CPI se desvirtuou, argumentam governistas
CPI se desvirtuou, argumentam governistas
O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT) adiantou ontem as bases da justificativa que os parlamentares petistas farão durante a votação do relatório da CPI da Segurança Pública, elaborado pelo deputado Vieira da Cunha (PDT). Pavan afirmou que, juntamente com o deputado Ronaldo Zülke, usará os argumentos de que a CPI se desviou da sua proposta original, tranformando-se em um palanque ideológico contra o PT e o governo do Estado do Rio Grande do Sul.
"Os depoentes que traziam denúncias de envolvimento de policiais com a contravenção ou isentavam o governo e o PT de responsabilidade eram interrogados de forma virulenta e inquisitorial. Os que beneficiavam os interesses da oposição eram tratados com toda a cordialidade", salientou o líder do governo, que ainda destacou a formação de uma aliança da oposição com segmentos ligados ao jogo do bicho e à Polícia Civil que teve interesses contrariados pela ação do governo contra a corrupção.
Apesar do suspense em torno da totalidade do seu conteúdo, é dado como certo o indiciamento do presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira. Outros dirigentes da entidade, além de integrantes do governo de Olívio Dutra, também devem ser apontados no documento que, após votado, deverá será encaminhado ao Ministério Público.
Todos os indiciados serão relacionados às denúncias encontradas por Vieira nos depoimentos e documentos que chegaram à CPI. Irregularidades na arrecadação e desvio de recursos entre o Clube da Cidadania e o PT são a tônica do relatório. Vieira apresenta o relatório oficial amanhã a partir das 9h, no plenarinho da Assembléia Legislativa.
Relatório petista não tem valor legal, alega Andres
Para o presidente da CPI, deputado Valdir Andres (PPB) a notícia de que o PT pretende apresentar um documento alternativo ao relatório da CPI não tem valor prático e legal. "O único objetivo é o de desviar a atenção para os graves indícios que serão apontados no relatório. "É apenas mais um papel como tantos outros que o PT já produziu", ironizou Andres, destacando ainda que qualquer manifestação paralela "é uma invenção do PT para desmerecer a CPI." Andres disse que as atitudes dos deputados petistas demonstra "o desespero causado pela imersão em denúncias que não consegue responder".
O parlamentar também confirma suas declarações concedidas em entrevista sobre a legalidade do jogo do bicho. "Ratifico a opinião do próprio secretário Bisol de que não há problema com o jogo em si", afirmou. Segundo o parlamentar, a irregularidade está nas relações estreitas da atividade com o narcotráfico, na prática de achaques e no envolvimento do Governo com este universo.
PPB vai municipalizar a campanha eleitoral
O PPB vai municipalizar a campanha eleitoral de 2002. O anúncio foi feito ontem, durante reunião dos prefeitos e vice-prefeitos do partido, no Hotel Everest, em Porto Alegre, pelo candidato pepebista ao Executivo, Celso Bernardi. O encontro serviu, também, para recolher sugestões visando a conclusão do programa de governo do partido.
Para Bernardi, a municipalização da campanha é importante porque somente os filiados e simpatizantes que vivem próximos aos eleitores indecisos podem convencê-los a votar nos candidatos do PPB. "Precisamos mostrar aos gaúchos que temos potencialidade, currículo de bons serviços prestados, candidato e propostas para ganhar a eleição", comentou.
O coordenador da comissão do programa de governo, ex-ministro Francisco Turra, lembrou, ainda, a importância do respeito às diferenças existentes entre as 22 regiões do Estado. "Devemos adotar uma linguagem regional, por isso, o prefeito deve apontar ao candidato as necessidades dos municípios", destacou.
Turra, que ouviu sindicatos, entidades e prefeituras, aprontou o plano de governo baseado em 11 (número do partido) pontos principais: agronegócio; segurança; educação; saúde; desenvolvimento econômico; estado moderno; professores e servidores públicos; infra-estrutura, ciência e tecnologia; meio ambiente; criança, jovens idosos e deficientes e descentralização.
Sobre a disputa com o PT, Bernardi adiantou que não focará seu discurso no atual governo. "Os prefeitos e candidatos a deputados que façam a sua parte, mostrando os erros desta administração e chamando os caras de radicais e mentirosos", disse. Segundo ele, o tempo de propaganda deve ser utilizado para apresentar propostas.
