Depoimentos reclamam do descaso do governo



Depoimentos reclamam do descaso do governo A CPI da Segurança Pública, que teve o seu funcionamento prorrogado por mais 60 dias, esteve reunida ontem quando ouviu cinco cinco depoentes. O primeiro a responder as questões formuladas pelos deputados foi o presidente da Federação das Entidades de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Aldair Prates. Ele reclamou do descaso do governo do Estado às reivindicações das categorias ligadas ao setor. Disse que foi entregue pessoalmente ao governador Olívio Dutra um documento pedindo a realização de uma audiência. Em seguida, a entidade protocolou o pedido na Casa Civil e, mesmo depois de ter renovado a solicitação, até hoje não teve resposta. Indagado pelo relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT) sobre a visão da Federação em relação aos problemas e causas do aumento da violência, Aldair Prates disse que as entidades estão convictas de que nenhuma política de segurança avançará se não priorizar três eixos: a recuperação salarial dos servidores; a recuperação da infraestrutura e a agilização dos laudos da perícia. Após, o presidente da Associação dos Comissários de Polícia, Francisco de Paula Souza da Silva reclamou da falta de diálogo do governo com as entidades representativas da polícia civil e militar. "O governo está numa redoma de vidro", destacou. Ele contestou as acusações de que a polícia é corrupta e de que parte pertence a banda podre. O comissário apresentou números de pesquisas que revelam aumento considerável de crimes no Estado. O terceiro depoente foi o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, 1º tenente Aparício Costa Santanello. Ele disse que a situação de penúria dos subtenentes e sargentos não é uma novidade deste governo, pois vem se arrastando há muito tempo. Ele considera que muita gente está dando opinião em relação a segurança pública sem ter conhecimento de causa. Citou como exemplo a proposta de unificação das polícias. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia, Leão de Medeiros, faz críticas ao governo do Estado por desconsiderar as entidades de classe da polícia civil e militar e acusa o Executivo de estar promovendo um verdadeiro desmonte na segurança pública, com o fechamento de delegacias regionais e especializadas em todo o Estado. Medeiros disse que é um equívo afirmar que a extinção de delegacias regionais represente economia para o Estado, pois a distância das delegacias subordinadas aumentaram em relação as novas regionais e, por consequência, os gastos com deslocamentos são maiores. Freire defende aliança já no primeiro turno O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, defendeu ontem a formação de uma aliança no primeiro turno das eleições para o governo do Estado no próximo ano, ainda que isso signifique apoio a outro partido sem vaga na chapa majoritária. A opinião contraria a tendência da maioria do PPS gaúcho, que apóia o lançamento de candidato próprio no pleito de 2002. Neste caso, Freire avaliou que o vereador José Fortunati, com quem jantou à noite em Porto Alegre, seria um "excelente candidato a governador". Apesar de garantir que não lhe ofereceu cargos, o senador declarou que o ex-petista tem título e competência suficientes para assumir a disputa. "Ofereço um partido digno e democrático, com um projeto político que tem tradição e história no País", acrescentou. Freire comentou que as maiores possibilidades de coligação são com o PTB e o PDT, partidos com os quais o PPS mantêm negociações nacionais. "É bem possível que este acerto se repita no Rio Grande do Sul", declarou. Criticou, no entanto, a exigência partidária pela cabeça de chapa. "Se o PDT exigir isso, vou discutir com outro partido", adiantou. O socialista condenou, ainda, o comportamento do PMDB nacional. "O PMDB se presta a um papel de meia oposição. Sempre fez a encenação do rompimento com o governo federal, mas nunca rompeu. E só discute isso perto das eleições. De quatro em quatro anos, tem um arroubo de oposicionismo", lembrou. Sobre a hipótese de