desde sempre conheço-me assim. Inquieta. Confiante apenas nos meus próprios fantasmas.

Deveria ter aprendido a economizar os momentos da infância para usá-los quando quisesse. Então, o fiel da balança se equilibraria entre a mulher que me fiz e a criança que fui. Ainda há tempo de reaver as fagulhas que aquecem o meu interior. Ardo por dentro. As chamas explodem. O fogaréu rebenta em desejo. Amadureci sem me dar conta. Mas as revivências me esculpem tal qual lareira em constante estado de ebulição.
Minha alma morre de sede.


Colunistas

Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio

Candidata fofa
Para tentar cacifar-se em 2002 o PFL inventou a candidatura da governadora Roseana Sarney. O projeto original desse partido, como se sabe, era o deputado Luiz Eduardo Magalhães, que morreu prematuramente. Fez-se nova tentativa com ACM, porém os resultados foram pífios. Empinou-se então Roseana Sarney e ela acabou sendo bem aceita por vastos segmentos do eleitorado: teria 20% das intenções de voto, hoje, segundo a última pesquisa do instituto Sensus.
Trata-se, contudo, de uma candidatura artificial, fofa, inconsistente, porquanto não está respaldada em nenhuma idéia e sim no rosto simpático da governadora. O que ela pensa do Brasil e dos seus problemas, bem como da sua inserção no contexto internacional, nada disso é do conhecimento dos brasileiros. Sabe-se apenas que a pré-candidata do PFL é a única governadora do país, filha do senador e ex-presidente José Sarney e irmã do ministro Sarney Filho. E só.
Óbvio que essas qualidades não credenciam ninguém para ser presidente da República. Mas o PFL, aparentemente, não dá importância a isso, não. Tentou chegar lá uma vez com Sílvio Santos e depois recuou. Agora, inventou a candidatura da govern adora não para ir com ela até o final, e sim para tentar segurar a vaga de vice.

Bomba-relógio
A bancada do governo na Assembléia Legislativa ouviu ontem silenciosa e perplexa o discurso do líder Ranílson Ramos, do PPS, sobre o Funafin. Segundo ele, a situação do fundo é “desesperadora” porque o governador não honrou o compromisso de destinar R$ 330 milhões dos recursos da Celpe para a sua capitalização. Hoje, concluiu, mesmo que queira capitalizá-lo não há mais como porque os R$ 869 milhões que ainda restam da venda da Celpe já estão comprometidos.

Apelo à rejeição 1
Líder do PTB na Câmara Municipal do Recife, o vereador Carlos Alberto Gueiros apresentou ontem um requerimento pedindo aos deputados estaduais para rejeitarem o projeto de lei do Governo do Estado que modifica os critérios para a transferência dos coronéis da PM para a reserva remunerada. Tem tudo para ser aprovado.

Apelo à rejeição 2
Em sua justificativa, Carlos Alberto Gueiros (PTB) disse que o limite de idade para permanência na ativa, nas Forças Armadas, é 70 anos, o mesmo que é exigido dos membros do Poder Judiciário. E alfinetou: “O projeto busca privilegiar de forma casuística membros do reduzido núcleo de poder, em detrimento do erário público”.

Joaquim está bem avaliado em Timbaúba
Pesquisa feita em Timbaúba pelo Instituto “Repercussão” aponta o prefeito Galvãozinho (PMDB) com a popularidade em alta: 65% de aprovação. Para federal o 1º é Joaquim (PFL) e para estadual Antonio Moraes (PSDB).

Em busca da regionalização dos proporcionais
Quase sem candidatos proporcionais, o PPS respirou ontem aliviado ao obter a confirmação de duas candidaturas à Assembléia Legislativa: a do médico Euclides Mendes em Ouricuri e a de Robério Hamílton em S. J. do Belmonte.

Silêncio absoluto
As críticas que certos peemedebistas fazem a Itamar mereceram resposta de Ciro Gomes (PPS). Em entrevista ao “JB”, ele repudiou “a falta de respeito, o deboche e a desmoralização sistemática” da figura do ex-presidente, dizendo que a sua passagem pelo poder “foi benfazeja para a nação”. O PMDB-PE silenciou.

Faltou assessoria?
Coronéis da PM que estão ameaçados de ir para casa pelo projeto casuístico do Governo do Estado não querem brigar com o Palácio das Princesas. Em carta enviada ontem aos 49 deputados estaduais, eles dizem que Jarbas não foi “adequadamente assessorado” na elaboração da mensagem. E pedem a sua rejeição.

Do secretário Sérgio Guerra (PSDB) sobre a candidatura de Lula a presidente: “Temos que inventar outro discurso para combatê-la porque chamar o PT de sinônimo do caos não cola mais. A população não acredita nisso”. Sobre a recriação da Sudene: “Por mais enfraquecida que estivesse, o seu nome estava sólido na memória da região”.

