Debate sobre o pré-sal deve priorizar os investimentos, defende Francisco Dornelles



Em pronunciamento nesta terça-feira (9), o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) disse que a discussão em torno da exploração das jazidas petrolíferas na camada do pré-sal deve priorizar, em um primeiro momento, os investimentos necessários para a exploração do petróleo.

O senador disse reconhecer a importância do debate sobre a destinação dos recursos que vierem a ser obtidos com a exploração dessas jazidas, e sobre a criação ou não de uma empresa estatal voltada para a administração das reservas do pré-sal. Observou, no entanto, que esses temas devem ser examinados em um contexto que priorize os investimentos necessários para a exploração das jazidas e a avaliação do melhor caminho para a obtenção desses investimentos.

- Eu entendo que esse caminho exige uma participação forte da Petrobras, bem como de empresas brasileiras e empresas de capital estrangeiro. Ao se discutir a questão, deve-se examinar se o melhor caminho é a manutenção do regime de concessão hoje existente ou a adoção do regime de partilha, que vem sendo apresentado como o preferido por certos setores do governo - afirmou.

Dornelles disse ainda que a garantia de que todos os direitos serão respeitados, bem como a de que não haverá quebra de contrato, são também pré-requisitos para a política de investimentos. O senador frisou que a legislação em vigor no Brasil adotou para a exploração do petróleo o critério e o regime de contrato de concessão.

Esse tipo de contrato, explicou, dispõe sobre a participação do estado no processo de exploração por meio de bônus de assinatura, de royalties, de participação especial, de pagamento pela ocupação ou retenção da área.

- Na vigência da lei atual, e pelos contratos de concessão, foi alcançado notável nível de desenvolvimento, com o aumento da prospecção e a descoberta de grandes e importantes campos de petróleo. A produção passou de cerca de 900 mil barris dia, em 1997, para mais de um milhão e 800 mil barris em 2007. O poder público pode obter, pelo regime de concessão, praticamente a mesma remuneração que obteria no sistema de partilha - avaliou.

Dornelles disse ainda que o bônus de assinatura, cuja arrecadação variou entre R$ 322 milhões, em 1999, e R$ 2 bilhões, em 2007, será enormemente ampliado em decorrência da diminuição de riscos nos novos campos. E que a participação especial, hoje cobrada com isenção de até 450 mil metros cúbicos e progressividade de 40%, poderá ser ampliada em relação às novas jazidas.

- Assim, por decreto específico, sem necessidade de modificação de lei, criação de nova empresa ou adoção do critério de partilha, o poder público pode ter sua participação aumentada na exploração das reservas do pré-sal pela cobrança maior das empresas que venham explorar esse novo campo. O Estado pode, também, por meio do contrato de concessão, ter o controle absoluto sobre a exportação do pré-sal, estabelecendo até mesmo regras referentes a essa exportação - explicou.



09/09/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Discussão sobre distribuição de ‘royalties’ deve ter como base a Constituição, diz Francisco Dornelles

Francisco Dornelles defende extinção da LDO

Francisco Dornelles defende extinção da Anvisa

Francisco Dornelles defende extinção da Anvisa

Francisco Dornelles defende redução de encargos patronais

Francisco Dornelles defende cota para exibição dos filmes nacionais