Cristóvam diz que omissão é o que mais chama atenção na onda de violência
Depois de passar o dia em São Paulo, onde foi constatar o clima da cidade após a onda de violência que já vitimou quase uma centena de pessoas, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) revelou nesta segunda-feira (15) que mais do que o resultado do fogo e da violência, o que mais lhe chamou atenção foi a omissão de anos e anos dos políticos que dirigiram o país. Ele também criticou a omissão atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que sequer convocou o Conselho de Defesa Nacional ou ocupou cadeia de rádio e TV para alertar que o Brasil está vivendo uma guerra civil.
- É natural a raiva que sentimos desses bandidos que estão seqüestrando o país inteiro e que estão puxando o gatilho para matar policiais. Temos que pô-los na cadeia. Mas a arma não chegou na mão do bandido por ela própria, nem apenas por iniciativa dele. Chegou por omissão do governo quando aquelas crianças nasceram, cresceram, ficaram adolescentes, adultas e se fizeram bandidos - afirmou Cristovam Buarque.
Na avaliação do senador pelo Distrito Federal quem produz o criminoso não é seu pai ou sua mão, mas a sociedade que teria se transformado em uma fábrica de criminalidade. Cristovam lembrou que os bandidos têm que ser postos na cadeia imediatamente, mas que somente isso não resolve. O governo tem que investir em educação de qualidade para que as futuras gerações tenham pelo menos uma chance de não se transformarem em criminosos.
Em aparte, o senador Garibaldi Filho (PMDB-RN) opinou que as atitudes tomadas pelos governantes não estão condizentes com a gravidade do momento. Ele opinou que o presidente Lula ao invés de comentar que o problema é decorrente da questão social, deveria ter apresentado soluções concretas. Da mesma forma, o senador potiguar discordou da declaração do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, que recusou ajuda federal para combater a onda de violência.
15/05/2006
Agência Senado
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