Paulo Moura, contratado para fazer a assessoria política da campanha, ponderou que o partido vai crescer em função das crises internas do PT e do PMDB. "Essas crises só serão boas para o PPB se conseguirmos preencher o vácuo de moralidade e ética deixado pelo PT", concluiu o responsável pelo marketing da campanha pepebista, Fábio Bernardi.
Apenas 20% das emendas devem ser aproveitadas no parecer
O relator do orçamento do Estado para 2002, deputado Adroaldo Loureiro (PDT), acredita que apenas 20% das quase 700 emendas apresentadas devem ser aproveitadas no seu parecer. Do total de emendas protocoladas até o dia 17 de outubro, 32 foram retiradas e 94 subscritas pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Conforme Adroaldo, as emendas somam R$ 227 milhões remanejados de uma rubrica para outra. O maior volume, R$ 108 milhões, está sendo destinado para obras viárias, como estradas, pontes, aeroportos, etc. Adroaldo Loureiro reúne-se hoje com o chefe de Gabinete de Orçamento e Finanças do governo, Ubiratan de Souza, para ajustar as emendas apresentadas pelos Coredes, durante as audiências do Fórum Democrático.
O deputado garantiu que até o dia 19 estará com o relatório publicado no Diário da Assembléia, para votá-lo na Comissão de Finanças e Planejamento, dia 22. O parecer do deputado será apreciado em plenário entre os dias 27 e 28 deste mês, sendo que até o dia 30 o projeto do orçamento deve retornar ao Executivo.
Avião cai em Nova Iorque com 255 pessoas a bordo
Um avião Airbus A300 da American Airlines com destino à República Dominicana, com 255 pessoas a bordo (246 passageiros e 9 tripulantes), caiu momentos após a decolagem do aeroporto Kennedy, em Nova Iorque. O FBI acredita ter havido uma explosão no aparelho e investiga se ela ocorreu em virtude de falha mecânica ou de sabotagem. Bill Schumann, da Administração Federal de Aviação, disse não haver indicação imediata da causa da queda do avião, ocorrida dois meses após ao atentado ao World Trade Center. O porta-voz do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, Ari Fleischer, disse que o governo não descarta a hipótese de que a queda do avião tenha sido causada por um ato terrorista, mas que não há evidências disso até agora.
Segundo Fleischer, nenhuma ameaça "crível" foi recebida pelo governo antes da queda do avião. Também não houve comunicação "incomum" entre o avião e os controles em terra antes da queda.
Por causa do acidente, ocorrido às 9h17, a sede das Nações Unidas foi fechada para pedestres e veículos. No entanto, não foram tomadas medidas para esvaziar o edifício, onde líderes mundiais de mais de 180 países estavam reunidos para sessão da Assembléia Geral, informou o chefe de segurança da ONU. Os debates também não foram suspensos.
O avião caiu sobre pelos menos quatro prédios, levantando uma grande nuvem de fumaça na área de Rockaways, do bairro residencial de Queens, a cerca de 8 km do aeroporto Kennedy. Cerca de 200 bombeiros foram enviados para a área. Autoridades no Pentágono disseram que o avião não havia informado sobre qualquer irregularidade. A cidade foi colocada em alerta máximo e todos os aeroportos de Nova Iorque foram fechados, assim como pontes e túneis. També m o Empire State Building foi fechado.
O prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, confirmou que um dos motores do Airbus A-300 desprendeu-se da aeronave momentos antes do acidente. O motor caiu no jardim de uma casa no bairro do Queens. Tanto o local onde caiu o avião quanto aquele onde caiu o motor ficam próximos a uma escola, que estava fechada devido a um feriado local.
Artigos
Caminhos da política econômica
Adelar Fochezatto
A política econômica dos últimos anos conduziu o País a baixas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto e a problemas persistentes nas contas públicas e no balanço de pagamentos. Estas questões são altamente interligadas e nem sempre caminham na mesma direção. Com a queda da atividade econômica, o déficit fiscal tende a aumentar porque o governo arrecada menos e aumenta as pressões sobre gastos sociais. Desta forma, ao invés de aumentar a arrecadação de forma virtuosa mediante o crescimento da atividade econômica, o governo está atingindo as metas de ajuste fiscal via redução de gastos públicos e aumento de impostos, através da elevação de alíquotas ou, de forma espúria, através da não atualização da tabela do Imposto de Renda. Este procedimento provoca um círculo vicioso, pois a economia perde o efeito multiplicador do gasto público, levando a menos investimento em infra-estrutura e menos e piores serviços públicos. Quem mais perde com isso são as camadas da população de menor renda e os setores produtivos.
