Emília defende retirada do Brasil das negociações da Alca



A senadora Emília Fernandes (PT-RS) reafirmou sua posição favorável à suspensão da participação do Brasil nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) por um período de quinze anos. Ela argumentou que a economia brasileira não tem força para competir com a norte-americana, principalmente se for mantido o fast track - mecanismo aprovado pelo Senado americano que permite ao presidente negociar acordos comerciais e incorpora medidas protecionistas a produtos agrícolas, especialmente cítricos e açúcar, nas negociações da Alca.

Outro ponto negativo do fast track destacado pela senadora é a criação de um mecanismo de consulta para examinar mudanças nos regimes cambiais de outros países. O governo brasileiro, disse Emília, não admite que sua política cambial seja analisada por outro país sob o ponto de vista comercial.

A senadora salientou ainda que o texto do fast track prevê a introdução de cláusulas trabalhistas e ambientais em acordos comerciais. Segundo Emília, o Brasil teme que esse dispositivo seja usado como pretexto para a adoção de medidas protecionistas.

Além de prejudicar a comercialização de produtos agrícolas, Emília disse que o fast track pode inviabilizar as exportações do aço brasileiro, que estariam sujeitas a alíquotas de até 40%, de acordo com reportagem da Gazeta Mercantil .

Lembrando que a comunidade européia levou 30 anos debatendo a criação do seu mercado comum, a senadora argumentou que o Brasil deveria primeiro fortalecer a economia interna e suas relações com o Mercosul para depois integrar a Alca.

19/12/2001

Agência Senado


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