Criação do estado do Araguaia e debate sobre crise com Canadá marcaram a semana
Nos dois dias anteriores, os ministros das Relações Exteriores, Celso Lafer, e da Agricultura e Abastecimento, Pratini de Moraes, participaram em Plenário de longos debates com os senadores, durante os quais condenaram o protecionismo dos países desenvolvidos e demonstraram pouco otimismo quanto à possibilidade de redução, a curto prazo, da tensão existente entre os governos do Brasil e do Canadá.
Apesar do fim da proibição canadense à importação de carne brasileira, disse na terça-feira (dia 13) o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, permanece o impasse nas negociações junto à Organização Mundial de Comércio (OMC) sobre os programas dos dois países de estímulo às exportações de aviões.
- É forçoso reconhecer que a revogação da proibição referente à carne bovina está longe de resolver nossas divergências. Subsiste o desgastante contencioso comercial da indústria aeronáutica, hoje de volta à OMC e sem solução à vista - afirmou Lafer. A decisão do governo canadense de suspender as importações, sob o argumento de risco teórico de contaminação do rebanho pela doença da vaca louca, foi adotada no início de fevereiro.
Na quarta-feira (dia 14), o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, afirmou estar cada vez mais convencido de que o recurso freqüente a barreiras sanitárias constitui, na verdade, o "novo nome do protecionismo". Ao mesmo tempo em que reduzem suas tarifas de importação, observou, os países ricos aumentam as barreiras não-tarifárias às exportações dos países em desenvolvimento.
Por outro lado, lembrou Pratini, a crise deflagrada no comércio internacional após o surgimento de casos de contaminação de animais com a doença da vaca louca, pode abrir novos espaços para o Brasil, que teria condições de se transformar, em poucos anos, no maior exportador mundial de carnes.
Comissões
Na quinta-feira (dia 15), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, o jornalista Paulo César Ferreira, integrante do conselho deliberativo do Flamengo, acusou o atual presidente do clube, Edmundo Santos Silva, de cometer irregularidades na compra e venda de jogadores e de deixar de pagar os impostos referentes a essas transações.
O relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Santos Silva; do Flamengo; do presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda; do Vasco da Gama; e dos presidentes das federações de futebol do Rio de Janeiro, Eduardo Viana, e de São Paulo, Eduardo Farah. Na terça-feira, a CPI colheu depoimento do ex-presidente do Vasco Antônio Soares Calçada.
15/03/2001
Agência Senado
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