Decisão sobre Jader será hoje



Decisão sobre Jader será hoje O senador João Alberto (PMDB-MA) pediu vistas (por 24 horas) do relatório elaborado pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator da comissão do Conselho de Ética, sobre o suposto envolvimento do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) com desvio de dinheiro. João Alberto – aliado de Jader –, não quis divulgar o teor do documento. Com isso, a sessão do Conselho de Ética, marcada para ontem foi adiada para hoje. O relatório pede a abertura de processo de quebra de decoro parlamentar por Jader. Segundo o relator, foram encontradas provas materiais que caracterizam a quebra de decoro. PPB pagará indenização a músico O PPB (Partido Progressista Brasileiro) foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais ao compositor Marcelo Dias Guimarães, pela utilização, sem autorização, da música Alegria das Lavadeiras" no programa eleitoral do partido. O compositor entrou com a ação junto com a Arko Editora e Produtora Fonográfica, a quem cedeu os direitos sobre a obra, alegando danos morais e materiais provocados pela veiculação e associação da música à ideologia de um partido. Prefeito de Campinas é morto pelas costas Polícia trabalha com duas hipóteses: crime premeditado ou possível tentativa de assalto . O prefeito de Campinas, a maior cidade do interior do Estado de São Paulo, Antônio da Costa Santos, foi assassinado na noite de segunda-feira com dois tiros nas costas, em um caso que está sendo tratado pela polícia como crime premeditado ou tentativa de assalto. O corpo do prefeito, conhecido como Toninho do PT, foi encontrado dentro de seu carro, um Fiat Palio prata, próximo ao Shopping Iguatemi, no bairro de Vila Brandina, periferia de Campinas, por volta das 22h30. Assessores contaram que Toninho, de 49 anos, havia saído da academia de ginástica do irmão e seguia para um evento no estádio da Ponte Preta quando o crime aconteceu. Dois tiros atravessaram o vidro traseiro do carro e atingiram o prefeito, que morreu na hora. As investigações estão sendo conduzidas pelo delegado Marcos Manfrim e acompanhadas pelo secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Marcos Vinícios Petrelluzzi. Nascido na cidade de São Paulo, em 4 de março de 1952, Antonio da Costa Santos era doutor em Arquitetura e Urbanismo pela USP (Universidade de São Paulo) e professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) em Campinas há 26 anos. Toninho era casado com Roseana e tinha uma filha, Marina, de 14 anos. Filiado ao PT desde 1981, foi vice-prefeito de Campinas entre 1989 e 1992, período durante o qual ocupou também a Secretaria de Obras. No ano passado, Toninho elegeu-se prefeito com 55% dos votos. Ontem, a vice-prefeita Izalene Tiene assumiu a Prefeitura. O corpo de Toninho foi sepultado ontem, no Cemitério da Saudade, em Campinas, na pesença de toda a cúpula do PT. Itamarati não sabe de vítimas brasileiras As primeiras informações oficiais sobre o atentado nos Estados Unidos da América (EUA) e a situação dos imigrantes brasileiros foram transmitidas pelo próprio embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, ao Ministério das Relações Exteriores. Até o início da noite não havia confirmação de brasileiros mortos ou feridos com as explosões. A polícia de Nova York avisou que apenas amanhã pela manhã haverá informações precisas. As notícias foram enviadas em um telegrama recebido pelo embaixador Gilberto Coutinho Veloso, subsecretário geral de Serviços de Exterior do Itamarati. "Vive-se, nos EUA, neste momento, um verdadeiro clima de guerra", dizia a última linha da correspondência. Por telefone, o embaixador do Brasil em Washington contou que estaria ontem no Pentágono para almoçar com o novo subsecretário de Defesa para o Hemisfério Ocidental, Rogélio Mauer, mas o almoço foi cancelado quando se soube do primeiro atentado. Além da capital norte-americana, o Itamarati expediu circular telegráfica solicitando acompanhamento permanente aos consulados brasileiros em Boston, Chicago, Houston, Los Angeles, Miami, Nova York e São Francisco, como também ao escritório financeiro do Brasil em Nova York e às missões junto à Organização das