ingresso de deputados estaduais ou vereadores gaúchos no PPS, Freire negou que haja assédio. "O Rio Grande do Sul tem uma dificuldade maior de realinhamento político, mas começa a perceber que ninguém troca de partido porque não gostou do slogan", concluiu. Com renúncia de Jáder Sarney é o favorito O senador José Sarney (PMDB-AP) é o favorito para suceder Jáder Barbalho (PMDB-PA) na presidência do Senado. Sarney é apoiado pelo Palácio do Planalto, pelo presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), pelo PPB, pelo PSDB e pelo PTB. "Até quinta-feira, esse será um assunto resolvido", disse o senador Pedro Simon (PMDB). Segundo ele, o espírito da casa é não criar nenhum incidente e evitar que a vaga, pertencente ao PMDB, seja cobiçada por outra legenda. Existem, porém, outros nomes peemedebistas interessados em substituir Jáder, que renunciará à presidência na terça-feira. São os senadores José Fogaça (RS), Renan Calheiros (AL), líder do partido, e José de Alencar (MG). O primeiro movimento para a escolha do sucessor de Jader será uma disputa dentro da bancada de 26 senadores do PMDB. O senador José Fogaça, por exemplo, já avisou a alguns colegas que pretende concorrer à indicação. Se ele mantiver essa decisão poderá complicar o favoritismo de Sarney, que tem reiterado que só aceitará a missão se for convocado por unanimidade por seu partido e pelo Senado. "Ele só cobra pênalti se o goleiro estiver amarrado à trave", disse um senador a respeito de Sarney e sua indisposição para a disputa. Sarney disse a correlegionários que não quer o cargo. Mas, ao mesmo tempo, deixou uma porta aberta. Pediu tempo para pensar. Na análise de senadores do PMDB, a opção Renan Calheiros criaria dificuldades políticas no plenário do Senado e com o Palácio do Planalto. Ele é considerado um dos políticos mais próximos de Jader e terá que atuar como coordenador da escolha na bancada. Barbalho renunciaria ao mandato de senador Senadores chamavam ontem atenção para um ponto da entrevista coletiva de Jáder Barbalho, quando ele anunciou que reassumiria a presidência do Senado para renunciar, posteriormente. Pela primeira vez, indagado se poderia renunciar ao próprio mandato para fugir de uma possível cassação por causa do processo por quebra de decoro, Jáder não foi categórico na negação. Significa, na opinião de senadores do PMDB, que, se as pressões continuarem, Jáder poderá renunciar também ao mandato de senador. Embora nos últimos sete meses a presidência do Senado tenha sido marcada por situações críticas e denúncias contra seu titular, trata-se do segundo cargo mais importante da República. Portanto, é um posto fundamental para quem deseja influir na sucessão eleitoral de 2002. Em janeiro, quando Sarney foi procurado pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que tencionava fazê-lo seu sucessor, foi avisado de que, se aceitasse o convite, poderia receber apoio à candidatura da filha, Roseana Sarney, do PFL. Mas Sarney não quis disputar as prévias na bancada do PMDB. O Senado elegeu Barbalho, que nunca mais teve sossego. Brasil condena o protecionismo dos EUA O Brasil fará hoje, na Organização Mundial do Comércio (OMC), uma dura crítica ao protecionismo dos Estados Unidos. O governo aproveitará a realização da revisão da política comercial norte-americana na OMC para bombardear com 60 queixas as práticas e leis de comércio exterior de Washington. A política norte-americana é avaliada a cada dois anos pela OMC, que prepara um relatório e abre a oportunidade para que os demais 141 países da organização façam seus comentários sobre a atuação comercial de Washington. O ponto principal da crítica brasileira estará baseado no fato de que, nos últimos dez anos, as exportações dos Estados Unidos para o Brasil cresceram 200%. "Nesse mesmo período, as vendas do Brasil para o mercado norte-americano registraram uma aumento de apenas 30%", afirma um diplomata brasileiro. Para o Itamaraty, essa diferença é a prova da existência de barreiras aos produtos nacionais. Washington, porém, argumenta que pratica uma das médias tarifárias