Executiva nacional se reúne e decide se intervém no Estado









Executiva nacional se reúne e decide se intervém no Estado
O presidente nacional do PTB, José Carlos Martinez, vai convocar uma reunião da executiva nacional para definir uma possível intervenção no diretório do partido no Rio Grande do Sul. Edital nesse sentido deve ser publicado até amanhã nos principais jornais do País.

A decisão de intervir no diretório do PTB gaúcho deve-se ao fato de que as lideranças partidárias no Estado estão apoiando o pré-candidato do PPS, Antônio Britto, contrariando acordo feito pelo diretório nacional com o PDT de apoiar a candidatura do vereador José Fortunati, presidente da Câmara de Vereadores.

Os petebistas gaúchos têm resistência ao nome de Fortunati, considerando que seu nome não possui densidade eleitoral para representar a Frente Trabalhista e vencer Tarso Genro (PT) nas eleições de outubro próximo.

O PTB gaúcho pretendia, ainda nesta semana, intensificar as negociações com a direção nacional do partido visando a independência para definir as alianças no Rio Grande do Sul, segundo informação do presidente
regional, deputado Iradir Pietroski.

Pietroski disse que, em um primeiro momento, a executiva estadual tentaria uma solução pacífica para o impasse criado pela possibilidade de intervenção no diretório gaúcho. "Senão, poderemos tentar uma saída jurídica, já que a verticalização nos permite coligar também com o PPS", declarou.


CNI aponta retração na indústria do País
As expectativas positivas em relação à indústria brasileira, geradas pelos bons resultados do início de 2002, foram frustradas ontem. Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que as vendas nacionais caíram 5,45% em março na comparação com mesmo período de 2001. A queda trimestral foi de 1,35%. Segundo a CNI, os resultados de março anularam o crescimento dos dois primeiros meses do ano, de 2,55% em janeiro e de 0,33% em fevereiro.

Os impactos do desaquecimento sobre o emprego são baixos. O número de trabalhadores na indústria diminuiu 0,93% e as horas trabalhadas 3,34%. Houve queda também nos salários, que encerraram o trimestre 0,98%, em média, inferiores àqueles pagos no primeiro trimestre de 2001.

O prolongamento da crise argentina, a interrupção da queda dos juros e as incertezas do processo eleitoral devem confirmar a tendência de queda na atividade industrial no segundo trimestre. Ainda assim, a CNI mantém a previsão de crescimento entre 1,5% e 2% para o segmento em 2002, informa a economista da entidade, Simone Lopes, que espera um aumento nas vendas durante o segundo semestre. "A economia está muito volátil e é difícil prever a longo prazo, mas a base de comparação para o segundo semestre é melhor, pois os últimos seis meses de 2001 foram ruins", destaca Simone.

No Rio Grande do Sul, a situação é semelhante. As vendas industriais caíram 7,19% em março na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a assessoria econômica da Fiergs, este impacto foi gerado pela crise argentina. Nos três primeiros de 2002, a indústria gaúcha exportou, para o principal parceiro no Mercosul, US$ 200 milhões a menos do que havia vendido entre janeiro e março de 2001. A queda foi de 16,7%.

Industriais gaúchos mudam estratégias na Argentina
O prolongamento da crise na Argentina está obrigando as empresas gaúchas a mudar as estratégias pensadas para aquele mercado. Na Springer, a alteração foi radical, e a empresa não vai exportar nada para a Argentina este ano, sendo que a previsão eram vendas da ordem de US$ 30 milhões. "Vamos trabalhar somente no sentido de buscar os pagamentos que ainda não foram feitos por vendas efetivadas", destaca o diretor de marketing e exportação da empresa, Luiz Eduardo Rosa.

No setor de borracha os problemas se repetem. "Nossos negócios estão paralizados, porque a indefinição cambial impede, até mesmo, a determinação de um preço a ser pago pelo importador", observa o presidente do Sindicato da Indústria de Borracha do Rio Grande do Sul (Sinborsul), Geraldo Fonseca.

Quem tem instalações dentro da Argentina está tendo que se adaptar. A Gerdau unificou as duas operações dentro do país, além de reduzir a produção para acompanhar a demanda interna por aço, que caiu pela metade.

"Outra medida foi proteger os US$ 20 milhões de dívida que tínhamos na Argentina, já que a exposição às oscilações do câmbio foi responsável pelo prejuízo de R$ 20 milhões que tivemos naquele país em 2001", relata o diretor financeiro e de relações com investidores da Gerdau, Osvaldo Schirmer (M.W.)

