Cristovam pede desculpas a família de torcedor que morreu devido a coronhada
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou nesta sexta-feira (12), em Plenário, pedido de desculpas à família de Nilton César de Jesus, torcedor paulista falecido no dia anterior, no Hospital de Base do Distrito Federal. Ele morreu devido a um trauma encefálico decorrente de golpe desfechado por um policial militar, com a coronha de uma arma. O incidente ocorreu após jogo que decidiu o título do Campeonato Brasileiro de Futebol, no último domingo, no estádio Bezerrão, no Distrito Federal.
Cristovam disse que, como representante do Distrito Federal, sentia-se na obrigação de pedir desculpas não somente à família, mas aos torcedores do São Paulo, time pelo qual Nilton torcia, e a todos os paulistas. Ele lamentou o episódio que vitimou o jovem, "que veio aqui assistir a um jogo de futebol, torcer pelo seu time e voltou para sua cidade natal morto, dentro de um caixão".
- Não se pode deixar que aconteça uma coisas dessas com um jovem de 26 anos - disse ele.
Além da coronhada, Nilton foi atingido por um tiro da mesma arma, que não estava travada e disparou no momento do golpe (a perícia demonstrou, porém, que a causa mortis foi a coronhada no crânio). Segundo informações divulgadas na imprensa, o policial tentava controlar uma briga entre torcedores das duas equipes - o São Paulo jogaria contra o Goiás, o qual havia perdido o mando de campo e, em vez de atuar em Goiânia, teve de fazê-lo no estádio Bezerrão, localizado na cidade do Gama. Para o senador, se houvesse um bom hospital próximo ao estádio, o jovem poderia ter tido mais chances de sobreviver.
Cristovam disse ainda que a polícia do Distrito Federal é uma das mais preparadas de todo o país. Por isso, argumentou, não podia deixar isso acontecer.
- Eu nem diria que foi uma "maldade daquelas", porque o policial jamais imaginava que isso iria ocorrer. E a gente viu a reação dele [do policial], de desespero, quando percebeu que o corpo do jovem estava no chão - afirmou.
12/12/2008
Agência Senado
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