Governo líbio manterá contratos de empresas brasileiras, informa embaixador
Ainda promovendo a reorganização do país após a queda do antigo líder Muamar Kadhafi, o Conselho Nacional de Transição da Líbia pretende “honrar os contratos” firmados com a Petrobras e três empresas de engenharia brasileiras. Foi o que informou o ministro de segunda classe Afonso Álvaro de Siqueira Carbonar, cujo nome foi aprovado nesta quinta-feira (19) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), para ser embaixador do Brasil em Trípoli.
Segundo ele, é possível “vislumbrar um potencial” na relação com a Líbia, que terá eleições, em junho, para uma Assembleia Nacional Constituinte, está interessada em diversificar a sua economia e quer maior cooperação bilateral na área industrial. O novo governo líbio, ainda de acordo com o embaixador, quer conhecer melhor a “engenharia social brasileira”, responsável pela elaboração de programas de inclusão social.
Em resposta ao senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que demonstrou preocupação com a queda no comércio bilateral em função da crise política enfrentada pelo país, Carbonar informou que a Líbia pretende dobrar a sua produção de petróleo, o que vai gerar mais renda no país para a compra de alimentos – setor que considera de “grande potencialidade” para as exportações do Brasil.
No debate sobre o tema, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) demonstrou preocupação com a defesa dos interesses das empresas brasileiras instaladas na Líbia. Por sua vez, Eduardo Suplicy (PT-SP) observou que a possível adoção pelo novo governo de um programa de renda mínima poderia “contribuir para a pacificação da Líbia”.
Hidrelétrica
Na mesma reunião, a comissão aprovou pareceres favoráveis às mensagens presidenciais de indicação dos novos embaixadores brasileiros junto a El Salvador e à Áustria, respectivamente os ministros de primeira classe José Fiuza Neto e Evandro de Sampaio Didonet. Os relatores das mensagens presidenciais foram os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Em sua exposição aos senadores, Fiuza anunciou a intenção de ampliar a presença empresarial brasileira em El Salvador. E citou três iniciativas atualmente em debate pelas autoridades salvadorenhas, que poderiam contar com a participação de empresários brasileiros: a renovação da frota de ônibus de San Salvador, capital do país; a construção da usina hidrelétrica de Cimarrón, capaz de produzir 216 megawatts; e a produção de biocombustíveis.
Por sua vez, Evandro de Sampaio Didonet afirmou que pretende aprofundar o diálogo político com a Áustria e ampliar o trabalho de promoção comercial e atração de investimentos. O Brasil tem tido um déficit no comércio bilateral próximo de US$ 1 bilhão nos últimos anos, como informou o indicado. Ele também informou que mais da metade da pauta de exportações brasileiras é ocupada pelas vendas de minério de ferro.
Didonet citou ainda a intenção de concluir a negociação de um acordo de cooperação educacional com a Áustria. Ele observou que esse acordo servirá como “base institucional” para o envio de estudantes brasileiros àquele país, dentro do programa Ciência sem Fronteiras.
19/04/2012
Agência Senado
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