Emilia convoca parlamentares a derrubarem veto do presidente ao Plano de Educação



A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) conclamou os demais parlamentares, em discurso nesta segunda-feira (15), a derrubarem os vetos do presidente Fernando Henrique Cardoso ao Plano Nacional da Educação. Emilia, que foi professora por 23 anos, destacou o veto presidencial que impede que os investimentos no setor aumentem de 4,6% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Ela criticou a falta de sensibilidade do governo federal para com os professores.

Entre outros dispositivos vetados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a senadora ressaltou o que ampliaria o Programa de Garantia de Renda Mínima, para atender às crianças em idade pré-escolar e o que aumentaria a oferta de vagas para o ensino público acima de 40%. Para Emilia, o argumento de que existe incompatibilidade entre o Plano Plurianual e o Plano de Educação não justificam os vetos.

- Que se modifique o PPA e não o Plano de Educação - afirmou a senadora.

Na data em que se celebra o Dia do Professor, a senadora lamentou que não se tenha o que comemorar, já que, a seu ver, o profissional que se dedica à educação no Brasil está entre os mais mal remunerados do mundo. A senadora disse que considera justa a greve dos professores universitários, e acrescentou que o fato de a categoria não ter suas reivindicações atendidas comprova o descaso do governo. "O governo não entende que não existe educação sem educadores", afirmou.

Ainda segundo Emilia, a atuação de Fernando Henrique no setor da educação tem sido tímida, apesar da promessa feita durante a campanha eleitoral, de priorizar o ensino. Ela lembrou que 8,5 milhões de jovens e crianças estão fora da escola, menos de 7,5% da população tem acesso ao ensino superior e apenas 3% da população estudantil negra proveniente das escolas públicas consegue chegar à universidade.

Em aparte, o senador Lauro Campos (PDT-DF) cumprimentou Emilia pelo brilhantismo do discurso e disse que o governo Fernando Henrique foi caracterizado por ter transformado a educação em mercadoria. O senador disse que somente em Brasília, em poucos anos, surgiram inúmeras instituições de ensino superior. Com baixos salários, continuou Lauro, muitos professores com pós-doutorado têm abandonado as universidades públicas para dar aulas em instituições particulares, onde a mensalidade paga por quatro alunos é o suficiente para remunerar um professor de universidade pública.

15/10/2001

Agência Senado


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