No que se refere ao balanço de pagamentos, a teoria diz que a pressão do déficit externo sobre a taxa de câmbio levaria a uma expansão das exportações, reequilibrando o sistema. O problema é que as exportações não estão respondendo suficientemente a este estímulo, o que pode ser atribuído a vários fatores: incertezas no cenário externo, redução do crescimento das principais economias desenvolvidas, perda de competitividade e de contratos devido ao longo período (cinco anos) de câmbio valorizado, queda dos preços das commodities no mercado internacional e elevação da taxa de juros doméstica.
Para evitar a explosão da taxa de câmbio, o governo eleva a taxa de juros básica da economia para aumentar o ingresso de capital especulativo e proporcionar uma alternativa aos aplicadores financeiros domésticos, reduzindo a demanda especulativa de dólares. Esta medida, no entanto, traz outros problemas: diminui as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto, acirrando os problemas sociais; reduz a competitividade dos produtos de exportação e aumenta a dos importados; eleva os encargos da dívida interna do governo, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas; e aumenta a vulnerabilidade do País a choques externos.
Com isso, apesar da estabilidade dos preços, continuamos, depois de quase oito anos de Plano Real, a ter como maiores desafios aumentar as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto, aumentar o saldo comercial, para ajustar o balanço de pagamentos, e reduzir o déficit do setor público. Os cenários não oferecem boas perspectivas e isto pode ser observado no fraco desempenho do mercado de ações, nas projeções pessimistas sobre o crescimento da economia e no pequeno ingresso de investimentos diretos externos.
Esta situação, é bom frisar, não é fruto do acaso: é o resultado de uma determinada concepção na condução da gestão pública e da política econômica. Como dizia o Abracurcix, "ontem foi amanhã antes de ontem". Qual o futuro que nos espera se seguirmos este caminho? Há alternativas viáveis e consistentes? Dada a proximidade de mais um pleito presidencial, é oportuno que sejam discutidas estas questões. De certa forma, elas representam a retomada dos tradicionais debates entre desenvolvimentistas x monetaristas e keynesianos x neoclássicos.
Colunistas
Cenário político - Carlos Bastos
CPI obriga PT a marcar posição
O relatório que o deputado Vieira da Cunha (PDT) apresenta amanhã na CPI da Segurança Pública - que deve, no mínimo, enquadrar o petista Diógenes de Oliveira e alguns dirigentes do Clube da Cidadania - vai forçar o Partido dos Trabalhadores a tomar medidas fortes. Os petistas partiram para uma reação, especialmente no tocante à participação de seus deputados na própria CPI, mais agressiva e procurando desacreditar a relatoria e a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito. E houve ainda o ato de desagravo ao governador Olívio Dutra, sexta-feira, na Praça da Matriz, que teve uma significativa participação popular e contou com a presença de figuras nacionais do PT, como o presidente de honra, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do partido, deputado José Dirceu, e o senador Eduardo Suplicy, entre outros.
Diversas
Há indicíos de que é inevitável a expulsão de Diógenes de Oliveira, que teria usado indevidamente o nome do governador Olívio Dutra e que tem sofrido críticas, inclusive, de seus companheiros da Articulação de Esquerda.
A Comissão de Ética do partido, que assumiu neste final de semana, agirá com o máximo de presteza para acelerar a decisão sobre o gesto de Diógenes.
Deverá ser provocada uma ruptura de relações do partido com o Clube da Cidadania, outra medida que está sendo amadurecida pelas lideranças petistas.
Em terceiro lugar, cogita-se da pura e simples devolução da sede partidária que havia sido cedida em regime de comodato pelo Clube de Cidadania.
Todas as providências visam criar possibilidades de recuperação para o desgaste do PT com o episódio da CPI da Segurança Pública, que teve seu ápice na revelação da conversa de Diógenes Oliveira com o ex-Chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino.
O líder do governo, deputado Ivar Pavan, diz que seu partido vai provar que a CPI da Segurança Pública se transformou num verdadeiro palanque eleitoral pela oposição, que agiu no episódio com muito facciosismo e parcialidade.
Na realidade, o PT gaúcho sofreu o mais duro golpe de toda sua existência e já está tomando medidas em busca de uma reação. Ainda com o agravante de que o desgaste provocado atingiu todo o território nacional, em virtude da divulgação das notícias pelas televisões, jornais do centro do País e agências de notícias.