mais baixas do mundo (cerca de 10%) e que uma das características do país é a abertura de seu mercado aos produtos estrangeiros. Mas na avaliação do Brasil, os Estados Unidos praticam picos tarifários e exatamente sobre os produtos mais relevantes para a pauta de exportação do País, como suco de laranja, têxteis, calçados, açúcar e tabaco. "As tarifas que recebem esses produtos praticamente inviabilizam suas exportações", afirma um diplomata brasileiro. Outra queixa brasileira será o aumento significativo dos subsídios dados pelos norte-americanos à sua produção nos últimos anos, principalmente no setor agrícola. Somente no ano passado, os subsídios chegaram a US$ 30 bilhões. O argumento do Brasil será o de que, ao elevar a ajuda financeira aos produtores locais, os norte-americanos acabam comprometendo a competitividade dos produtos de outros países. Um dos casos que mais preocupa os diplomatas brasileiros é o da soja, que acaba não conseguindo ganhar mercado diante da ajuda que os produtores norte-americanos recebem de seu governo. Outra crítica que será apresentada pelo Brasil se refere à aplicação indiscriminada de direitos antidumping por Washington. Os direitos são impostos cobrados na importação de um produto todas as vezes que ficar provado que a mercadoria está entrando no país com preços abaixo dos valores praticados no mercado. O problema é que somente entre 1998 e 2000, 128 investigações foram abertas pelos norte-americanos para a aplicação de direitos antidumping, número considerado muito alto pelo Brasil. Para piorar a situação, mais da metade das taxas antidumping são direcionadas ao setor siderúrgico, um dos principais itens da pauta de exportações do Brasil. Para FHC, Cavallo passou dos limites O presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem duras críticas ao ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo. Segundo relato dos líderes partidários que participaram da reunião para discutir o impacto dos atentados terroristas, no Planalto, o presidente ressaltou que o Brasil "tem procurado se solidarizar com a Argentina, mas há coisas que não podem ficar sem respostas". Fernando Henrique disse aos parlamentares que Carvallo "passou dos limites" e, por isso, por ordem dele, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e das Relações Exteriores, Celso Lafer, já responderam. Fernando Henrique disse que não vai ficar alimentando polêmica, mas que a resposta foi dada. Ontem, Cavallo afirmou que, caso o Brasil decida perseverar com sua política de desvalorização, o governo argentino deverá rever seriamente o relacionamento comercial entre os dois países. Ontem mesmo, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, reagiu às declarações dadas por Cavallo, afirmando que o Brasil tem um regime de taxas de câmbio flutuante que não pretende abandonar. Malan fez referência à fala de Domingo Cavallo em rever relações dos dois países, caso continue a desvalorização do real. A propósito dessas declarações, o Ministério das Relações Exteriores, divulgou, hoje, a seguinte nota: Com referência a declarações feitas ontem pelo Ministro da Economia da República Argentina, Domingo Cavallo, o Ministro da Fazenda, Pedro Malan, prestou as seguintes informações: "O Brasil tem um regime de taxas de câmbio flutuante que não pretende abandonar. É absolutamente equivocada a idéia de que o Brasil persevera em uma política deliberada de desvalorização. Câmbio flutuante, por definição, pode depreciar como pode apreciar. Este regime será mantido." O ministro de Relações Exteriores, Celso Lafer, partilha plenamente da posição enunciada pelo ministro Pedro Malan e lamenta profundamente as declarações feitas pelo ministro Domingo Cavallo, que não contribuem para o necessário reforço do Mercosul nem para a qualidade das relações Brasil-Argentina, diz a nota. Criatividade para superar o clima A volta das baixas temperaturas no final do inverno está exigindo uma nova adaptação dos lojistas gaúchos. Depois de adiantar o lançamento da moda primavera-verão em pleno julho, em função do calor fora de época, o