Nações Unidas e Organização dos Estados Americanos. Segundo dados do Itamarati, existem aproximadamente 800 mil brasileiros registrados nos Estados Unidos. São 300 mil em Nova Iorque e arredores, 48 mil em Washington, 150 mil em Boston, 300 mil em Chicago, 40 mil em Houston, 33 mil em Los Angeles, 200 mil em Miami e 15 mil em São Francisco. No World Trade Center trabalhavam 50 mil pessoas. Nele havia escritórios de 40 empresas brasileiras e dezenas de empresas financeiras que empregam profissionais brasileiros. O prédio também costuma receber 50 mil visitantes ao dia, mas na hora do atentado ainda não havia sido aberto aos turistas. Dólar sobe, bolsa desaba O dólar comercial subiu 2,03% no mercado brasileiro, chegando a R$ 2,66, após ter batido em R$ 2,70. O paralelo foi a R$ 2,65 e o turismo a R$ 2,70. Lá fora, o dólar caiu, frente ao euro, a moeda européia, e principalmente frente ao ouro, investimento que serve como refúgio nas horas de incerteza. A Bolsa de São Paulo despencou 9,18%. A apreensão em relação ao impacto que os atentados nos Estados Unidos possam ter na economia dos outros países forçou os diretores do Banco Central a passar o dia em conversas com o mercado financeiro. "Tivemos que ficar monitorando", afirmou o diretor Carlos Eduardo de Freitas. Dos Estados Unidos, o presidente da instituição, Armínio Fraga, que está no final das férias de dez dias que tirou, ligou para assegurar que está bem. Com o fechamento dos aeroportos ele ainda não sabe se será possível voar de volta hoje. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) confirmou há pouco que o pregão funcionará normalmente hoje. As negociações ontem foram interrompidas, em caráter excepcional, com a paralisia do mercado norte-americano. Artigos O horror do horror Cláudio Lysias Na década de 20 ou 30 do século passado, não sei precisar qual , um anarquista espanhol foi o primeiro a definir a ideologia do terror, após ser perguntado por que havia jogado uma bomba em um restaurante cheio de pessoas que não tinham nada a ver com política. "Não há inocentes", disse ele. Durante várias décadas, o terrorismo, a não ser o oficial, praticado por exemplo pelos nazistas de Hitler e comunistas de Stálin, ficou longe dos holofotes. Não era sequer chamado de terrorismo. Os embates políticos, fora as exceções de sempre, limitavam-se a ações dentro de uma lógica conhecida, nos limites de uma argumentação razoável, na região em que o racional dá as cartas, apesar das inúmeras irracionalidades marginais. Os atentados de ontem nos Estados Unidos demonstraram que os terroristas atuais acreditam não apenas que ninguém é inocente, mas que a vida humana não vale nada e que só o sangue e o horror podem inaugurar os que eles chamariam de Nova Era, uma época das sombras, do fanatismo religioso, da estupidez generalizada, da intransigência coletiva e individual. Em Apocalypse Now, o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola, baseado no livro de Joseph Conrad, O Coração das Trevas, fez uma incursão inesquecível ao mundo do horror ao tratar da guerra do Vietnam. No livro de Conrad, o coronel Wurtz, carasco e vítima dos disbúrbios da guerra, embrenha-se no Rio Congo, na África, para criar criar e revelar o horror em sua face mais cruel e irracional. No filme de Coppola, o cenário é o Delta do Mekong, no Vietnam. Lá estava o horror absoluto. Os atentados de ontem superam o cinema e a literatura na descrição do horror e da brutalidade. Ao mesmo tempo, porém, colocam a Humanidade diante de uma realidade que durante muito tempo procurou esquecer ou relegar a segundo plano: o terrorismo jamais poderá ser uma arma política aceitável, sob pena de naufragarmos todos na vala comum da violência e da intransigência. Atacado em uma cidade-símbolo do cosmopolitismo mundial, onde há lugar para todas as opiniões e possibilidades, onde a cultura mostra toda a sua luminosidade, o planeta foi atingido onde menos esperava: no coração de sua complexa existência e luta por um mundo melhor. Resta saber se o que ocorreu trará consigo alguma lição ou representará apenas a declaração de uma guerra contra um inimigo que se esconde atrás de pobres fanáticos e miseráveis. Não foram