Efraim anuncia que apresentará emenda para derrubar taxação dos inativos na reforma Previdenciária



O senador Efraim Morais (PFL-PB) informou nesta sexta-feira (8), no Plenário, que apresentará emenda contra a taxação dos inativos, aprovada no texto da reforma Previdenciária recém-votada na Câmara dos Deputados. Efraim pediu aos senadores para assumirem posição -em defesa dos que contribuíram a vida toda com o país-, derrubando no Senado essa modificação. Ele disse ainda ter certeza de que o presidente do Senado, José Sarney, como democrata que é, garantirá aos senadores todo o direito de discutir e possivelmente mudar a reforma da Previdência.

- Essa será a forma de dizer aos brasileiros que o Senado existe e tem competência para mudar o que vem da Câmara. Para que existe o Senado se não tivermos o direito de discutir essa matéria? Temos prerrogativa para mudar o texto e vamos tentar fazer isso - afirmou.

Efraim leu no Plenário parte de reportagem do jornal Folha de S. Paulo sobre documento do Banco Mundial denominado -Políticas para um Brasil Justo, Sustentável e Competitivo-. Segundo o texto, para a liberação de um empréstimo de US$ 8 bilhões o Banco Mundial faz exigências como fim da universidade pública gratuita, eliminação das deduções de gastos com saúde e educação do pagamento de imposto de renda de pessoa física; fim da paridade dos benefícios previdenciários do sistema público e fim da multa de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas demissões por justa causa.

- A terceira exigência, a paridade, foi mantida pela Câmara e deverá ser conservada no Senado. Mas o governo está indo na linha da eliminação das deduções e queria o fim da paridade. O mais difícil é ver um governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores, que conhecemos desde sua criação, abrigar tais teses, que contrariam seu ideário. Não quero acreditar, pela história do PT, que o governo venha aceitar essas exigências do Banco Mundial - disse.

O senador acredita que está em curso manobra que visa empobrecer a classe média brasileira, já vítima de tantos ataques. Disse ainda que parece haver a intenção de transformar o Brasil em país com duas classes sociais: os muito pobres, a serem contemplados com programas assistencialistas e os competitivos, que se preparariam para atuar no ambiente da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e do comércio internacional, analisou Efraim Morais.

- Quando olhamos para as economias dos países desenvolvidos vemos que são formadas basicamente por pessoas da classe média, com bom poder aquisitivo criando um vigoroso mercado interno. Essa classe média é apoiada por vasta gama de serviços públicos. O Banco Mundial propõe ao Brasil projeto distinto do que aplica nas nações desenvolvidas. É difícil compreender essa lógica - afirmou.

Efraim Morais leu ainda reportagem que trata de relatório do PNUD, órgão das Nações Unidas para promover o desenvolvimento, que critica esse tipo de política do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo esse documento, a melhor forma de promover o desenvolvimento é investir em saúde e educação.

Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que a reforma previdenciária deverá, sim, ser discutida no Senado. O senador afirmou que o governo não acabará com a multa equivalente a 40% do FGTS a que o trabalhador tem direito no momento da demissão. Paim e o senador Eurípedes Camargo (PT-DF) afirmaram ainda que o ministro da Educação, Cristovam Buarque, é favorável à universidade pública e gratuita.



08/08/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Paim defende debate para mudar taxação dos inativos e regras de transição na reforma previdenciária

Mozarildo apresentará emenda para excetuar servidores dos ex-territórios da reforma previdenciária

Efraim afirma que PFL vai votar contra a taxação dos inativos

Efraim está confiante na derrubada da taxação dos inativos pelo Senado

Crivella anuncia que PL vota contra taxação de inativos

Efraim defende aprovação de emendas para salvar reforma previdenciária