comércio tenta aproveitar o retorno do frio para promover artigos da estação que estavam estocados. "A instabilidade do clima é um fator complexo para o varejo", destaca o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Carlos Utz. A maioria das lojas, lembra, estão prontas para vender itens de meia-estação. "Fica difícil promover uma adequação do mix", afirma. Uma alternativa para quem ainda dispõe de estoque é separar parte da vitrine para promoção específica de inverno, aponta o consultor de varejo Vitor Hugo Toss, da Württemberg Consultoria. "Outra saída é reservar um espaço interno da loja, próximo da porta, que fique a vista do consumidor, para expor essas mercadorias", assinala. O importante, ressalta, é aproveitar o fato para criar fluxo de clientes. "Neste momento, a criatividade é mais importante que o planejamento a longo prazo", completa o presidente da Associação Comercial e Industrial da Zona Norte (Assonorte) de Porto Alegre, Idenir Cecchim. De acordo com ele, os lojistas da avenida Assis Brasil, um dos principais pólos comerciais de bairro da Capital, estão apostando nas baixas temperaturas recolocar à venda os produtos que não saíram durante a liquidação de inverno. No Interior, o clima é de otimismo, garante o presidente da Federação das CDLs (FCDL), Carlos Henrique Levandowski. "A maioria dos estabelecimento está em plena liquidação da inverno, e o clima frio deverá ajudar a recuperar as vendas", afirma o dirigente. Nesta semana, a temperatura chegou a ficar em 0,4 graus positivos em São José dos Ausentes, segundo o Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo. "Esse é o momento de tentar desovar os estoques de inverno", acredita Levandowski. O maior impacto nas vendas deve ser sentido pelos setores de confecções e calçados. Meteorologia prevê queda da temperatura Uma massa de ar frio vinda da Argentina fará a temperatura cair no Rio Grande do Sul no final de semana, com a possibilidade de geadas ao amanhecer. A previsão é que as temperaturas variem no sábado entre 2 graus e 18 graus e no domingo de zero a 17 graus. As chuvas devem diminuir hoje no Estado, com a chegada de uma massa de ar polar. Ontem, São José dos Ausentes registrou a mínima de 0,4 grau, às 8h30min. Em Porto Alegre, a mínima chegou a 13 graus no início da manhã. O meteorologista Eugênio Hackbart, da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, informa que haverá formação de geadas ao amanhecer no Planalto e Serra do Nordeste. Segundo ele, nos próximos dois dias as madrugadas deverão ser geladas em todas as regiões. Hoje, as áreas de instabilidade devem se concentrar sobre o Norte e o deslocamento da massa de ar frio que acompanha essa frente fria deixa o fim de semana com sol e temperaturas baixas. No sábado, a massa de ar polar empurra a frente fria para Sudeste, mas a faixa leste da Região Sul permanece com muitas nuvens. No interior, o sol aparece, mas as temperaturas continuam em declínio. No domingo, a previsão é de muitas nuvens ao longo da faixa leste, com condições de chuviscos no Rio Grande do Sul. Artigos Fanatismo religioso e ideológico Clovis Stenzel Em Psicologia ou Psiquiatria denomina-se fanatismo ao entusiasmo excessivo, exagerado, a uma causa ou pessoa, mesmo a uma família. Um religioso fanático não é um verdadeiro religioso. O fanatismo distorce e, às vezes, até corrompe o verdadeiro espírito religioso, levando o indivíduo "doente" à prática de crimes cruéis por sua falsa dedicação a Deus. As idéias de "vingança divina" e "guerra santa" não podem vir de Deus, apesar de constarem das Escrituras, erroneamente ou absurdamente. Portanto, nem tudo que consta da Bíblia pode ser de inspiração divina. Se Deus nos fez à sua imagem e semelhança, como de fato o fez, segundo a fé, não pode fomentar ou amparar o fanatismo religioso que significa delírio, irracionalidade, que podem levar o homem a pensamentos e prática de atos verdadeiramente criminosos. Vejamos o caso do fanático saudita Osama bin Laden, que há anos vive no Afeganistão, que tudo indica está, evidentemente, implicado no ato terrorista e