Maguito critica encaminhamento das prévias do PMDB
- Os que querem um colegiado reduzido renegam a democracia interna e fazem opção por um processo recheado de vícios, onde prevalecem a pressão suja e rasteira, o jogo da barganha política, da troca de cargos e gentilezas. Alerto que um candidato de proveta, ungido pela troca de favores políticos, não terá legitimidade na disputa presidencial - sustentou Maguito Vilela.
O senador por Goiás acusou o "grupo governista" do partido, majoritário na Executiva, de abrir mão do voto de aproximadamente 80 mil membros dos diretórios municipais. Afirmou que o próprio presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), chegou a mencionar em documento, durante a convenção que o elegeu, que a consulta prévia iria permitir o voto de 150 mil pessoas.
- Se os vereadores e os diretórios municipais forem excluídos das prévias, eles estarão fora da campanha. Como é que o partido poderá exigir trabalho e fidelidade dessas pessoas para um candidato que não ajudaram a escolher? Quem se julga incompetente para convencer 100 mil pessoas dentro do seu próprio partido não tem a menor condição de enfrentar uma eleição democrática para presidente - observou.
Conforme Maguito Vilela, se a decisão da Executiva não for alterada, "as dissidências internas serão inevitáveis". Assim, "muitos líderes importantes do PMDB apoiarão outros candidatos e a militância estará desunida e desmotivada". O resultado, na opinião do senador, é previsível:
- O candidato do maior partido do Brasil correrá o risco de ficar sem palanque e sem aliados em muitos estados.
Maguito recebeu apoio, em apartes, dos senadores Mauro Miranda (PMDB-GO), Íris Rezende (PMDB-GO), Roberto Requião (PMDB-PR), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Carlos Bezerra (PMDB-MT). Requião sugeriu que, mesmo se forem mantidos os 3.870 votantes, "os verdadeiros peemedebistas" trabalhem para que o partido escolha um candidato próprio desatrelado "dos interesses do Palácio do Planalto". Mauro Miranda lembrou que o governador Itamar Franco, que sai prejudicado com a decisão, deixou a Presidência da República com 82% de aprovação popular.
Casildo Maldaner, presidente do partido em Santa Catarina, disse que a Executiva estadual foi convocada para repudiar a mudança nas regras do Conselho Político do PMDB, que optou por um número maior de votantes. Íris Rezende acusou o "grupo governista" do PMDB de praticar "selvageria política" e disse que pretende fazer um discurso informando o que ouviu de Michel Temer antes da sua eleição para a presidência do Partido. Carlos Bezerra disse acreditar que, pelo diálogo, será possível chegar a um acordo. Também em aparte, o petista Eduardo Suplicy (SP) ponderou que, quanto maior o número de votos numa prévia, "mais democrática será a escolha do candidato".
21/11/2001
Agência Senado
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