CPI DEVE OUVIR MALAN E PARENTE, DIZ SUPLICY
Com base em matéria publicada no jornal "Folha de S. Paulo", o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou nesta quinta-feira (dia 22) a noticiada intenção do presidente da República de evitar a ida dos ministros da Fazenda, Pedro Malan, e do Orçamento e Gestão, Pedro Parente à CPI. Em pronunciamento durante a sessão plenária, o senador disse que as audiências aos ministros serão indispensáveis aos trabalhos da CPI, antecipou que já debateu essas convocações com integrantes da comissão e revelou que o relator da CPI, João Alberto (PMDB-MA), concorda com a avaliação de que o depoimento de Malan será necessário. No entender de Suplicy, "seria estranho se a CPI já começasse com uma limitação dessa natureza". O senador considera que a CPI, antiga reivindicação da oposição parlamentar, deverá contribuir para dar "maior transparência ao Banco Central e fortalecer o sistema financeiro". Ele defendeu uma investigação profunda dos mecanismos pelos quais as instituições financeiras movimentam capitais especulativos e remetem para o exterior grandes somas, a título de lucros.A presença dos ministros da Fazenda e de Orçamento e Gestão na comissão, enfatizou Suplicy, "será fundamental para esclarecer vários pontos, no momento oportuno". O senador lamentou que a Constituição não permita a convocação do próprio presidente da República e lembrou que, por ocasião das audiências aos ministros, será possível tentar esclarecer os reais motivos da repentina saída de Francisco Lopes da presidência do Banco Central. A presença do presidente da República no Congresso Nacional, ao menos uma vez no ano, será motivo da apresentação de um proposição legislativa por parte do senador paulista. Ele quer que o chefe do governo faça o pronunciamento sobre a situação da União, na abertura dos trabalhos do Congresso de cada ano, ao invés de simplesmente mandar a mensagem pelo chefe da Casa Civil.Em apartes, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) apoiou o discurso de Suplicy, enquanto o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse observar "um certo radicalismo na acusação ao governo" e considerou que os parlamentares não se devem guiar por hipóteses ou conjecturas.
22/04/1999
Agência Senado
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