Educação: Cristovam aponta divergências entre discurso e prática de Dilma



Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (2), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) destacou supostas incoerências da presidente Dilma Rousseff, quando trata da educação. Ele apontou divergências entre o discurso e a prática da presidente.

– Nós precisamos analisar com mais cuidado o discurso da presidente: elogiando o fato de o tema educação entrar na pauta, mas analisando direitinho tudo o que é proposto – disse o senador.

Cristovam destacou que Dilma, em pronunciamento de rádio e TV na noite dessa quarta-feira (1º), falou várias vezes sobre a necessidade de cuidar da educação dos filhos dos trabalhadores. Ela também defendeu o uso de recursos de royalties do petróleo para a educação.

– Isso tem que ser louvado e apoiado – declarou Cristovam.

O senador, no entanto, criticou algumas posturas de Dilma sobre o tema. Ele disse que a presidente não pode deixar que o governo atue para impedir que sejam aprovados, no Congresso Nacional, projetos que colaboram com a qualidade do ensino no Brasil.

Conforme contou Cristovam, o governo atuou contra a aprovação de um projeto de sua autoria que inclui a participação dos pais em reuniões escolares como condição adicional para o recebimento de recursos do Bolsa Família. O projeto (PLS 449/2007) foi aprovado no Senado, mas não passou nas comissões da Câmara dos Deputados.

- Isso é desprezar uma parte substancial da educação, que é a presença dos pais na escola – disse o senador.

Cristovam elogiou a ideia de Dilma de destinar 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação. O senador fez questão de destacar que tem um projeto, junto com o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que trata do mesmo assunto (PLS 594/2011). Porém, disse Cristovam, ao analisar os projetos que o governo envia para o Congresso, é possível perceber que será “100% de um pedacinho” dos royalties, já que os recursos são fatiados e têm vários destinos. Para Cristovam, o ideal é a destinação completa para gastos com educação.

– Nada melhor que um projeto que vem do Executivo para fazer isso. Ou, então, que apoiem nosso projeto – pediu o senador.

Ele sugeriu que Dilma “peneire” as propostas que estão no Congresso tratando de educação e apoie aquelas que podem indicar avanços no ensino brasileiro. O senador voltou a defender a federalização da educação e a responsabilidade do governo federal no pagamento do piso salarial para professores. Ele disse que é preciso uma revolução, não apenas mais dinheiro.

– É isto que eu espero ouvir no discurso de primeiro de maio do próximo ano: coisas concretas e mais ousadas – disse o senador.

Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que a educação merece a reflexão de todos e propôs a realização de convênios entre os entes da federação para uma melhor qualidade do ensino. Requião reconheceu que o piso nacional para os professores pode criar dificuldades para alguns estados ou municípios e disse acreditar que a destinação completa dos royalties pode ajudar na federalização da educação.



02/05/2013

Agência Senado


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