Atividade fraca derruba arrecadação ICMS
O enfraquecimento da atividade industrial no Estado derrubou a arrecadação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Entre janeiro e abril, a receita real totaliza R$ 2,24 bilhões, uma queda de 4,9% frente a igual período de 2001. No ano passado, o Estado acumulava, até abril, uma alta de 9,5% segundo dados da Fiergs.

Segundo o assessor econômico da Federasul, Paulo Barcellos Neto, o impacto da desaceleração industrial não está sendo compensado por outros setores. "O crescimento modesto do comércio não é suficiente para alavancar um aumento de arrecadação, e o peso do setor primário na composição das receitas é bem inferior", explica.

O economista da Unisinos, Marco Aurélio Lisboa, acrescenta o câmbio em R$ 2,30 por dólar como outro fator de pressão sobre a desaceleração do ICMS. "Apesar de o real estar desvalorizado, esta taxa não viabiliza um ganho de competitividade suficientemente grande para deslanchar exportações e aumentar a arrecadação no Estado", observa.

Para o secretário substituto da Fazenda, Odir Tonolier, é importante analisar o indicador de doze meses para entender como a arrecadação está se comportando. Nos doze meses fechados em abril, houve incremento real de 2,7% segundo a Fiergs. "Conseguir crescer em um cenário que não é favorável é um ótimo resultado, principalmente porque, em muitos outros estados, o que se verifica é queda neste indicador", afirma.

O desempenho ainda é pequeno quando comparado à expectativa do governo, de obter um incremento nominal de R$ 1 bilhão na arrecadação de 2002. "Talvez não se consiga cumprir esta meta, mas acredito que o crescimento chegue mais próximo disto do que está agora, já que existem indicadores de que o segundo semestre será melhor para a economia", diz o secretário.


Bolsa tem menor nível dos últimos 6 meses
A evolução do risco-país assusta o mercado. A taxa medida pelo índice EMBI+ do JP Morgan chegou a cair abaixo dos 900 pontos básicos, mas fechou em 913 pontos básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano, em alta de 6 pontos básicos. O crescimento interrompeu a queda do dólar e o movimento de recuperação do Ibovespa.

A bolsa encerrou os negócios no menor nível em seis meses, com queda de 0,7% e o volume permanece abaixo dos R$ 500 milhões. O Ibovespa não consegue sustentar a alta e a proximidade entre o índice futuro que vence em junho aos 12.360 pontos com o patamar atual de 12.342 pontos preocupa os analistas. Ontem a cotação do futuro despencou 1,76%.

"A aproximação mostra que deve ocorrer um reajuste para baixo do índice à vista", diz o diretor de mesa da Solidus Corretora, Émerson Lambrecht. Já o analista da Pilla Corretora, André Moura, não acredita que a teoria vá se cumprir e espera uma recuperação. "A taxa está muito baixa e o momento é de indefinição do mercado", explica.

A tendência é do câmbio se manter pressionado, mas com a manutenção do cenário a cotação não deve romper o teto de R$ 2,50. Ontem a moeda subiu 0,58% e encerrou na máxima do dia, a R$ 2,435 na venda.

"O mer cado está exagerando a questão política. Este é um pretexto para o dólar subir, um ajuste de carteira", acredita o economista da Fundação Getúlio Vargas, Lauro Vieira de Faria.

Há o aumento da procura por proteção contra uma possível alta da moeda norte-americana (hedge) que ficou clara com o resultado do leilão para substituir papéis cambiais que vencem hoje. A demanda na operação superou em 3,6 vezes o lote de contratos de swap cambial oferecido ao mercado. A procura chegou a 39,420 mil contratos, enquanto a oferta do BC foi de 10,850 mil contratos. "É o chamado efeito manada. Os investidores não sabem se haverão novas notícias e não querem ser pegos à descoberto", justifica o diretor da Pionner Corretora, João Medeiros.

O anúncio de que as alterações do estatuto do Banco do Brasil foram aprovadas fez as ordinárias despencarem 7,2% ontem. As mudanças incluem a transformação dos papéis preferenciais em ordinários na proporção de uma ação PN para cada 1,1 ON. A queda de ontem está relacionada ao ajuste da diferença dos 10%.

