Cúpula do PMDB já admite cancelar as prévias do partido
Cúpula do PMDB já admite cancelar as prévias do partido
BRASÍLIA – O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), admitiu ontem, pela primeira vez, que poderá suspender as prévias marcadas para o dia 17 de março, que definiriam o candidato do partido à sucessão presidencial. Diante da pressão de setores governistas do partido, Temer disse que vai avaliar se haverá condições de realização das prévias. Caso sinta que o partido não tem condições de levar adiante a disputa interna, ele promete convocar uma reunião da executiva nacional ou até mesmo realizar uma nova convenção para decidir o futuro do partido.
Dois dos três pré-candidatos do PMDB, o ministro Raul Jungmann e o senador gaúcho Pedro Simon (o outro é governador mineiro Itamar Franco) informaram, ontem, que manterão suas candidaturas. Em Porto Alegre, Simon disse que não retira o nome, nem admite compor chapa como vice de qualquer coligação com outro partido.
No Recife, Jungmann, que pretende ter uma conversa hoje com Jarbas, disse que só admite se retirar do jogo sucessório se o governador integrar um projeto político nacional. As opções nessa instância seriam o Senado ou a vice-presidência na chapa de José Serra.
Governador nega, mas recebe pressão para ser vice na chapa
Embora Jarbas Vasconcelos negue o convite para ser o vice do ministro José Serra, fontes do Governo Federal asseguram que o governador não somente foi convidado como recebeu um tratamento diferenciado. Teriam oferecido a Jarbas a possibilidade de ele ser, além do candidato a vice-presidente, o articulador de programas estratégicos para o Nordeste. Na prática, seria uma espécie de vice-presidência com maior poder deliberativo.
Ainda segundo essas fontes, o governador não teria dado uma resposta definitiva. Jarbas teria preferido colocar seu apoio incondicional ao ministro, além de se aceitar agir como articulador da campanha dos tucanos no Nordeste. Para Serra, o diálogo já seria motivo de comemoração.
A pressão para ter Jarbas como vice não é por acaso. Os tucanos sabem que o governador é a maior liderança do PMDB no Nordeste e que, ao seu lado, Serra poderá minimizar o rótulo de candidato “paulista” descomprometido com os problemas do Nordeste.
Serra também negou a oficialização do convite, porém não poupou elogios ao governador. “Jarbas tem nível, qualidade e currículo para ser muita coisa neste País. É um quadro tão importante que eu poderia até mesmo ser o vice dele”, declarou.
Ministro faz primeiras promessas de campanha
Na sua primeira visita a Pernambuco como pré-candidato tucano à Presidência da República, o ministro da Saúde, José Serra, apresentou números do Governo Federal e, principalmente, do Ministério da Saúde. Sutilmente, em seu discurso como ministro, no Centro de Convenções, disse que tem como meta reduzir a mortalidade infantil no Nordeste, até 2006, de 52 para 30 mortes em mil nascidos vivos. Também enfatizou a Educação, comprometendo-se a acabar, definitivamente, com o analfabetismo. “Todas as crianças estarão na escola”, assegurou.
Em entrevista, após a solenidade oficial, Serra desqualificou os resultados das pesquisas eleitorais, dizendo que “elas são muito importantes para se lançar uma nova marca de sabonete. Na política, o resultado das urnas é o que vale”, disparou. Para não ser acusado de se beneficiar da máquina, o ministro confirmou que se descompatibilizará no próximo mês, quando retomará o seu lugar no Senado. “O presidente Fernando Henrique disse que eu poderia permanecer por mais tempo, até o fim do prazo legal. Mas eu acho melhor reassumir meu cargo de senador”, alegou.
O ministro negou o rótulo de político descomprometido com o Nordeste – “na minha trajetória, no Executivo e no Legislativo, só fiz coisas boas para a região” – e se esquivou de rebater o vice-presidente Marco Maciel (PFL), que declarou que o resultado das pesquisas, colocando a governadora Roseana Sarney (PFL-MA), em segundo lugar, deve ser respeitado. “Não ouvi as declarações de Maciel, mas cada um pode ter a sua opinião.”
