DJALMA FALCÃO PROTESTA CONTRA ENTREVISTA DE DIRETOR DA POLÍCIA FEDERAL



O senador Djalma Falcão (PMDB-AL) fez ontem um protesto veemente contra a declaração do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Vicente Chelotti, ao jornal O Globo. Nela, Chelotti diz que irá chamar o parlamentar para uma acareação junto do ex-presidente da República Fernando Collor.Falcão relatou em plenário, semana passada, conversa com o ex-presidente em que este dizia ter conhecimento da existência de uma instituição financeira em paraíso fiscal do Caribe de propriedade do presidente Fernando Henrique Cardoso e integrantes da cúpula do PSDB - denúncia que eclodiu por outras fontes há duas semanas. O protesto do senador teve o apoio enfático do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães.O senador afirmou que, ao narrar os fatos que vivenciou, estava no exercício legítimo de seu mandato de senador. Agora, entretanto, seu nome aparecia no jornal sendo chamado para uma acareação como se ele fosse um delinqüente.- Compareço ao Senado Federal porque sou representante de meu estado, mas não compareço a uma delegacia porque não sou nenhum marginal - afirmou.Djalma Falcão duvidou que Chelotti dissesse que iria chamar para uma acareação um ministro do Supremo Tribunal Federal, porque, nesse caso, ele seria enquadrado imediatamente. O senador fez um apelo ao ministro da Justiça, Renan Calheiros - cuja suplência Falcão ocupa no Senado - no sentido de que ele "chame a ordem seu subordinado para que ele tenha ao menos respeito pelos membros do Congresso Nacional".- Tantas vezes eu seja chamado pelos Chelottis da vida, a esse chamamento eu não atenderei - afirmou o senador.O presidente do Senado afirmou que a palavra de Djalma Falcão, como a de qualquer senador, é inviolável. Assim, qualquer deslize de uma autoridade em relação à imunidade encontrará nele um defensor obrigatório dessa mesma autoridade.- Fique Vossa Excelência tranqüilo, porque se o senhor Chelotti ousar chamar Vossa Excelência ou qualquer outro senador, ele não terá êxito, pois esta Casa não permitirá. O senhor Chelotti pode ser o que ele pensa que é, mas nós sabemos que ele não é o que pensa. Portanto, quero dizer que o senhor Chelotti não dará nenhum palpite em relação ao funcionamento desta Casa. Somos independentes e enquanto eu estiver aqui o senhor Chelotti não dá uma palavra que possa receber apoio - afirmou Antonio Carlos, ressaltando que Djalma Falcão protestou com justa razão e, por isso, merecia sua solidariedade. Djalma Falcão afirmou que mantinha tudo o que disse sobre o episódio, com uma pequena correção: dissera que o encontro se dera 15 a 20 dias antes do primeiro turno, quando na verdade ocorreu no final de agosto ou início de setembro. Lembrou que assumiu o mandato há oito meses, integrando a bancada que dá sustentação ao governo no Congresso, mas jamais, nesse período, visitou o presidente ou algum dos ministérios da República ou fez qualquer pleito. Afirmou ainda estar convicto de que houve uma tentativa de se utilizar seu nome e seu mandato para uma armadilha eleitoral preparada para Fernando Henrique Cardoso.

18/11/1998

Agência Senado


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