O presidente da Associação dos Servidores da Assembléia Legislativa, Sérgio Ferreira, está magoado com Romário Dias (PFL). Não perdoa o fato de o presidente da AL não ter feito “qualquer referência” aos servidores da Casa no dia do lançamento dos três primeiros livros da série “Perfil Parlamentar”.

Integrante do PDT, o vice-prefeito de Maraial, Antonio Francisco ( “Neguinho”), pediu esclarecimentos à direção do partido sobre os motivos pelo quais o Governo do Estado não repassou ainda para a prefeitura a 2ª parcela do “convênio da cheia”. Ele diz que a União mandou o dinheiro e o Estado não repassou para o município.

Haja o que houver e custe o que custar, Bruno Araújo (PSDB) só pretende dar sossego a Romário Dias (PFL) quando ele retomar os entendimentos para a instalação da “TV Assembléia”, a exemplo da “TV Câmara” e da “TV Senado”. Se for bem sucedido na sua empreitada, o quórum na Casa tende a aumentar.


Editorial

Nova configuração

Está se formando uma nova configuração mundial em política e economia. Como constatou o próprio presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, nada é mais igual depois da tragédia de 11 de setembro. Em todo o mundo, firmam-se novas alianças e realinhamentos. Os EUA pressionam seu aliado privilegiado Israel a fazer concessões para que se chegue, finalmente, à paz na Terra Santa. No Brasil, já se fala no fim da era Malan, qualquer que seja o vencedor das eleições presidenciais do próximo ano. O próprio debate eleitoral está se encarregando de antecipar esse fim. Líderes e teóricos importantes dos grandes partidos que sustentam o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso já falam abertamente que a política do ajuste fiscal puro (segundo o modelo do FMI) e da abertura comercial irrestrita (quando os países ricos praticam protecionismo) naufragaram. Em sua viagem à Europa, o presidente ataca políticas hegemônicas e protecionistas.

Enquanto os que fazem o atual governo não chegam a um acordo sobre seu candidato à sucessão de FHC, circula nos meios governistas, em Brasília, documento intitulado Carta de intenções, divulgado pelo Instituto Sérgio Motta e formulado pelo ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros. Trata-se de um esboço de plano de governo para o situacionismo, que se autodefine como um programa de ação econômica. Repõe o desenvolvimento como prioridade e condição para uma distribuição de renda menos iníqua, e se propõe como opção do governismo para enfrentar os candidatos da oposição, principalmente Luiz Inácio da Silva. Seria uma recauchutagem do Plano Real. Enquanto isso, o PT vai migrando para o centro e o PFL divulga um esboço de programa de governo com fortes críticas à ortodoxia (que se apresenta como liberal) da era Malan. O esboço de plano de Mendonça de Barros aponta para ênfase no desenvolvimento e justiça social, em contraste com a primazia da estabilidade que marcou os dois mandatos de FHC. Seu autor fala de um ‘centro social’.

O pré-candidato do PSDB Tasso Jereissati já decretou o fim do Consenso de Washington, uma arrumação da economia e da política mundiais fabricada para suceder à Guerra Fria. Enquanto Moreira Franco, assessor especial de FHC, diz que o pensamento político de seu partido, o PMDB, precisa atualizar-se, sem descomprometer-se com a estabilidade indispensável, pois “moeda forte só faz sentido quando está no bolso do cidadão e não entesourada no BC”. O ‘centro social’ de Mendonça quer mais crescimento, mais exportação, juros mais baixos, menos dívida, menos dependência externa. E lá em Washington, o presidente do FED (banco central dos EUA) Alan Greenspan reconhece a vulnerabilidade externa das economias emergentes e propõe que os países ricos, industrializados, importem mais desses mercados periféricos.

O irmão do idealizador do ‘centro social’, José Roberto Mendonça de Barros, também economista, que saiu do Ministério da Fazenda por divergências com o ministro Pedro Malan, acha que a grande lição é que naufragou a idéia de que bom comportamento fiscal e uma política monetária razoável, sozinhos garantem a retomada do crescimento econômico. “A grande frustração do governo é que essa retomada foi bloqueada, por exemplo, com a redução de investimentos em infra-estrutura”, afirma. E se diz otimista com a economia brasileira, pois vê em 2002 recuperação surpreendente na economia mundial e uma virada na nossa balança comercial, “um pouco por aumento de exportações, mas muito por queda nas importações”. Enfim, equilíbrio fiscal não se contrapõe a desenvolvimento. Os dois se complementam harmonicamente.


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11/07/2001


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