A reformulação da Sudene (hoje Agência de Desenvolvimento do Nordeste, Adene) também foi um compromisso assumido pelo pré-candidato tucano. Ele disse que o planejamento econômico do Nordeste será o tema central do seu programa de Governo e que reconhece a importância da Sudene para a região. Por enquanto, não há data prevista para o lançamento oficial da plataforma de Governo. “Estou colocando minhas idéias por onde passo, como fiz aqui”, declarou o ministro.
Um ato administrativo trabalhado politicamente
Um ato administrativo politicamente planejado e estrategicamente executado. Foi assim a visita do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro José Serra ao Recife. Os dois participaram da solenidade em comemoração aos dez anos do programa federal de Agentes Comunitários.
Durante a cerimônia, no Teatro Guararapes do Centro de Convenções, o presidente anunciou o envio, ao Congresso Nacional, do projeto que sugere a regulamentação da profissão. O ato reuniu cerca de 3 mil pessoas, entre políticos, agentes comunitários de saúde de todo o Nordeste e autoridades convidadas. Outras centenas de pessoas ficaram do lado de fora do teatro, numa tentativa inútil de ver e falar com integrantes do staff do Governo Federal.
O clima dos discursos, sempre festivos e elogiosos, quase foi quebrado durante o pronunciamento do presidente da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde, o baiano Roque Honorato. Em poucas palavras, ele deu um recado duro ao presidente Fernando Henrique e ao ministro da Saúde. “Estamos lutando para ter os mesmos direitos que os demais trabalhadores brasileiros, para que não corramos o risco de sermos substituídos ou até mesmo extintos por causa de processos políticos e eleitorais. Nosso trabalho não é só importante, é essencial para o País”, argumentou.
Representando o Governo do Estado, o secretário de Saúde, Guilherme Robalinho (PMDB), cuidou de fazer um pronunciamento mais ameno, citando os investimentos do Governo FHC na área da saúde. Já o ministro-candidato procurou demonstrar intimidade com o Nordeste. Ele fez um discurso cheio de exemplos e homenagens, especialmente ao governador Jarbas Vasconcelos. “Recife me traz lembranças do tempo em que militava por um País melhor. Acho que o Brasil está bem melhor, mas ainda há muito o que fazer. E são exemplos como o do presidente Fernando Henrique e do governador pernambucano que me incentivam. Esses dois homens conseguiram mudar o jeito de governar e nos dão incessantes provas de ética, caráter e justiça social”, declarou Serra.
Esbanjando sorrisos, o presidente Fernando Henrique aproveitou para retomar o discurso iniciado pelo baiano Honorato, só que desta vez com um linha mais próxima aos interesses do Governo. “Estamos nessa solenidade para agradecer o trabalho que os agentes desenvolvem pelo Brasil inteiro. O projeto que enviaremos ao Congresso não se trata de um favor. É um reconhecimento que não pode continuar sendo negado a esses trabalhadores. Não vamos deixar que nenhum interesse político se sobreponha às prioridades da população brasileira, e saúde é prioridade”, disse.
Homenageada como símbolo do Programa de Agentes Comunitários, a ex-professora Severina Ramos de Santana, 57 anos, não ficou muito à vontade. Militante e filiada ao Partido dos Trabalhadores, tia Neném, como é conhecida a agente de Saúde responsável por cerca de 150 famílias da comunidade do Caranguejo, no bairro de Sítio Novo, fez questão de separar a homenagem de sua vida política.
“Estou recebendo uma homenagem que não é só minha. É de toda uma categoria e isso me deixa muito feliz. Afinal, nosso trabalho trouxe importantes frutos para a população brasileira, em especial à de baixa renda. Me sinto gratificada em ver as pessoas que acompanho mudando a mentalidade sobre questões como amamentação, higiene e prevenção de doenças. Mas isso não tem nada a ver com minha ideologia política”, afirmou.