A trajetória de Arnaldo Campos
O fascículo dedicado a Arnaldo Campos, da série Autores Gaúchos, será lançado hoje às 19h pelo Instituto Estadual do Livro, em sua sede na rua André Puente, 318. O livreiro e escritor publicou seus primeiros contos em 1965, sendo O Degrau selecionado pela revista Leitura, do Rio de Janeiro. Ecreveu também A Boa Guerra, A Ceia do Diabo, Pequena História do Livro, O Justiceiro e outras Histórias, entre outras obras.

Arnaldo Campos nasceu no Rio de Janeiro (1932), onde trabalhou como operário e sapateiro antes de estudar violino na Escola Nacional de Música e integrar o Conjunto Orquestral Francisco Braga.

A política entrou em sua vida ao tornar-se membro da então clandestina União da Juventude Comunista, gerenciando o jornal Novos Rumos. Já instalado em Porto Alegre, em 1961 abriu sua primeira livraria, a Vitória, depois a Coletânea. Ponto de encontro de escritores, amantes de livros raros e intelectuais de modo geral, a Coletânea foi um bastião na luta pela democracia. Ali eram atravessadas as madrugadas de uma Porto Alegre que enfrentava menos agressividade nas ruas, mas muito mais violência contra a liberdade de opinião e de expressão.

Como livreiro, Arnaldo Campos também foi proprietário das livrarias Atualidade e Porto do Livro. Por trabalhar com material considerado subversivo, Arnaldo Campos passou diversos períodos na prisão. Como administrador, dirigiu o Instituto Estadual do Livro em 97, instituindo projetos inspirados no Cultura às Seis e


FHC suspende vistorias por tempo indeterminado
O governo federal promete adotar medidas mais duras para evitar as invasões de terra no Rio Grande do Sul pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As vistorias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para fins de reforma agrária serão suspensas. A garantia foi dada ontem, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em audiência com o presidente da Federação da Agricultura (Farsul), Carlos Sperotto, em Brasília.

Com isso, o governo vai atender às reivindicações dos produtores rurais, que contestam os índices usados pelo Incra, argumentando que eles se chocam com as exigências ambientais do Ibama. Para resolver essa contradição, o Executivo formou um grupo de trabalho, que reunirá os ministérios do Desenvolvimento Agrário, Agricultura e Meio Ambiente.

Segundo Sperotto, Fernando Henrique prometeu fiscalizar, através da Polícia Rodoviária Federal, os ônibus que transportam os sem-terra, além de desmontar os acampamentos do MST localizados às margens das estradas e excluir os invasores do programa de reforma agrária.

Sperotto vai apresentar hoje as conclusões da audiência aos produtores que fazem vigília em frente à fazenda Ana Paula, invadida em Hulha Negra.


Aprovado projeto que extingue pardais nas rodovias
Por 33 votos a 11, a Assembléia Legislativa aprovou ontem o Projeto de Lei 001/02, que prevê a substituição dos controladores de velocidade, os pardais, por lombadas eletrônicas nas rodovias do Rio Grande do Sul. A proposta prevê a localização dos equipamentos somente em locais próximos a hospitais, escolas e de comprovação técnica de grande incidência de acidentes. Atualmente, há 55 pardais e 129 lombadas instalados nas estradas sob administração do Daer.

"Os motoristas já são afrontados com os altos custos dos pedágios, além da fúria arrecadatória deste governo", argumenta o autor do projeto, deputado Elmar Schneider (PMDB). Ele informa que o Estado arrecada cerca de R$ 10 milhões por mês com as multas aplicadas com os pardais.

Schneider explica que os controladores de velocidades já instalados, além de não prevenirem acidentes, não têm caráter educativo, são autênticas armadilhas instaladas com o intuito certeiro de penalizar com severas multas os condutores. O deputado destaca que a substituição dos pardais pelas lombadas vai beneficiar tanto os motoristas quanto os pedestres, por se tratar de um equipamento de fácil visualização, obrigando a redução da velocidade dos condutores.

O projeto que propõe a substituição dos pardais vai agora à apreciação do governador do Estado. Se Olívio Dutra vetá-lo, a proposta será novamente votada em plenário na Assembléia. O secretário estadual dos Transportes, Fernando Variani, disse que o governo irá vetar o projeto. "Além de ser inconstitucional, é tecnicamente impossível, devido ao número de pardais já instalados nas estradas gaúchas".


