EMILIA PROPÕE POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA



A senadora Emilia Fernandes (PDT-RS) criticou os projetos em tramitação no Senado proibindo fabricação, porte e posse de armas de fogo. "A lógica governista continua a mesma. Elege-se a população honesta como vítima de uma política demagógica. Leis são feitas para cidadãos de bem e não têm qualquer efeito sobre marginal, bandido, seqüestrador ou ladrão", comentou.
Para Emilia, antes de se promover o desarmamento civil, é indispensável a adoção de medidas concretas de combate ao crime organizado, à impunidade e à exclusão social por meio de investimentos na estrutura e valorização da polícia, no desenvolvimento econômico e nas ações sociais. "Do contrário vamos fortalecer o marginal e criar um gigantesco mercado livre de armas de fogo".
Emilia lembrou que a proibição da venda de armas desse tipo não reduziu a criminalidade onde foi aplicada. De acordo com ela, na Inglaterra o número de assaltos à mão armada aumentou 117% nos últimos anos. "No Brasil, entre 1995 e 98, a venda de armas de fogo teve uma queda de 80% enquanto a criminalidade se multiplicou", disse.
Ao finalizar seu pronunciamento, Emilia Fernandes afirmou que a violência se liga muito mais à exclusão social, ao desemprego e à impunidade do que ao número de armas legais. "Até porque estima-se em 7,5 milhões o número de armas de fogo no país, das quais apenas 1,5 milhão são registradas. A sociedade brasileira precisa discutir melhor as questões de segurança pública e não aceitar medidas simbólicas como proibição de armas de fogo no país".
Em apartes, os senadores Arlindo Porto (PTB-MG) Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Heloisa Helena (PT-AL) concordaram com a expositora. Para o senador Agnelo Alves (PMDB-RN), é uma contradição o Brasil ter tropas do Exército garantindo a segurança pública de Timor Leste em vez de combater a violência no país.

18/01/2000

Agência Senado


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