Efraim diz que governo deveria ser o maior interessado na CPI



O senador Efraim Morais (PFL-PB) analisou nesta terça-feira (2) que a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito deveria interessar mais ao governo do que à oposição, já que seria uma oportunidade do Executivo, sobretudo o ministro da Casa Civil José Dirceu, comprovar que não tem envolvimento com as denúncias contra o ex-assessor parlamentar do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz.

- Se é verdade, como sustentam neste Plenário os líderes do governo, do PT e da base aliada, que o ministro José Dirceu não tem nada a ver com o caso Waldomiro Diniz, por que esse medo todo de uma CPI? - indagou o senador.

Efraim disse que se estivesse no lugar de José Dirceu tomaria imediatamente duas decisões: primeiro, se ofereceria para ir até o Congresso explicar e responder a todas as indagações dos parlamentares sobre o caso Waldomiro Diniz. Em seguida se afastaria do cargo até que toda a apuração e investigação estivesse concluída. O senador lembrou que o ministro da Casa Civil do então presidente Itamar Franco, Henrique Hargreaves, licenciou-se do posto até ser inocentado de denúncias que o envolviam.

- Nós já sabemos que Waldomiro Diniz faz parte do joio. Queremos uma CPI para separar o joio do trigo. Saber quem é joio e quem é trigo no governo Lula. Joio são os corruptos, os que estão com Waldomiro, os que participaram dos recursos que ele colheu. Se continuar toda essa blindagem em cima do todo-poderoso José Dirceu, se a CPI não sair, o povo concluirá que, infelizmente, o governo todo é joio - afirmou o, líder oposicionista.

Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) opinou que o governo não tem como justificar a indicação de Waldomiro Diniz para um cargo tão importante, já que ele vinha sendo citado em inquéritos policiais e sido alvo de várias denúncias. Ela observou que, para assumir um cargo na estrutura federal, qualquer pessoa é investigada. E destacou ainda que a própria Agência Brasileira de Inteligência (Abin), vinculada à Presidência da República, tem como uma de suas funções checar a vida dos indicados para os cargos mais expressivos.



02/03/2004

Agência Senado


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