Debate sobre cotas movimenta CCJ



O professor Demétrio Magnoli condenou, em audiência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o projeto que estabelece cota racial para ingresso nas universidades e escolas de ensino médio federais. Segundo ele, a proposta significa fazer o que a história do país não conseguiu: que as pessoas, da forma como já acontece nos Estados Unidos, se definam pela raça, segundo ele uma mitologia que não tem amparo nem na ciência genética nem na própria história.

Do ponto de vista genético, observou, os brasileiros possuem ascendentes de todos os grupos étnicos. Os defensores das cotas também estão negando que, no período da escravidão, nações africanas vendiam negros de outros grupos e que, no país, muitos negros também se tornaram proprietários de escravos.

- Há uma mitologia extraordinária para ocultar jogo político que não tem nada a ver como o século dezenove - afirmou.

O debate está sendo realizado para instruir a análise de projeto de lei que institui tanto cota racial como social para acesso aos estabelecimentos de ensino federal (PLC 180/08). Ainda na fase de exposição, a audiência alterna depoimentos de defensores e críticos do projeto. Na defesa, Augusto Werneck, procurador do Estado do Rio de Janeiro, disse que as ações afirmativas permitem reparar os custos da escravidão, pois mesmo a abolição não possibilitou que os negros superassem a condição subalterna a que foram relegados.

- Por isso, votar essa proposição, na verdade, representa devolver a essa populações parte do que foi expropriado delas - afirmou.

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18/03/2009

Agência Senado


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