O episódio não se circunscreveu ao Rio Grande do Sul, pela repercussão alcançada pelo diálogo entre Diógenes e Tubino. O comando petista entende que já se procura fragilizar a candidatura de Lula à Presidência da República, que se encontra na liderança de todas as pesquisas de opinião realizadas até aqui.
Ao participar de reuniões do PMDB neste final de semana, o deputado Germano Rigotto obteve o apoio de mais duas coordenadorias do partido para concorrer ao Senado em 2002, contabilizando agora o apoio de quase todas as coordenadorias no Estado. Esteve visitando o vale do Paranhanha e o Vale dos Sinos.
Última
A contraofensiva petista na CPI da Segurança Pública vai se materializar num voto em separado da bancada ao relatório do deputado Vieira da Cunha (PDT), procurando ressaltar fatos que foram minimizados pelo relator. Nesse contexto, está a denúncia do envolvimento de delegados de polícia e outras autoridades policiais com o jogo do bicho e de fatos isolados, como o delegado Nelson Oliveira possuir duas carteiras de identidade. O PT mostra que vai enfrentar o desgaste da CPI com muita luta.
Começo de conversa - Fernando Albrecht
Shopping
Ontem essa coluna registrou o comércio ilegal nas praças da cidade. Faltou o comércio cada vez maior de móveis, sofás, cadeiras e mesas de jardim que se instalou, em definitivo, parece, no canto da ex-praça da Encol, aquele mesmo que a prefeitura levou mais de 20 anos para recuperar depois que foi ocupado por um morador. Reurbanizado e a traente, o local virou ponto de venda de móveis, o que transforma a praça em verdadeiro shopping informal. Vende-se lá, sem nenhum temor da fiscalização, tênis e abrigos coreanos, alimentação e redes.
Pobreza
Quem acompanha o futebol não se impressiona mais com a qualidade exibida nos campos, onde jogadores freqüentemente sem habilitação técnica fazem jogadas toscas, para dizer o mínimo. O que dá pena é ver os estádios cada vez mais vazios, o que parece incompreensível no que já foi conhecido como o país do futebol. Nas últimas rodadas do campeonato brasileiro as emissoras de televisão até modificaram o enquadramento das câmeras para evitar o cenário das arquibancadas ocupadas por meia dúzia de abnegados torcedores.
Festival de Marketing
A ADVB está comemorando os resultados positivos do I Festival de Marketing. O público do evento, de 800 pessoas, aprovou em 100%as palestras nacionais e internacionais. As avaliações indicando bom e ótimo foram de 87% para os Company Show e 91% para os Workshops Temáticos.
Fundação Médica
A Fundação Médica do Rio Grande do Sul, de apoio ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre, venceu a licitação internacional para supervisão dos cursos de Qualificação Técnica e de Ensino Fundamental, do Programa Profae do Ministério da Saúde, para os trabalhadores da área de saúde do Rio Grande do Sul com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID. O programa tem duração de vinte meses, inicia em dezembro, está orçado em R$ 838.000,00 e vai atender 7900 profissionais.
Desastre
A queda do Airbus sobre o bairro novaiorquino de Queens vai provocar um novo abalo no transporte aéreo, independente de ter sido acidente ou por ato de terrorismo. Atingidas quase mortalmente pelos atentados de 11 de setembro as empresas aéreas de todo mundo já amargavam a fuga dos passageiros assustados.
Temperatura do pé
O senador e ex-presidente da República José Sarney é um supersticioso de carteirinha. A ponto de só sair de uma sala ou prédio pela mesma porta em que entrou, mesmo que para isso tenha de fazer muitas voltas. E a filha Roseana, que agora também ocupa um espaço próprio na política brasileira? Para muitos esta quarta-feira é chave para a governadora do Maranhão. Se a Seleção de Felipão conquistar a classificação para a Copa sobe o ibope da governadora. Se repetir a desastrosa campanha e rumar para a repescagem, Roseana corre o risco de ganhar fama de pé-frio.
Gatos turísticos
Um grupo de aficcionados por gatos da Capital se organiza para cadastrar, assegurar tratamento e organizar a alimentação em horários e locais fixos dos mais de 100 gatos que vivem no Parque Farroupilha. Além de assegurar melhores condições de vida para os bichanos, que serão castrados e terão assistência veterinária, o grupo se espelha no exemplo de uma das ilhas gregas. Lá, de problema, um programa semelhante transformou os gatos em atração turística.