só os Estados Unidos que se mostraram vulneráveis, mesmo tendo em George W. Bush um paladino da doutrina de segurança nacional máxima. A Humanidade, apesar de toda a tecnologia e avanços, apesar do orgulho de exibir uma prosperidade, para poucos, jamais vista, não passa de um alvo frágil e impotente diante das trevas que se mostram mais próximas do que imaginávamos. Educação pela Internet Carlos Alberto Júlio As angústias nascidas da técnica abalam todos os valores da civilização. O desenvolvimento descontrolado das técnicas está à beira de se transformar no problema essencial do mundo contemporâneo. Este conceito está completando 50 anos. Trata-se da base temática do livro Aonde vai o trabalho humano, escrito em 1950 por Georges Friedmann. Numa época em que a globalização não existia, a informática e a automação das plantas industriais eram absolutamente incipientes e a organização do trabalho ainda não havia sido influenciada pelo modelo de divisão em células e práticas como a qualidade total (desenvolvida a partir da explosão econômica japonesa) e ISO 9000, já se manifestavam a preocupação e a angústia relativas à exigência de o ser humano, enquanto profissional, manter-se atualizado diante da ebulição tecnológica. Hoje, num mundo em que a tecnologia renova-se em velocidade fulminante e que a informação é o mais importante diferencial das empresas, organizações e indivíduos, o problema essencial indicado há 50 anos por Fridmann continua a desafiar a sociedade humana, agora potencializado pela competitividade compulsiva da globalização. Nesse contexto, a educação, genericamente, torna-se o paradigma essencial. Esta afirmação é referendada, categoricamente, pelo economista Robert B. Reich, secretário do Trabalho dos Estados Unidos no primeiro mandato de Bill Clinton.Reich, professor catedrático da Universidade de Harvard, sempre deixou claro que a educação e a constante reciclagem e aperfeiçoamento dos profissionais são fatores essenciais no contexto da nova configuração do mercado de trabalho. Essa questão crucial tem preocupado estudiosos e organizações internacionais. Em 1993, quando a globalização e as transformações periféricas que suscitou já se manifestavam de forma mais contundente, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Cultura e a Educação) constituiu a Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. A missão do colegiado era exatamente a de delinear a missão dos educadores e do ensino de maneira geral na passagem do milênio, considerando, basicamente, a internacionalização das economias e a necessidade de democratizar o conhecimento para reduzir as desigualdades. O grupo foi liderado pelo francês Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia. As conclusões da comissão, conhecidas como Relatório Delors, foram apresentadas em 1996. O texto reconhece o ensino como direito fundamental do homem, o que se constitui em avanço conceitual importante para o novo século. Em outro segmento, contudo, indica que, mais do que nunca, é necessário buscar respostas eficientes para pôr fim à antiga angústia do homem profissional diante do avanço ininterrupto e cada vez mais veloz das tecnologias e do conhecimento. É por isso que o ensino a distância tem avançado geometricamente em todo o mundo. Afinal, é a única forma capaz de conciliar a necessidade da educação continuada com a falta de tempo e as dificuldades cada vez maiores de um profissional estar fisicamente presente em uma sala de aula. Hoje, a tela do computador é uma sala de aula mundial, infinita, na qual é possível fazer cursos de alto nível, com mestres como Philip Kotler, Robert Camp, Karl Albrecht, Ben Shapiro, William Ury, Richard Whiteley, Peter Senge, John Shank, C. K. Prahalad e Regis McKenna. Exemplo disso é a HSMeducation, lançada recentemente pelo HSM Group. Até pouco tempo, fazer qualquer curso ministrado por gurus desse nível exigia alguns meses de exílio numa ala residencial de campi como os de Harvard, Columbia e MIT e o desembolso de considerável volume dólares. As tecnologias de informação e, mais recentemente, a Web constituem a chave para o século XXI explicitada por Delors. Ou seja, são as ferramentas que viabilizam a