Artigos

O grupo conhecido como MST
Júlia Vasconcelos Jardim

Será humanamente razoável que pessoas perigosas tenham tanto poder sobre as outras?

Pode-se aceitar que a pregação diária de "morte aos latifundiários" seja uma forma aceitável de educar crianças? Porém, quem são esses homens que se alimentam da perversidade para propor um mundo mais justo e mais humano? Não há dúvida de que o MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, é o verdadeiro responsável pelo "Estado de Medo" que existe atualmente, principalmente quando se trata do assalto às propriedades rurais. Ademais, ninguém tem dúvida que o MST quer ir além dos assentamentos. A intenção deste é criar locais de permanentes conflitos. Caso houvesse interesse de realizar, definitivamente, uma Reforma Agrária justa, social e participativa não teriam boicotado, deliberadamente, o Pronaf (um programa que prevê investimento sem infra-estrutura nas pequenas propriedades) e o Banco da Terra. No ano de 2000, o governo federal destinou ao Estado R$ 20 milhões para o Pronaf. Com isso, o governo gaúcho criou, por decreto, um Conselho para ser presidido pelo secretário da Agricultura, que, então, autorizou a liberação de somente R$ 6,9 milhões em benefício exclusivo de assentamentos do MST. Além disso, cerca de R$ 13,1 milhões que seriam destinados às pequenas propriedades gaúchas retornaram aos cofres públicos, prejudicando, assim, mais de 5,900 agricultores.

O Brasil já aplicou mais de 8 bilhões de dólares na Reforma Agrária e distribuiu 20 milhões de hectares para o MST, através do órgão responsável pela Reforma Agrária, o Incra, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, que é o órgão da aferição que distingue se a propriedade é ou não produtiva. O Incra possui terras e áreas destinadas à Reforma Agrária. Por que, então, esse interesse pelas invasões? Por que esse interesse na desordem? E por que o governo não faz nada contra esse movimento violento e terrorista?

É necessário combater toda forma de violência usada em nome da Reforma Agrária, sob pena de fracasso total do desiderato por ela proposto e do triunfo da vilania e do caos no campo. E o fracasso da Reforma Agrária socialista e confiscatória, temos cer teza, poderá ser comparado à agonia de um monstro, que nos seus estertores poderá aplicar golpes os mais inusitados e inconseqüentes, desferir as rabanadas mais perigosas e, na hora de sua morte, gerar filhotes piores que ele próprio.


Colunistas

FERNANDO ALBRECHT

A visita dos candidatos
O ex-ministro Francisco Turra e o ex-prefeito Guilherme Socias Villela, ambos do PPB, visitaram a Câmara Municipal para pedir apoio para suas candidaturas a deputado federal e deputado estadual, respectivamente. Os vereadores João Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch trocaram idéias com os candidatos sobre a campanha eleitoral em geral e a segurança pública em particular. Quando se fala nela, Pedro Américo Leal roda a baiana.

Tem boi na linha...
De um ano para cá uma série de carros importados foram tirados dos seus donos em Gramado e no Litoral. Ou o roubo se dá à mão armada, ou os larápios conseguem sabe-se lá como violar os alarmes eletrônicos. Há boas chances de conseguir o carro de volta, quando ele não está segurado.

Normalmente os ladrões entram em contato com o dono que, mediante uma boa quantia, algo sempre em torno de R$ 20 mil, recupera o veículo. Mas há coisas estranhas acontecendo, como o caso de uma Mercedes segurada roubada em Gramado.

..no roubo de carros
O proprietário recebeu, um mês depois, um telefonema de alguém que dizia ligar do Paraguai.

Mediante uma taxa, afirmava, o dono recuperaria o carro. Negativo, respondeu ele, o seguro que se virasse. Ocorre que o dono do carro não está no guia, seu telefone não pode ser fornecido pela companhia e mesmo assim ligaram. Como é que os ladrões sabiam, não só o número como também outros detalhes da rotina e outros dados do cidadão? Como é que os carros saem daqui para Paraguai asi no más? Tem boi na linha. Esta gente não opera sozinha.

Terra de ninguém I
O empresário Ernesto Correia, da Ana Paula, tem fortes razão em se sentir injustiçado. Não amarga só a invasão da fazenda, que dividiu a propriedade em duas e impediu os cronogramas de abate e comercialização. Aliás, se alguém for às churrascarias e não encontrar as carnes Ana Paula pode debitar isso ao MST. Só no ano passado a propriedade teve furtadas 300 cabeças, boa parte matrizes genéticas de altíssima qualidade. Neste ano, a média tem sido de uma cabeça por dia. Como estamos em maio, é só fazer a conta do prejuízo.