José Aníbal dispara críticas a Lula e Anthony Garotinho
O presidente nacional do PSDB, deputado federal José Aníbal (SP) disse, ontem, à imprensa, em Passsira, na visita às obras do Projeto Alvorada, que a candidatura à Presidência da República do ministro José Serra é irreversível e não depende do seu desempenho nas pesquisas. Aníbal descartou qualquer possibilidade de Serra sair do páreo em benefício de outro nome da aliança governista. “Não trabalhamos outra candidatura. O candidato é do PSDB. O que trabalhamos é a convergência do PMDB, PFL, PPB e PTB para essa candidatura.”
De acordo com o deputado, o partido do presidente FHC e que governa São Paulo não pode deixar de ter o candidato. A posição do PSDB choca-se direto na pretensão do PFL e da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que tem índices de intenção de voto bem maiores que o de José Serra. O deputado José Aníbal evitou, porém, referir-se a outros nomes na aliança governista ao sacramentar a postura tucana. “Não estamos brigando com o PFL”, ressalvou. Aníbal creditou, porém, o fulminante crescimento do nome de Roseana apenas ao “bom trabalho de marketing do partido”. O deputado deixou claro, entretanto, pouco crédito nas chances da pefelista. “A Roseana admitiu, outro dia, que pode não ser candidata.”
O deputado destacou que, no momento, há espaço para propostas e fatos novos, “mas não para aventureirismo”. A indireta do tucano teve endereço certo: o petista Lula e o socialista Anthony Garotinho. O presidenciável do PT foi o mais fustigado pelo tucano. “Ele é candidato há 12 anos e ainda não ampliou o seu leque de alianças. É um bom adversário, mas sinto que ele está preocupado por não avançar”, alfinetou. Aníbal argumentou que Lula não demonstra que pode chegar a 50% dos votos mais um para ganhar as eleições. “Ele não passa coisa nova para a sociedade e essa não se convenceu que ele pode ser presidente. Lula está derrubado”, declarou, para depois se arrepender do que disse.
O crescimento do governador Anthony Garotinho (PSB-RJ) nas pesquisas, não escapou à língua afiado de José Aníbal. “É transitório. Ele não governa mais o Rio, só vive se expondo na mídia pelo País”, disparou.
Senador quer aproximação com os outros partidos de oposição
Ontem à tarde o senador Roberto Freire (PPS) foi comunicado sobre o desfecho das negociações com o PSB e, imediatamente, definiu como prioridade de ação o aceno às outras forças de oposição. Em visita ao JC, Freire colocou a aproximação com o PDT – que no ano passado chegou a firmar um pacto efêmero com o PPS – como fator “imprescindível” para a nova coligação.
“Estou satisfeito com o convite feito pelo PSB porque era uma reivindicação antiga do PPS. Agora, o importante é procurar o PDT para uma conversa e tentar arranjar uma maneira de se reaproximar do PT”, comentou Freire.
Apesar da disposição em ampliar as conversas, o senador recriminou a entrada do deputado Luciano Bivar (PSL) na outra vaga do Senado, na chapa comandada por Eduardo Campos (PSB). Colocada pelo PL – partido que vem estreitando os laços com o PSB em Pernambuco – como “boa opção” para disputar o Senado, Bivar foi vetado por Freire, o que evidenciou a falta de sintonia do deputado liberal com o perfil da oposição. “Essa é uma opinião pessoal, mas creio que Bivar não é um bom nome para representar as esquerdas. Ele não tem esse perfil.”
Colunistas
PINGA-FOGO - Paulo Sérgio Scarpa (interino)
Fazer acontecer
Que ninguém menospreze a capacidade de mobilização do Governo Federal. A festa que o Ministério da Saúde preparou, ontem, para recepcionar o ministro José Serra no Centro de Convenções não deixa dúvidas sobre quem é o candidato do Governo. Ali estavam pelo menos três mil agentes de saúde uniformizados, recrutados no Nordeste e ovacionando em pé a assinatura pelo presidente FHC de projeto de lei regulamentando a profissão de agente de saúde. Nada mais apropriado para o início de uma campanha.