O Centro
O Sindilojas Porto Alegre realiza hoje, durante todo o dia, na Câmara Municipal, um seminário para discutir “A situação do Centro, o Legislativo envolvido na Questão”. Haverá painéis abordando assuntos como a Economia Informal, a Questão da Segurança, a Questão Fiscal - circulação e procedência de mercadorias, a Circulação e Trânsito de Veículos e a Poluição Visual e Limpeza Urbana.
Mestre
Passa bem e já está em casa, em processo de recuperação, o jornalista Aníbal Bendati depois de sofrer uma isquemia cerebral. Seus muitos amigos acompanharam com apreensão o período em que ele esteve hospitalizado. Bendati, um veterano do jornalismo gaúcho, é o mestre de nove entre dez diagramadores e um dos ícones da imprensa do Estado.
Miúdas
O Prêmio ARI de Jornalismo, o mais importante do Estado, em sua 43ª edição consecutiva, está com inscrições abertas até o dia 23 de novembro.
Às 15 horas, no salão nobre do Tribunal Regional do Trabalho, avenida Praia de Belas, 1100, tomam posse os juizes do trabalho substitutos Silvio Cláudio Bueno e Luciana Bohm Stanke.
Às 18 horas, na Esquina Democrática, os partidos de oposição fazem ato contra a corrupção e pela transparência política no Estado.
A Castelli Escola Superior de Hotelaria, de Canela, primeiro curso superior, em nível de bacharelado do Brasil está com inscrições abertas até 21 de dezembro.
Três técnicos do Programa Nacional Bolsa-Escola prestam esclarecimentos, até hoje, sobre a implantação do programa no Estado para prefeitos e secretários de educação.
Conexão Brasília - Adão Oliveira
No Congresso Nacional é dada como certa a retirada da candidatura de Pedro Simon às prévias do PMDB, em 20 de janeiro próximo. Mas, o senador não vai abandonar o barco. Articulações ou conspirações havidas, semana passada, aqui em Brasília, coordenadas por assessores do Palácio do Planalto, tentaram convencer Simon a abandonar a sua pré-candidatura, com a finalidade de implodir as aspirações de Itamar Franco, de sair candidato próprio do PMDB à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Ao que tudo indica, mesmo que Michel Temer venha a disputar as prévias do PMDB, Pedro Simon e Itamar Franco mantém as candidaturas.
Ética
A idéia da troca do nome Pedro Simon pelo de Michel Temer, na cédula das prévias do PMDB, em 20 de janeiro, não agradou ao líder do partido, no Senado, Renan Calheiros, que a considera uma traição aos dois pré-candidatos. Para o senador Calheiros, a permanência de Michel Temer na presidência do PMDB, ficaria insustentável se isso acontecesse.
Governo
O argumento encontrado pelo PMDB governista para que o senador Pedro Simon abandonasse a disputa pelas prévias é, no mínino, discutível. Os governistas convenceram Simon que só ele seria capaz de vencer o PT, no Rio Grande. O senador até acreditou, mas daí atender ao apelo dos palacianos... Simon tem conversado com Itamar. Os dois mantêm as candidaturas às prévias, colocadas bem antes da última convenção partidária.
Campanha
Moreira Franco, o genro do genro - era genro de Amaral Peixoto que era genro de Getúlio Vargas - foi escolhido para montar o programa de governo do candidato Michel Temer, do PMDB palaciano. Moreira era, até poucos dias, um dos assessores de Fernando Henrique. Ele largou o Palácio para articular a "guerra" contra Itamar Franco, de quem o presidente da República, é inimigo figadal. O ministro Eliseu Padilha, que deixa o cargo hoje, permanece fiel a Pedro Simon e deverá ser o coordenador de sua pré-candidatura.
Schirmer
Falei, ontem, com o deputado federal Cezar Schirmer, presidente do diretório gaúcho do PMDB. Schirmer disse-me que tem falado com Simon e que não vê um sinal do senador de que ele venha retirar a sua candidatura às prévias do partido.
Traição
Há mais de vinte dias eu falei com um deputado federal do PMDB gaúcho sobre a possibilidade de Michel Temer vir a ser, também, candidato às prévias do partido em 20 de janeiro. Disse o deputado: "a traição é certa. Só precisamos saber o momento em que isso vai ocorrer". Não deu outra!
