Emenda da oposição no orçamento, poderá inviabilizar Usina Candiota III



A manutenção da emenda da oposição ao Orçamento 2001 retirando R$ 63,9 milhões da Companhia Rio-Grandense de Mineração poderá inviabilizar o funcionamento da Usina Termelétrica de Candiota III, cujo início das operações está previsto para 2003. O alerta é do líder do governo na Assembléia Legislativa, Ivar Pavan (PT), que lembra que o funcionamento da termelétrica depende da ampliação da produção de carvão pela CRM. A estatal produz, anualmente, 1,5 milhão de toneladas de carvão. Para atender a demanda de Candiota III, a companhia deverá duplicar a sua produção, mas para isto precisa sair da situação de inadimplência. Segundo Pavan, os recursos orçamentários reservados pelo governo do Estado à companhia configuram uma operação de aumento de capital, visando o saneamento financeiro da empresa e possibilitando a busca de novos recursos no mercado com vistas ao aumento da produção. “A CRM deve para o governo do Estado R$ 100 milhões e seu patrimônio é de R$ 20 milhões. Com a injeção dos recursos orçamentários, a empresa poderá buscar dinheiro no mercado para ampliar sua produção, gerando empregos e promovendo o desenvolvimento da Metade Sul”, argumenta Pavan. De acordo com estimativas do Executivo, a duplicação da produção carvoeira e o funcionamento de Candiota III deverão gerar cerca de 4000 empregos diretos e indiretos na Região Sul. “A CRM movimenta a economia da Metade Sul. O seu sucateamento significa a falência de uma rede de fornecedores de mão-de-obra que envolve praticamente todos os municípios da região”, frisa Pavan. O líder do governo considera inaceitável o remanejamento dos recursos da companhia para o orçamento da Assembléia e do Judiciário, como propõe a emenda da oposição. “Não podemos admitir a retirada de recursos que irão promover o desenvolvimento de uma das regiões mais pobres do Estado para garantir aumento salarial dos setores mais bem pagos do funcionalismo”, protesta, lembrando que a média salarial na Assembléia Legislativa é de R$ 5 mil. JAZIDAS – O Rio Grande do Sul detém 93% das reservas de carvão do Brasil, sendo que a CRM tem permissão para explorar 87% destas jazidas. “Atento ao potencial da empresa, nosso governo aposta em sua recuperação financeira, ao contrário da administração anterior, que sucateou a companhia com vistas a sua privatização”, afirma o parlamentar. Ele salienta ainda que a viabilização da estatal é estratégica para reduzir o grau de dependência externo de energia. “Hoje importamos mais de 50% da energia consumida no Estado. Com o funcionamento da usina reduziremos a dependência em, pelo menos, 10%”, calcula.

03/15/2001


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