Terra de ninguém II
Quem rouba o gado da Ana Paula? Um assentamento do MST faz divisa com a fazenda e as suspeitas quanto aos autores dos furtos já foi objeto de nota da Farsul e reclamação formal do proprietário. Esta página, aliás, já registrou isso no passado. Certa ocasião, uma ação policial descobriu um abatedouro clandestino no assentamento e o responsável, que tinha cabeças de gado identificadas como sendo da Ana Paula, foi preso de manhã. De tarde estava solto. Como é que se sente um proprietário diante de fatos como este?
Você decide.

Sob nova direção
O empresário Paulo Afonso Feijó assume hoje, administrativamente, a presidência da Federasul, inaugurando um novo período na entidade, que deve praticar realmente uma política de boa vizinhança e esforços conjuntos com outras entidades. A posse festiva será dia 13. Só falta aquela faixa que se vê por aí quando a direção muda de fato: "Agora sob nova administração".

Casamento italiano
A página noticiou há dias que 49 moradores de Serafina Corrêa embarcaram dia 1º para a Itália para participar de um casamento, dia 14. O noivo é brasileiro, Luis Roberto Lorenzato, presidente da Fundação Lorenzato de Ribeirão Preto, e a noiva é a também paulista Michelle Toscano.

Descendentes de italianos, eles decidiram casar-se na bela cidade medieval de Montagnana, na província de Padova, dia 14. O primeiro Lorenzato, Benedetto Ângelo, chegou no Brasil em 1885. Seus descendentes espalharam-se Brasil afora.

Inimigo meu
A gente realmente não sabe das coisas. O perigo não é o assaltante com um revólver na nossa cara, nem o estuprador, nem o apenado que foge dos presídios superlotados. O grande culpado é o Grande Oriente, vejam só. Quem entra a seguir na lista dos Grandes Perigos? O Rotary? O Lions?

Inseguro-saúde
O seguro-saúde é, às vezes, inseguro. O jornalista Clóvis Duarte teve negada pela Sul América autorização de internação para uma revisão cardiológica de rotina. A empresa cancelou unilateralmente seu contrato porque ele atingiu 61 anos. Em juízo, o advogado Marco Antonio Birnfeld chamou a atenção para o fato de a Sul América ter mantido o seguro por cinco anos, quando a contratação lhe era interessante. Mudou de faixa etária, mudou o interesse. Decisão judicial já prorrogou o contrato por tempo indeterminado. Vale como precedente.

Orçamento Participativo
A propósito da entrevista do pré-candidato Celso Bernardi (PPB) à TV espanhola sobre o Orçamento Participativo, a prefeitura diz que ele "demonstra completo desconhecimento sobre o OP. Toda proposta orçamentária da Capital passa pelo OP", garante Assis Brasil Olegário Filho, coordenador das Relações com a Comunidade.

Imperdível: O Brasil dos Brasilianistas

(Paz e Terra), distribuição da Wilson-Wilson.

Idem Cidadania Sempre Adiada, de Callage Neto. Lançamento amanhã às 15h no Solar dos Câmara.

Anend Auditores Independentes promove Convenção Estratégica dias 11 e 12 no Coral Towers.

Planalto Encomendas em Novo Hamburgo agora está na rua Jornal NH, 200, fone 587-9797.

O Vitrine Gaúcha agora pode ser acessado pelo www.vitrinegaucha.com.br.

Dias 16 e 17, em Caxias do Sul, o 1º Colloquium de Implementos Rodoviários e 2º Colloquium Internacional de Suspensões.

Hoje às 10h na Assembléia audiência pública sobre a denúncia de crime ambiental pelo Iate Clube Guaíba e Veleiros.

A Pierre Alexander de Lucila e Luís Felipe Osório completa 21 anos amanhã.


ADÃO OLIVEIRA

A candidatura de Antônio Britto
A candidatura de Antônio Britto colheu, na tarde de ontem, dois revezes dos mais sérios. O primeiro é que Celso Bernardi não será o candidato a vice na chapa encabeçada por Antônio Britto. Não adianta nem tentar! O vice de Britto será Germano Bonow, do PFL.