O anúncio chegou logo após a denúncia de Roque Honorato, presidente da Federação Nacional dos Agentes de Saúde, de que o programa sofre a interferência de políticos que até demitem agentes. E Honorato acabava de receber também demorados aplausos dos agentes.
Serra mostrou, porém, que está mais para professor universitário que para candidato. Gosta de mostrar erudição em estatísticas e comparações. Por isso, só conseguiu reações da platéia ao tratar diretamente sobre as garantias sociais e trabalhistas que os agentes passarão a ter. Mas este foi apenas a arrancada de uma campanha, muita coisa deverá acontecer. Por exemplo, tentar subir nas pesquisas.
A campanha começou aqui
O senhor dos tucanos, Sérgio Guerra, garantiu que o PSDB pernambucano alugou quatro helicópteros para transportar a comitiva de José Serra do Recife a Passira. E levá-la de volta ao Aeroporto dos Guararapes. “A campanha começou hoje (ontem) no Recife”, afirmava todo satisfeito o pré-candidato ao Senado. Mas sem esconder o receio de que Jarbas Vasconcelos possa desistir de ser candidato à reeleição. “O medo não é só meu não. É de toda a aliança”, disse.
Ponta de lança
Mesmo que não aceite ser o vice na chapa dos tucanos, Jarbas Vasconcelos retornou das férias todo animado para ser o articulador político da campanha de José Serra no Nordeste. E mais: quer o PMDB comprometido com o ministro da Saúde. Mas, até março, Jarbas deve continuar calado sobre seu futuro político, para não dar insônia na aliança.
Filho agressor
Soldados da Polícia Militar prenderam, ontem, Roberto Carlos Menezes de Almeida, 46 anos, acusado de agredir o pai, Manoel Ramos, prefeito de Catende. Ele foi encaminhado à Delegacia do Cordeiro. A prisão foi notificada ao presidente do inquérito que investiga atentado contra o prefeito ocorrido em 2001. O filho é um dos suspeitos.
Presidente fala em inglês para platéia nordestina
FHC não se fez de rogado ao dizer que também tinha um sonho ao assumir a Presidência. “I have a dream”, disse, recorrendo a Martin Luther King. Sorte que percebeu a tempo que tinha de traduzir para ser entendido por todos.
Magalhães chamou atenção de políticos
Roberto Magalhães não foi esquecido por José Serra em seu discurso, mas o que mais chamou a atenção dos políticos no Restaurante Leite foi a palidez do ex-prefeito. Abatido, já visualizava não estar nada bem por volta das 14h.
Exercício ilegal
José Serra está em pleno exercício ilegal da Medicina. Pelo menos foi o que contou o presidente FHC: sua amizade com Serra é tão antiga que ele se transformou, com o passar dos anos, em seu “médico particular”. Apesar de Serra ser formado em Economia e ter curso incompleto de Engenharia. Mas é hipocondríaco.
Bom partido
O candidato José Serra está sendo aconselhado por meia dúzia de antigos amigos que o ajudam a traçar seu marketing político. Como Alberto Goldmann, Milton Coelho das Graças, Luiz Paulo Veloso e Henrique Caban. Sem nenhuma coincidência, todos tiveram militância no “velho partidão”.
O senador Roberto Freire (PPS) aplaude a decisão do secretário Gustavo Lima (Defesa Social) de desconhecer a legislação dos Juizados Especiais Federais e determinar que as Polícias Civil e Militar continuem prendendo em flagrante quem estiver sem o porte legal de armas.
Se estivesse vivo, dom Hélder estaria incomodado ao ser citado por políticos em campan ha eleitoral. Eles lembram suas frases, mas retiram seus pensamentos do contexto original. Assim fez Anthony Garotinho (PSB) no Recife; e, ontem, José Serra (PSDB). Até o presidente FHC lembrou-se dele.
Os líderes dos partidos que atuam no Congresso Nacional devem se reunir antes do final do recesso parlamentar para tratar da segurança pública no Brasil. Uma das idéias é dar poder de polícia às Guardas Municipais já existentes em quase todas as capitais. Mesmo que os guardas municipais continuem desarmados.