eficácia e qualidade dos novos modelos de educação continuada à distância. Dentre todas as suas virtudes e problemas, a rede mundial de computadores assume papel fundamental, ao ampliar o acesso ao conhecimento, que se transforma no centro da competitividade e na principal riqueza da sociedade contemporânea. Saber é o verbo que melhor decodifica a senha do sucesso profissional no novo milênio. Colunistas Claudio Humberto Alerta dos céus A médium brasileira Adelaide Scritori, da Fundação Cacique Cobra Coral, garante que avisou ao presidente George W. Bush, no dia 3 de agosto, que o "terror do ar atingirá duramente o coração americano". Em carta, ela teria enfatizado a necessidade de "controle rigoroso do espaço aéreo" e que ele não pernoitasse na Casa Branca nos dias 11 e 12 de setembro. Chumbo grosso O presidente Fernando Henrique disse a um amigo ter certeza de que o governo americano vai promover, rapidamente, uma drástica retaliação aos ataques terroristas. Lembra que a História está repleta de exemplos da reação anglo-saxônica a agressões. "Eles ficam com gosto de sangue na boca", quando atacados. Acredita que "vem chumbo grosso por aí". TVi na TV O minuto de silêncio do presidente Bush durou 10 segundos. Suspeito Não procede a suspeita de que foi obra de malufistas o ataque terrorista ao World Trade Center. É que ali fica a sede do Citibank, o banco que guarda os segredos das contas milionárias no paraíso fiscal de Jersey. Vítima brasileira A destruição do World Trade Center, em Nova York, vitimou uma bela tela do artista Juarez Machado, que - para orgulho dos turistas brasileiros - enfeitava o hall de entrada do restaurante panorâmico "Windows of the World", no 110º andar de uma das torres destruídas. Spielberg dançou O último sucesso do cineasta Steven Spielberg, "Inteligência Artificial", imagina Nova York submersa e congelada, com o World Trade Center e tudo. Desta vez, o Oscar de "efeitos especiais" vai para os terroristas. Setembro, 11 ...e não era Independence Day... Dentro de casa A tragédia americana reforça a tese dos que não querem entregar a base de lançamento de foguetes de Alcântara (MA) aos EUA. É mais um alvo fácil, logo ali, no Atlântico. Ao vivo As webcams que não entraram em pane em Nova York nesta terça-feira sangrenta, ficaram completamente congestionadas. A do Empire State foi o mais acessado, e quem não conseguiu entrar apelou para o site use.subnet.dk/us_webcams.htm. Pensando bem... ...explodiram a globalização. Luto virtual Quem conseguiu acessar o site das torres destruídas em Nova York, já encontrou uma mensagem, com fundo preto e uma pequena rosa branca, informando que o domínio www.worldtradecenter.com fora doado "para ser usado como memorial ou para propósito semelhante". Acelera, Pimenta Até parecia que o ministro Pimenta da Veiga corria de terroristas. O carro oficial que ele usa, com placa verde e amarela, "costurou" em alta velocidade e fez ultrapassagens perigosas, no Lago Sul, em Brasília, às 7h15 da manhã de ontem. Como o motorista não ousaria tanto à revelia do chefe, o Detran já sabe quem merece perder pontos na habilitação. Escolha errada FhC não gostou de saber que o ministro Pratini de Morais (Agricultura) tenta emplacar o amigo Osvaldo Aranha na secretaria-geral da Organização Internacional do Café. Aranha sequer conta com o apoio dos cafeicultores e trava uma batalha judicial com um ex-sócio ilustre, Roberto Irineu Marinho, numa fazenda em Poços de Caldas (MG). De olho no tempo Muita gente no governo está cruzando os dedos para saber os resultados das informações recolhidas pelo supercomputador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que darão hoje as previsões de chuvas para a primavera, no Sudeste do País. Da última vez que esse computador do Inmet foi usado, acertou em cheio, prevendo chuvas em pleno agosto. Tese polêmica No livro "O mercado de escravos" (Simon & Schuster, 99), o historiador Hugh Thomas diz que líderes africanos recebiam o equivalente a R$ 150 por negro vendido no século 18. Por 150 anos, faturaram horrores. Outro historiador, P.D. Curtin, diz que os EUA receberam 400 mil escravos entre 1500 e 1870. Um décimo do que o Brasil "importou" até a Lei