de guerra contra os Estados Unidos, e do qual ele mesmo se diz inspirador. Sustentam os jornalistas que o conhecem, que se trata de um homem muito simpático e amável, mas que castiga àqueles, sejam do Oriente ou do Ocidente, aos quais considera infiéis a Deus e a Maomé. É de se reconhecer ainda que bin Laden é um herói político do Afeganistão, apesar de ser um árabe saudita. Lutou bravamente contra os russos, em favor da terra em que hoje vive. Agora está empenhado com os seus adeptos numa luta de vida e morte contra os Estados Unidos, não propriamente contra o Capitalismo, porque ele, bin Laden, é um dos maiores capitalistas do mundo. Gasta o que tem em favor do terrorismo religioso praticando atos perversos que não encontram amparo no Alcorão, conforme ele, fanático, pensa e age. O fanatismo religioso é uma devoção excessiva e por isso antinatural. Leva a ações que põem em perigo a vida do indivíduo que o sente como as suas vítimas inocentes. É uma verdadeira paranóia. Os terroristas podem agir como mafiosos, que matam com facilidade, por motivos diferentes. De fato há uma grande diferença moral entre o terrorismo religioso e ideológico e terrorismo praticado por razões econômicas. O terrorismo ideológico tem caráter heróico porque o indivíduo que o pratica oferece a sua própria vida sem outra gratificação que o da vitória da causa. O mesmo se dá com o fanatismo religioso em virtude do qual o indivíduo oferece a sua própria vida pela fé. Numa coisa, porém, os heróis ideológicos e os fanáticos religiosos não se distinguem dos mafiosos: "Todos eles não dão valor à sua própria vida, assim como não dão, principalmente, à vida dos outros, ainda que estes sejam criancinhas ou inocentes". Concluindo, vê-se que religiosos não são apenas que vivem orando em igrejas, sinagogas e mesquitas. Religioso é aquele que, no seu relacionamento com Deus e com o próximo, pensa e age com amor. Colunistas Cenário Político - Carlos Bastos PDT acredita na opção de Fortunati Apesar do vereador José Fortunati ter almoçado ontem no Restaurante Copacabana com o secretário dos Transportes, Beto Albuquerque, presidente do PSB gaúcho, e ter jantado na Churrascaria Barranco com o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, as lideranças do PDT estão convencidas de que o ex-vice-prefeito de Porto Alegre acabará optando pelo partido de Leonel Brizola. Esta expectativa dos pedetistas se prende principalmente ao clima em que se registrou o convite ao vereador do qual participaram as bancadas estadual e municipal do partido, e o vice-presidente regional Pedro Ruas. Hoje pela manhã, Fortunati terá um encontro com a direção do Partido Liberal, quando será convidado a ingressar no partido pelo vereador Valdir Caetano e pelo deputado federal Paulo Gouvea. Diversas Canoas promete ter poucos candidatos a deputado federal: o vereador Mossini, pelo PSB, e o secretário da Administração Marco Maia, pelo PT. O ex-prefeito Hugo Lagranha e o ex-deputado federal constituinte Ivo Lech devem concorrer pelo PMDB à Assembléia. PPS elegeu seu novo diretório metropolitano, que tem como presidente Luiz Carlos Mello, como secretário geral Fernando Strehlau, e como tesoureiros Jucelino Marques e Volnei Vasconcelos. Deputado José Farret (PPB) lamenta o veto aposto pelo governo ao projeto, de sua autoria, que estabelece critérios para a instalação de sinalizadores eletrônicos de velocidade (pardais) nas estradas gaúchas. O XXV Congresso Regional de Vereadores será realizado em Cachoeira do Sul entre os dias 3 e 6 de outubro, juntamente com a 1ª Mostra dos Municípios gaúchos. A informação é do presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul, Luis Fernando Alves de Godoi (PPB). Entre as atrações está uma palestra do presidenciável do PPS, Ciro Gomes, sobre a conjuntura política-econômica brasileira, e do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Hélio Mileski, sobre aspectos importantes e relações do TC com os municípios. O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Fernando Zachia (PMDB), participa entre 26 e 28 deste mês, em