Requião defende 'royalties' para educação e pede mudanças no modelo econômico



Mesmo apoiando a proposta defendida pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), de destinação de 100% dos recursos advindos dos royalties do petróleo para a educação, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) declarou a que a medida não alteraria o modelo  econômico do país. Ele defendeu medidas mais radicais.

Segundo o parlamentar, com a garantia dos royalties para a educação, o governo não precisaria mexer no superávit primário - esforço para o pagamento de juros da dívida - para atingir a meta de destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, o que, de acordo com Requião, fez com que "os banqueiros e os bancos brasileiros batessem recordes do livro Guinness".

- Acredito que nós devemos estabelecer vinculações orçamentárias ao tempo em que vinculamos a destinação progressiva dos royalties para a educação – disse o parlamentar.

Na avaliação do senador, apesar de avanços no campo social promovidos pelos governos de Lula (2003-2010) e e da presidente Dilma Rousseff, o modelo econômico adotado pelo país está esgotado.

- Nós temos que pensar, sim, na vinculação do royalty, nesse indicativo, nessa meta de 10% do PIB [para a educação], mas nós não podemos pensar que vamos resolver o problema da educação só com isso. Temos que mexer no modelo econômico de uma vez por todas, se não vamos nos transformar eternamente numa grande fazenda produtora de commodities e num país fornecedor de mão de obra barata - afirmou.

Mercosul

O senador também elogiou a presidente Dilma Rousseff por seu discurso na Argentina, mas ressalvou que é necessária mais energia para transformar o Mercosul definitivamente em "um suporte regional para enfrentar os grandes mercados".

- Se nós não nos socorrermos na possibilidade desse mercado que se amplia, com a entrada da Venezuela e com a inteligência e decisão da presidente, na sua organização e consolidação, estaremos colocados, definitivamente, na situação do mercado de mão-de-obra barata e de commodities - disse.



29/11/2012

Agência Senado


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