Áurea. Qual é a música? Marcelo Guimarães não compôs "Alegria das lavadeiras" pensando em Paulo Maluf, mas o PPB usou a música no horário eleitoral gratuito, sem autorização do autor. O STJ condenou o partido a pagar R$ 5 mil a Marcelo, que nunca pensou em pagar tal mico e ainda ter de ouvir que era um "ilustre desconhecido", devendo "agradecer" a divulgação. PODER SEM PUDOR Nas hostes inimigas Estava acirrada a disputa pela Prefeitura de Branquinha (AL), em 1976, quando "Major Du", influente cabo eleitoral e marido da candidata do MDB a prefeita, viu o correligionário Zé Chaveiro, candidato a vereador, bater à porta do adversário, Araken Freitas, da Arena. O dono da casa abriu a porta, meteu a mão no bolso e entregou dinheiro a Zé Chaveiro. Na primeira esquina, "Major Du" interceptou o traidor. – Calma, Major - respondeu Zé Chaveiro – eu estava só desfalcando o adversário! Editorial O grito do terror Os ataques terroristas a alvos selecionados nos Estados Unidos abrem um novo capítulo na História mundial. A irracionalidade, a ousadia e a precisão dos atentados, que provocaram milhares de mortos e deixaram o planeta perplexo e desorientado, revelam, infelizmente, o que já se sabia, mas era relegado a segundo plano: são o terrorismo e o fanatismo os grandes adversários não só dos Estados Unidos, mas de todas as nações da terra. Após esse ataque, que inevitavelmente vai provocar um duro revide dos Estados Unidos, esse novo capítulo deverá ser marcado por uma escolha: o mundo vai se abandonar à violência, motivada por ódios ideológicos, raciais e religiosos, ou vai reagir, sem cair na vala comum da covardia e da imbecilidade, as armas prediletas dos que ontem atacaram a nação mais poderosa da Terra? Os ataques foram muito bem planejados. Os alvos escolhidos são símbolos internacionais do poderio norte-americano: as torres gêmeas do World Trade Center, centros do poder econômico, e o Pentágono, sede do Departamento de Defesa. Por isso, no início da tarde, autoridades norte-americanas não descartavam a possibilidade de ajuda interna para que esses atos fossem levados a cabo. Numa hora em que o presidente George W. Bush fala em reativar o projeto Guerra nas Estrelas, para dotar o território norte-americano de um escudo antimísseis, o terrorismo internacional demonstrou que os atentados suicidas, cometidos por fanáticos, são mais perigosos do que qualquer ataque declarado e aberto. Para combater esse inimigo, só uma união de todos os países poderá se tornar eficaz e duradoura. O presidente Fernando Henrique Cardoso lembrou o início da II Guerra Mundial e mostrou-se ainda mais preocupado quando viu as imagens de palestinos, em territórios árabes, comemorando o ataque. São imagens devastadoras que vão provocar a revolta do povo norte-americano, levado a exigir o revide imediato. O grande problema, porém, reside aí: onde concentrar o revide? Onde estão os alvos? Os maiores líderes terroristas, como o saudita Osama Bin Laden, preferem se esconder no meio de comunidades pobres no Oriente Médio e na Ásia para escapar a eventuais ações antiterrorismo. A covardia, no caso, tem traços de requinte: o terrorismo só sobrevive porque é quase anônimo, não tem cara e não tem escrúpulos em usar inocentes para prosseguir em suas ações, que considera "revolucionárias". As demais nações da terra terão dificuldade em pedir alguma moderação aos Estados Unidos após esses ataques selvagens. Está na hora, porém, de separar claramente quem apóia o terrorismo, mas lava as mãos, daqueles que querem combatê-lo com vigor. Após os atentados, rigor e moderação terão que conseguir um jeito de marchar juntos para que não voltemos à Idade Média e o mundo não se torne um local onde a violência, e só ela, dite as regras de convivência. O terrorismo mostrou suas armas e sua disposição de responsabilizar todos os inocentes da terra pelo que eles acham errado, incorreto ou injusto. Precisam de uma resposta. Dura, mas justa. É um desafio grandioso que se coloca para o planeta depois desse 11 de setembro, que vai ficar na História como um dos dias mais trágicos desse início do Século XXI. Topo da página

09/12/2001


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