Demóstenes diz que compra de programa de computador foi "criminosa"



O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou, em entrevista nesta quarta-feira (15), que o sistema de computação comprado sem licitação da empresa FS3 pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) não é ruim, mas a operação foi feita de forma criminosa, com superfaturamento. O senador afirmou que, por essa razão, além de quebrar sigilos bancários, a CPI pretende rastrear o destino do dinheiro pago pela Infraero à FS3.

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Na opinião do relator, o sistema de gerenciamento e administração de publicidade aeroportuária Advantage V2 foi "uma boa idéia", mas o valor pago pela estatal foi muito alto. A Infraero pagou R$ 26,8 milhões pela implantação do sistema, que, na avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), não valeria mais do que R$ 3 milhões, segundo Demóstenes.

- Houve evidente conluio - disse o senador.

O relator afirmou ainda que a empresa FS3 foi constituída apenas para vender o programa à Infraero e, segundo denúncias da empresária Silvia Pfeiffer, os verdadeiros donos da FS3 são o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson e o funcionário da Infraero Fernando Brendália.

O senador disse ainda que, quando houve mudança de diretoria na Infraero, em dezembro de 2005, o sistema pelo qual a empresa pagou R$ 26,8 milhões foi desativado e "voltaram a ser privilegiadas" as empresas ligadas à Associação Brasileira de Mídia Aeroportuária (ABMA).

- O sistema (implantado pela FS3) permitia um maior controle da publicidade nos aeroportos, mas, depois de pago, foi desativado - destacou Demóstenes.

Outra incongruência do contrato, destacou o senador, foi o pagamento de um bônus de R$ 6,8 milhões caso a arrecadação de publicidade fosse aumentada, sendo que esse era o objetivo principal da implantação do software, que por si só custou R$ 20 milhões.

Demóstenes destacou que, em todas as denúncias contra a Infraero, os acusados de irregularidades são sempre os mesmos e que o esquema de irregularidades na empresa "só podia beneficiar a diretoria".




15/08/2007

Agência Senado


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