Maceió, Alagoas, do XXIII Congresso Nacional de vereadores e agentes municipais. O secretário de Obras, Edson Silva, participa neste domingo do Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental em João Pessoa, Paraíba. E vai proferir palestra sobre "Saneamento Rural Participativo". Última A Comissão de Educação do Senado encaminhará à Fifa documento solicitando providências em relação aos sucessivos episódios envolvendo a transferências de jovens atletas brasileiros para o exterior. Requerimento nesse sentido, de autoria do senador José Fogaça, enfatiza a dimensão social do futebol no Brasil, e foi aprovado por unanimidade Começo de conversa - Fernando Albrecht Atitudes dúbias... Os atentados pegaram a esquerda gaudéria desprevenida quanto ao que dizer, com exceção do governador Olívio Dutra, que não titubeou em condenar, com veemência, o terrorismo. Do resto, veio aquele papo “eles começaram primeiro”, para não dizer o que nenhum tem coragem de dizer em público, mas que devem repetir quando tem certeza da ausência de ouvidos alheios: “Bem feito”. O Sindicato dos Bancários foi de uma infelicidade atroz e os comentários de alguns deputados de esquerda idem. Agora, a CUT se flagra e manda mensagem hipotecando solidariedade aos trabalhadores americanos vítimas da violência. ...e condenações O sentimento do falado povo, em nome do qual tanto se fala, não deixa dúvidas quanto à condenação aos atos terroristas. De maneira geral, os trabalhadores da baixa classe média e das categorias mais pobres não se tocaram na gravidade dos atentados até chegarem em casa à noite e verem as terríveis imagens na televisão. “Fiquei assustado” parece ser a opinião mais comum. Custa a entrar na cabeça das pessoas que um Boeing entrando a toda em um prédio cheio de gente mereça algum tipo de apoio. Quanto ao resto...bem, já foi dito que a Revolução é um ótimo lugar para alguém se esconder de si mesmo. Os arquitetos I Reunido no Hotel Embaixador, o conselho superior do Instituto dos Arquitetos do Brasil debateu seus problemas onde sobressai com força a idéia de criar um colégio próprio e deixar os Creas. Alegam os arquitetos - são 100 mil no Brasil - que estes conselhos abrigam gamas muito grandes de profissões que nada têm a ver com a categoria, como meteorologistas, engenheiros de alimentos e muitos outros, um universo que abriga cerca de 900 mil profissionais. Os arquitetos II Existem outras queixas, como a entrada ilegal de profissionais estrangeiros e até a importação de projetos em que o arquiteto é indispensável. Um exemplo dado por Haroldo Queiroz, presidente do IAB e seu colega presidente do IAB/RS, Danilo Landó, é quando algum hospital importa um complexo de diagnósticos, no qual o projeto é vendido “tropicalizado”, sem a participação de profissionais brasileiros e sem incluir características nossas. Vai ser uma longa luta. Liberty Se os terroristas quisessem chamar a atenção mundial para a situação dos países oprimidos poderiam ter derrubado o símbolo máximo dos Estados Unidos, a Estátua da Liberdade. Mas não fizeram isso. Aí não morreria ninguém e não teria graça nenhuma. Altos e baixos da política Os ataques terroristas ofuscaram o debate do episódio de saída de José Fortunati do PT. Não fossem eles, certamente a imprensa teria explorado bem mais a saída do vereador campeão de votos, especialmente depois do seu desabafo sobre as razões que o levaram a deixar o partido que ele ajudou a fundar. Fortunati deixa a decisão de anunciar o seu novo partido para depois do feriadão do dia 20. Aqui, ele deixa a Câmara Municipal cercado de próceres pedetistas - o ex-deputado cassado Ney Ortiz Borges é baixinho a sua frente. É unanimidade e talvez saia uma chapa com ele e Bernardo de Souza para 2002. Só quem está pulando como cabrito é Alceu Collares. É a concorrência. Bolsa-Escola O deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS) informa que até o final de setembro, um total de 130.670 famílias e/ou 204.698 crianças de 415 municípios gaúchos vão estar recebendo o Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à Educação - Bolsa-Escola, a um custo para o governo federal de R$ 3.070.470,00 por mês. No Estado, 239.241 famílias e/ou 398.418 crianças podem ser cadastradas. Azares da Serra Entra governo e sai governo e nada de sair o tão esperado aeroporto da Região das Hortênsias, que já está na terceira área. Dependendo da audiência pública da Fepam, o tão sonhado aeroporto poderá sofrer novos atrasos, para azar do turismo. Tudo porque, pelas normas aeroportuárias, as cabeceiras das pistas deverão ter determinadas distâncias livres de obstáculos e proprietários de áreas nesta localização - três quilômetros - ameaçam entrar na justiça caso isso lhes seja imposto. O Ibama também faz novos estudos. Pedro Américo Veronezi Ao saber pela página que o programador musical Fernando Veronezi é muito parecido com ele, o vereador Pedro Américo Leal (PPB) enviou carta ao radialista, dizendo-se surpreso ao saber que tinha um sósia - Veronezi foi atacado na rua por um popular achando que era Leal e dizendo que ele era o homem ideal para a Segurança. “Tenho com quem repartir as reclamações da população, escreveu”. E finalizou: “Resiste, amigo, não tenho culpa em seres parecido comigo. Pelo menos não sofro sozinho!” Miúdas Conselho de Diretores da Justiça do Trabalho promove hoje o 1º Seminário de Aperfeiçoamento. Escola Cenecista de Canela fez ontem 44 anos com sessão da Câmara e presença do ministro Padilha. Antônio Carlos Porto assumiu a presidência do conselho deliberativo da ARI e Ubirajara Prates a secretaria. ABTP/Sul reúne-se hoje às 10h para analisar a ampliação e modernização do porto da Capital. Islândia, esplendor da ilha de gelo e fogo é tema do Flávio Del Mese Shows (3249-1875). Housewares & Gift Fair começa hoje na PUC com a participação da designer de jóias Adelina Silveira. Brasil Nativo lança seis novos produtos e passa a operar o sistema de venda direta. Conexão Brasília - Adão Oliveira Depois de deixar o comando do Congresso acuado pelas denúncias de desvios de recursos do Banco do Estado do Pará, Banpará, o presidente licenciado do Senado, Jáder Barbalho (PMDB-PA), aproveita a briga entre PFL e PMDB em torno da presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e ameaça voltar à presidência do Senado. "Reassumo na terça-feira", disse Jáder, revelando-se disposto a retomar a cadeira de presidente, ocupada hoje pelo PFL do senador Edison Lobão (MA). Troco de ACM Jáder insiste que as investigações do Conselho ganharam contorno partidário e acusa o PFL de querer "tirar a forra" do episódio que levou seu grande líder, o senador Antônio Carlos Magalhães (BA), à renúncia. "O PFL disfarçou, disfarçou, mas não consegue mais esconder que este é um jogo de vindita", disse o senador. Chantagem Ele também acusa o PFL de "chantagear" o PT. Na presidência do Conselho por conta da renúncia do senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), que se licenciou do mandato para tratamento de saúde, o senador Geraldo Altoff (PFL-SC) desengavetou um pedido para investigar a participação do senador petista José Eduardo Dutra (SE) no episódio da violação do painel de votações do Senado. Renúncia O líder do Bloco Oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), afirmou que quer saber qual é a amplitude do acordo fechado para a renúncia do presidente do Congresso, senador Jáder Barbalho (PMDB-PA). "Fiquei com a pulga atrás da orelha, quando o (deputado Michel) Temer (PMDB-SP) disse que só discutiram com o presidente (Fernando Henrique Cardoso) a manutenção do cargo para o PMDB", disse. Desmobilização Um Congresso desmobilizado pelos atentados terroristas contra os Estados Unidos vai terminar a semana mais cedo. As duas Casas do Legislativo - Câmara e Senado - tiveram ontem suas pautas voltadas para os acontecimentos que vitimaram os norte-americanos. Filantrópicas As 100 maiores entidades filantrópicas do país estão na mira da Previdência Social. Com base nas informações constantes da guia de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência (Gfip), os técnicos do Ministério e do INSS suspeitam que as filantrópicas estão informando