Reforma
A Comissão de Tributação e Finanças da Câmara dos Deputados vai votar nos próximos dias uma emenda constitucional que, na prática obriga o sucessor de Fernando Henrique a assumir o mandato com um projeto de ampla reforma tributária pronto para ser negociado com o Legislativo. Dessa forma, ou o futuro governo negocia a reforma em janeiro de 2003, ou assistirá à revogação, 11 meses depois, de mecanismos de arrecadação, mais produtivos para o Tesouro: CPMF, Cofins, Pis...
Editorial
CPI da Segurança sob conceitos psicanalíticos
Amanhã, saberemos o relatório final da CPI da Segurança, que culminou com depoimentos entre tapas e sem beijos. Criada para apurar acusações de um certo relaxamento no policiamento ostensivo e investigativo, na atuação da Brigada Militar e da Polícia Civil, transformou-se, como soe acontecer em Comissões Parlamentares de Inquérito, numa disputa política. Claro, toda a ação parlamentar tem componente político incluso, mas aqui no Estado o enfrentamento tem sido a rotina. Equívocos de parte a parte exacerbaram esta disputa na Assembléia Legislativa, próxima do Piratini e do Judiciário, restando a Cúria Metropolitana, poder religioso, manter-se neutra, quem sabe resguardando-se como última instância para serenar os ânimos. No tempo, a CPI da Segurança apresentou, em oportunidades distintas, às vezes simultaneamente, os sete conceitos básicos da Psicanálise.
Desfilaram no Palácio Farroupilha figuras eruditas, bizarras e cruciais para se elucidar o que está errado na Segurança Pública. No entanto, restaram demonstrações inequívocas de: a) castração; b) do poder do falo; c) de narcisismo; d) de sublimação; e) de identificação; f) de superegos descontrolados; g) de foraclusão. Castração houve de informações que eram fundamentais para a elucidação do que se passa entre a Polícia Civil, a BM e o Jogo do Bicho. Que existem, aqui e ali, relações incestuosas, ninguém duvida, sempre foi assim, a sociedade tolera esta prática. A onipotência de alguns delegados, oficiais e agentes civis e da BM esbarrou na CPI, o corpo policial tem sim limites legais e obrigações. No aspecto do falo, a CPI conseguiu evoluir da sexualidade política infantil e adulta para mostrar que a masculinidade das acusações está presente ou ausente no mundo dos seres humanos. Por isso, tantas acusações e interpretações, porquanto o falo político é, mais do que tudo, fantasístico, simbólico. Na CPI, o possível controle do esfíncter das acusações não impediu um odor que constrangeu muita gente, dentro e fora do governo. Porém, com certeza o conceito mais importante da Psicanálise que desfilou pelos salões da Assembléia foi o de narciso. Nunca como antes o narcisismo primário e secundário, ou seja, o amor dirigido à própria imagem, foi tão exercitado e glorificado.
De pulsão em pulsão, todos tiveram seus 15 minutos de glória narcísica. Ocorreu, igualmente, muita sublimação, realizações políticas distantes de qualquer referência à sexualidade mas que afloraram ao longo dos meses em que a CPI teve momentos de ostracismo e apogeu. Na identificação, alguns opostos se apresentaram parecidíssimos, uns adotando os traços dos outros. Entretanto, o que mais apareceu na CPI da Segurança foi o conceito do supereu, o superego, ao mesmo tempo inimigo e amigo do ser humano. Instintivamente, todos os parlamentares, depoentes e testemunhas esforçaram-se para escapar à dominação do superego ou para suportá-la. Elemento exponencial da CPI, que acabou hospitalizado, confirma a teoria do aparelho psíquico, composto pelo ego, id e superego, proibindo, exortando e protegendo os que passaram na Comissão.
Nas próximas horas teremos a foraclusão da Comissão Parlamentar de Inquérito, que é uma construção teórica que busca explicar o mecanismo da origem da psicose. Na CPI tivemos todos os distúrbios inerentes e episódicos, como alucinações, doenças psicossomáticas duradouras ou transitórias causadas pela desordem, pela falta de inscrição, no inconsciente coletivo dos políticos e administradores, da situação e oposição, das experiências normativas que regem a vida no RS. A CPI da Segurança terá na sua foraclusão a chance de rejeição, repúdio, ou um grand finale, qualquer um deles desembocando nas eleições do ano que vem.
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11/13/2001
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