O secretário Guilherme Robalinho (Saúde) pôde medir, ontem, qual será o tom de seu discurso de campanha a deputado ao falar aos agentes de saúde. Falou com tanto entusiasmo sobre o que Pernambuco faz em parceria com o Governo Federal que recebeu aplauso e citação nominal até de FHC.
Editorial
FINANCIAMENTO À PRODUÇÃO
O não-financiamento da produção é um dos fatores negativos que afetam a nossa economia. O financiamento de fonte estatal é parcimonioso e pouco aproveitado. O de fonte privada, dentro da tradição especulativa do nosso sistema bancário, tem custos elevadíssimos, graças aos juros teimosamente mantidos na estratosfera pelos responsáveis pela área econômica. São “juros escorchantes”, segundo o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso; mas, ao que parece, o Ministério da Fazenda, o Banco Central, o Conselho Monetário Nacional, não escutaram a crítica do presidente. Enquanto nos Estados Unidos e outros países ricos, quando há uma crise, como a que deriva da tragédia de 11 de setembro passado, baixam-se as taxas de juros, para reaquecer a economia, entre nós, ao contrário, o remédio para qualquer crise é embarcar as taxas de juros num foguete espacial que nos vai levar ao buraco negro da queda do desenvolvimento, estagnação, recessão.
Quanto ao financiamento da produção, nota-se que, apesar dos problemas a que nos referimos, quando uma empresa consegue chegar lá, driblando as restrições, os resultados são auspiciosos: aumento e maior qualidade da produção, subida nas vendas, mais competitividade, acesso aos canais de exportação. Os países desenvolvidos atingiram o patamar em que se encontram protegendo, incentivando e financiando sua economia. Continuam procedendo da mesma maneira, embora preguem aos países em desenvolvimento o sermão equivocado de um liberalismo econômico emperrado no século 18 (o Estado não deveria proteger sua economia, seu comércio externo, e sim mergulhar de cabeça numa globalização de mão única, que só interessa às economias já auto-suficientes).
É por isso que o deputado Delfim Netto, que já regeu a nossa economia em tempo de ‘milagre’ e não é nenhum adepto da esquerda, do socialismo nem de um nacionalismo exacerbado, propunha recentemente um amplo e eficaz debate nacional sobre a “construção de um vigoroso sistema de financiamento da atividade empresarial inovadora”. A rigor, lembrava, não existe financiamento acessível ao pequeno, mas já significativo, movimento de inovação tecnológica que nasce na universidade e na empresa; com exceção do BNDES e do Sebrae. O mesmo problema ocorre com o financiamento da atividade normal do sistema produtivo. O deputado, professor de economia, ex-ministro e ex-embaixador cita, para corroborar sua crítica, o programa Moderfrota do BNDES (juros entre 8,75% e 10,75%). Passou quase três anos paralisado por veto do Ministério da Fazenda. A persistência dos produtores de equipamentos agrícolas fez com que fosse finalmente liberado. O resultado é que, no ano passado, as vendas desses equipamentos cresceram cerca de 12%. O aumento das exportações desse segmento industrial superou os 40% (o que minimiza as alegações de atraso tecnológico). Paralelamente, as importações desses equipamentos caíram quase pela metade.
Questões como essa deveriam estar sendo debatidas seriamente pelos tantos candidatos à Presidência da República, ao Congresso Nacional. Delfim expõe as vantagens internas do programa que refere como exemplo: redução dos preços dos produtos agrícolas com relação aos industriais, o que aumenta o consumo de alimentos e reduz a taxa de inflação. E a grande vantagem na arena do comércio exterior: crescimento da nossa capacidade de argumentação, competição e ganhos nas futuras batalhas que se travarão na OMC (Organização Mundial do Comércio) e na Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Os países desenvolvidos protegem com denodo sua agricultura, toda a sua economia, e essas batalhas serão encarniçadas.
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01/29/2002
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