Ex-presidente da Comissão de Orçamento acha "ridículo" nível de investimentos previsto para 2003



O ex-presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), disse nesta quarta-feira (4) considerar "ridículo" o nível de investimentos proposto pelo governo no Orçamento da União para 2003, de pouco mais de R$ 7 bilhões.

Para o senador, um país do porte do Brasil, que já esteve classificado como a oitava maior economia do mundo, não pode disponibilizar somente US$ 2 bilhões de dólares de investimentos na sua principal peça orçamentária.

Carlos Bezerra disse que, pelo que conhece da CMO, os parlamentares que integram a comissão não vão conformar-se com esse "nível ridículo" de investimentos. Do mesmo modo, no entendimento do senador, o colegiado não irá aceitar a proposta de redução de recursos destinados às áreas social e de segurança pública.

O ex-presidente da Comissão de Orçamento acredita que quem for eleito presidente da República em outubro próximo, qualquer que seja o candidato, dificilmente concordará com a proposta orçamentária para 2003 feita pelo atual governo.

- Certamente, o presidente eleito deverá, logo após as eleições, tomar a iniciativa de propor mudanças na proposta orçamentária à CMO, antes da aprovação definitiva da matéria pelo Plenário do Congresso Nacional, tornando aquele documento mais consistente e mais adequado ao que a sociedade espera do governo federal - destacou.

Entende o senador que, tão logo seja eleito, o novo presidente deverá deflagrar, com os parlamentares de sua base, uma discussão profunda não só sobre o perfil orçamentário de 2003 como também sobre o perfil da dívida pública. É do aprofundamento dessa discussão, acredita, que vão ser identificadas novas fontes de recursos não somente para a elevação das verbas orçamentárias destinadas à área social e à segurança pública como também para os investimentos de uma maneira geral. Na avaliação de Carlos Bezerra, há até mesmo espaço para que o novo presidente da República envie ao Congresso uma outra proposta orçamentária destinada a substituir a que está em tramitação.



04/09/2002

Agência Senado


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