Escolha de suplentes só pode ser revista em reforma política, diz Garibaldi



Diante das denúncias envolvendo o filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), o empresário Edison Lobão Filho (DEM-MA), que deverá assumir sua vaga caso Lobão seja empossado ministro de Minas e Energia, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), admitiu que o sistema de preenchimento das vagas de suplente de senador poderia ser revisto, "mas não em função de um caso isolado".

- Às vezes se fala que, neste país, não se fazem as mudanças que precisam ser feitas porque se opta pelos remendos. Sou a favor de uma mudança, mas isso tem que ser pensado dentro de um contexto maior, de uma reforma política - afirmou.

Garibaldi também disse que as denúncias contra Edison Lobão Filho precisam ser esclarecidas. O empresário é acusado de ser sócio oculto de uma empresa que comandaria uma rede de sonegação de impostos no Maranhão. Também é réu em um processo criminal que apura o funcionamento de uma emissora de TV clandestina.

O presidente do Senado esclareceu, porém, que a Casa só tomará a iniciativa de investigar o suplente do senador Edison Lobão se for apresentada uma denúncia formal após sua posse. Garibaldi preferiu não comparar o caso de Edison Lobão Filho ao do senador Gim Argelo (PTB-DF), que, suplente do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), foi alvo de representação por quebra de decoro parlamentar por fatos ocorridos antes do exercício do mandato. A representação foi arquivada pela Mesa.

- Cada caso é um caso. Não podemos nos precipitar. Vamos respeitar o Regimento. Se houver denúncia, a Casa decidirá qual será o procedimento - declarou.

Ainda na avaliação do presidente do Senado, Edison Lobão terá seu nome confirmado para o ministério pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e "vai corresponder às expectativas da Nação".

- Acho que ele vai cumprir com seu dever e corresponder às expectativas da Nação. Eu não teria comparecido ao Palácio do Planalto com outras lideranças peemedebistas para fazer a indicação de Lobão se eu não acreditasse que ele vai fazer o que precisa ser feito - disse, em referência à visita feita ao presidente Lula na semana passada.

Cortes orçamentários

Garibaldi também disse não ter recebido nenhuma confirmação da Comissão de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) a respeito de cortes que precisariam ser feitos no orçamento do Senado.

- Assim que tiver uma posição da comissão, me reunirei com a Mesa. Se houver cortes em todos os demais Poderes, o Legislativo também dará sua contribuição - assegurou.



16/01/2008

Agência Senado


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