Cristovam: 2011 foi ano ímpar no Brasil e no mundo




Ao fazer uma análise sobre 2011, nesta quarta-feira (21), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse este foi um ano ímpar, pelo que aconteceu no exterior e no Brasil. Ele também alertou para os desafios e ameaças de 2012.

Para o senador, 2011 entrará para a história do mundo árabe, por exemplo, onde regimes autoritários e longevos terminaram em países como o Egito, o Iêmen, a Tunísia e a Líbia - que enfrentaram a onda de protestos conhecida como Primavera Árabe.

- O ímpar do que aconteceu nos países árabes pode levar ao florescimento de democracias ou pode levar a regimes teocráticos, com características autoritárias, impondo religião, costumes, hábitos, crenças a todos, sem respeito às minorias - avisou.

Cristovam destacou a consolidação de países emergentes como economias florescentes, mas, para ele, com péssimos indicadores sociais. Além disso, lembrou eventos como o desastre na cidade japonesa de Fukushima, que ainda não está completamente restaurada, e a crise financeira da Europa.

Recessão no Brasil

Na visão do parlamentar, o ano apontou para uma recessão na economia brasileira, cujo crescimento, em sua análise, não deve ultrapassar 3%, com inflação acima dos limites toleráveis. Ele também citou retrocessos na infraestrutura e na educação de base e alertou: o Brasil precisa ultrapassar uma nova fronteira.

- O ultimo que conduziu o Brasil a uma nova fronteira foi Juscelino Kubitschek, quando nos transformou, de uma economia agrária, de uma sociedade rural em uma sociedade urbana, em uma economia industrial. De lá para cá, apenas pequenos ajustes foram feitos.

Seguindo sua análise, Cristovam disse que 2011 foi ímpar na política brasileira.

- Começou com uma mulher assumindo a presidência e também nunca vimos uma quantidade tão grande de ministros sendo obrigada a renunciar. Um deles, por coisas que disse; os outros seis, por denúncias que receberam. Também nunca se viu uma imprensa com tanto poder para fazer denúncias, comprová-las ao máximo e, em função disso, o governo ser obrigado a mudar os seus ministros.

Contudo, ele lamentou que a "faxina" dos ministros tenha sido "induzida de fora para dentro".

- Não foi uma faxina que surgiu dentro do governo. Ela veio de fora, sob a pressão da mídia, da imprensa. O governo não teve a competência ou não teve o discernimento, o que é mais grave, de fazer a faxina a partir de constatações - lamentou.



21/12/2011

Agência Senado


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