EMÍLIA ALERTA PARA DISSEMINAÇÃO DA AIDS NO INTERIOR DO PAÍS
Ao destacar hoje (dia 4) a passagem do Dia Mundial de Luta contra a Aids, em 1º de dezembro, a senadora Emília Fernandes (PDT-RS) ressaltou que, conforme dados do Ministério da Saúde, há maior disseminação do vírus HIV nas regiões interioranas do país, atingindo recém-nascidos, crianças, adolescentes e mulheres, a maioria "casadas, monogâmicas, apaixonadas e fiéis". Isso evidencia, a seu ver, "que os setores menos informados ou alertados para os riscos de contaminação da sociedade estão sendo as maiores vítimas da doença".
É frente a esse quadro que cresce a importância de campanhas voltadas especificamente para esses segmentos da população brasileira, por representarem um compromisso da sociedade com a luta contra a doença e com a prevenção contra sua disseminação.
Emília Fernandes também pediu o apoio dos senadores a projeto de sua autoria que estende a possibilidade de saque do FGTS no caso de qualquer membro da família ser portador do vírus HIV, e não apenas o titular da conta. O projeto já obteve parecer favorável da relatora, senadora Benedita da Silva (PT-RJ), e está pronto para ser submetido à apreciação da Comissão de Assuntos Sociais, disse.
Segundo os dados apresentados pela senadora, em agosto deste ano o Brasil registrava a existência de 116.389 pessoas portadoras de Aids, das quais cerca de 24 mil eram mulheres e 3.865 crianças, na faixa etária de 1 a 12 anos. É preocupante, enfatizou, a mudança do perfil de incidência da Aids no país: antes, 66% dos casos eram registrados nas capitais, agora, 54% deles foram detectados no interior.
Entre 1994 e 1997, enquanto a média de contaminação cresceu 125%, o número de crianças atingidas aumentou em 205% e o de mulheres, 202%, para um acréscimo de 111% entre os homens, observou. Para Emília Fernandes, isso se explica pelo "sempre presente problema da discriminação de gênero, que se manifesta de forma cruel na submissão da mulher, que não se protege contra a doença por medo do marido, dependência econômica ou desinformação".
04/12/1997
Agência Senado
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