DJALMA FALCÃO PEDE SOLUÇÕES DEFINITIVAS PARA O NORDESTE



"A solução definitiva para o combate à seca é simples e tem um nome - água", afirmou hoje o senador Djalma Falcão (PMDB-AL), condenando as providências emergenciais limitadas a cestas de alimentos e frentes de trabalho. O parlamentar advertiu o poder público para que o Brasil não entre no terceiro milênio tentando solucionar esse flagelo social com medidas de caráter meramente paliativo.

Conforme Djalma Falcão, a atual seca só é comparável à de 1877, que levou o imperador D.Pedro II à idéia de empenhar as jóias da coroa para reduzir o sofrimento do povo nordestino. Lembrando que o contingente humano submetido àquela seca era significativamente menor, o senador afirmou que hoje estima-se em 10 milhões os brasileiros que têm a vida ameaçada pela fome em decorrência da seca.

Ele comparou a situação à circunstância de o Brasil ter que salvar quase toda a população de São Paulo, ou a soma da população do Uruguai com a da Bolívia, ou todo o contingente humano que habita Portugal. O senador lastimou que, mais uma vez, o governo federal tente resolver o problema com cestas de alimentos e frentes de trabalho.

Observando que o salário mínimo é insuficiente para atender às necessidades básicas de um cidadão, ele lamentou que o governador da Paraíba, José Maranhão, esteja pagando um terço desse salário aos paraibanos que se encontram nas frentes de trabalho. Mas reconheceu que, sem caixa, o governador está fazendo o que lhe é possível para matar a fome dos atingidos pela seca.

Djalma Falcão criticou também as soluções tecnocráticas destinadas a um país de regiões tão diferentes. Em sua opinião, o que serve para São Paulo nem sempre pode atender à realidade do Piauí. Ele apresentou requerimento para a criação de uma comissão externa de senadores destinada a acompanhar os danos causados pela seca.

Em aparte, o senador Francelino Pereira (PFL-MG) afirmou que as cidades do norte de Minas estão passando pela mesma penúria resultante da seca. E Djalma Bessa (PFL-BA) disse que a distribuição de cestas de alimentos é uma providência indispensável, e que o governo federal não se tem limitado a isso.



29/04/1998

Agência Senado


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