um número maior de funcionários expostos a agentes nocivos à saúde do que realmente empregam. Editorial A intensa relação de amor e ódio do mundo com os EUA O clamor público levará o ainda despreparado George Bush a atacar alguém, em algum lugar, a qualquer momento. Afinal, de que servem poderosas forças militares se não podemos usá-las, bradou a ex-ministra de Estado Madeleine Albright, justificando a intervenção nos Balcãs. Será outro episódio na conturbada vida externa e interna dos Estados Unidos nos últimos 60/70 anos, se contarmos a quebra da Bolsa da Nova Iorque, em 1929, que arrastou um mundo ainda não plugado na internet e satélites. Desde a Segunda Guerra Mundial que o resto dos mortais têm uma relação de amor e ódio com a maior nação, econômica, cultural e bélica, do planeta. A trajetória ianque é um misto de muitos sucessos e alguns fracassos, mas eles jamais podem ser acusados de omissão. Assumiram a origem protestante anglo-saxônica, desde os operosos peregrinos do May Flower, endeusam o lucro, que não é quase um pecado, como no catolicismo português-espanhol, são fiéis a fundamentos como a democracia, a liberdade de imprensa, economia de mercado e adoram histórias dos que se fazem por si mesmos, os Self made man, atingindo o sucesso e a fortuna. Forjaram-se no trabalho e em guerras, a mais emblemática a da Secessão, para a libertação dos escravos, 1861/1865, porém têm lá suas falhas, veniais e mortais. A partir da II Guerra, a importância dos EUA acentuou-se. O conflito espargiu nos quatro cantos da Terra o inglês, produtos, costumes e a famosa maneira americana de viver. Durante 20 anos, após o fim de Hitler, em 1945, o mundo gozou da bonança que seguiu-se a tempestade, o progresso mundial mirou-se no Tio Sam, terra da promissão. Milhões correram para a América em busca de melhor sorte. Ampliando os negócios e ressabiados pelo ataque de surpresa a Pearl Harbor, a política expansionista plantou bases aéreas, navais e quartéis em outros países. Conflitos na Coréia, Vietnã, Muro de Berlim, finalmente o apogeu, domínio tecnológico, espacial, financeiro e cultural, conseqüência de pesquisas, esforço e regras definidas, eis aí o Império Americano. Mas a liderança impõe preço altíssimo aos que a detêm e os Estados Unidos não são exceção. Povos que têm milhares dos seus ganhando a vida nos EUA também realizam passeatas, protestando contra a política externa ianque. Esquerdistas bradam contra o capitalismo e, no outro dia, descem em Washington, pegando os dólares baratos do FMI e do Banco Mundial, cujo maior contribuinte é o governo que tanto criticam. Amor e ódio, Freud ensinou, são as duas faces de uma mesma moeda, tocam-se. Há 300 mil brasileiros em Nova Iorque e somos uma pequena comunidade, perto dos mexicanos, dos paquistaneses, hindus, dos hoje malvistos árabes e dos folclóricos afro-americanos. Negros e hispânicos são quase a metade da população da grande nação e, certamente embora falando mal da terra onde vivem, não voltarão à Cuba, ao México e, muito menos, à África. No momento do amor, milhões cantam as músicas, usam os carros, as roupas e visitam a Big Apple, aceitando o conforto da parafernália Made in USA, o American way of live. Na sombra da outra face da moeda, o ódio, ciúme e o recalque impotente seqüestram aviões e lançam-nos contra alvos-símbolos no centro econômico do Império. O terrorismo alterou o mundo, dia 11, as relações comerciais, culturais, financeiras, de segurança e de imigração dos EUA jamais serão as mesmas. Sem os EUA, estão paralisados a OMC, a ONU, os acordos comerciais, as Bolsas, os mercados. Então, nos damos conta que, malgrado sua idiossincrasia e panteísmo, os EUA são o mundo, os norte-americanos balizam a civilização e os destinos da humanidade, queiramos ou não, eles e nós. Tanto é verdade que do Papa a Fidel Castro, todos estão solidários e o povo coeso em torno a Bush, característica que sempre os fortalece nas crises. Por isso, o Show must go on, a vida continua, lá como aqui. Topo da página

09/14/2001


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