O segundo revés aconteceu quando, em meio à tarde movimentada do Congresso Nacional, o presidente José Carlos Martinez, do PTB, e o seu líder na Câmara, deputado Roberto Jefferson, comunicaram à imprensa que o partido vai intervir no diretório regional do Rio Grande do Sul. Até amanhã será publicado nos principais jornais do País, o edital de intervenção.

Depois da "encrenca" da Frente Trabalhista, tudo parecia ir bem para o lado do PPS. Nelson Proença, seu presidente, passou a fazer entendimentos com o PFL, mantendo também a expectativa de atrair o PPB de Celso Bernardi, reeditando parte da composição que levou Antônio Britto ao Palácio Piratini.

A estratégia montada até que estava dando certo. Britto pensava que já tinha o apoio das bases do PTB. De repente, ontem à tarde, aqui em Brasília, José Carlos Martinez e Roberto Jefferson, colocaram uma azeitona no pastel dele. Que zebra! Acerta de um lado, desarruma do outro! Ontem, desarrumaram dos dois lados.

Na mesma tarde, em declarações a esta coluna, Bernardi é taxativo: é mais do que pré é candidatíssimo à sucessão de Olívio Dutra: "Sou homem de um partido só e não estou nessa campanha para cumprir carnê. Na eleição do Britto, o PPB foi o responsável pela sua viabilização. Agora é a vez do PPB! Duvido que alguém tenha a coragem de me procurar para propor ser vice. Não existe a mínima possibilidade de eu ser vice de Britto. Sou candidato a governador, porque me sinto preparado para isso. Sei o que posso fazer pelo Ri o Grande e, como fazer".

A declaração de Celso Bernardi vai ser uma "pá de cal" nos planos de Britto, tão logo ele leia essa coluna à mesa do café. E pensará:

"Pelo menos, com o PFL está tudo certo..."

E, está mesmo. Ontem pela manhã, Britto e Fogaça conversaram com Germano Bonow e seu grupo. Foi na sede do PFL. Britto chegou dizendo-se pré-candidato e propondo uma coligação. O PFL recebeu a visita muito feliz. Aliás, já estava esperando por ela.

Conversa vai, conversa vem, Bonow prometeu a Britto que vai reunir a executiva, amanhã às 12 horas, na sede do partido para avaliar a proposta. Já se sabe que a executiva, em peso, aprova a coligação. Então, amanhã, os pefelistas vão marcar uma reunião do diretório regional para segunda. Nesse encontro será definida a composição. Depois disso, uma nova visita de Britto a sede do PFL, consagrará a união.

Mas e o candidato a vice? Até agora nem se falou nele. Não se falou porque o seu não foi escolhido. Isso faz parte de uma estratégia que os dois partidos haviam montado: Tanto um, como o outro resolveram "esquecer" o nome do vice. A idéia era não tratar nada que dificultasse movimentos que visavam atrair o organizado e sério PPB, de Celso Bernardi. Essa estratégia está sendo abortada. Não há hipótese de Bernardi levar o seu PPB a coligar com o PPS e o PFL.

A sorte está lançada! Antônio Britto, não terá o PPB de Celso Bernardi e, talvez, nem o PTB de Sérgio Zambiasi. Deve ficar com o PFL e Germano Bonow, como seu vice. E só.


CARLOS BASTOS

Definiu-se o quadro sucessório gaúcho
Com a candidatura de Antônio Britto ao governo pelo PPS definiu-se o quadro sucessório gaúcho. Já existem cinco candidatos ao Palácio Piratiní, sendo que quatro da área oposicionista. Apenas Tarso Genro, do PT, concorre pelo setor governista. Os candidatos da oposição são Antônio Britto, do PPS, Celso Bernardi, do PPB, José Fortunati, do PDT, e Germano Rigotto, do PMDB. A única dúvida é sobre o PSDB, que ainda não se decidiu se concorre com candidato próprio ou fecha uma aliança com os peemedebistas gaúchos. O ex-vice-governador Vicente Bogo e seu grupo defendem de forma veemente a tese da candidatura própria, sustentando que isto dará mais condições para fazer bancadas tanto na Assembléia como na Câmara Federal. Há, contudo, tucanos que defendem a coligação com o PMDB, especialmente pelo fato de estar sendo concretizada uma aliança a nível nacional em torno da candidatura de José Serra.

Diversas
Quanto ao PFL se poderiam haver ainda dúvidas, com a visita de Antônio Britto a Germano Bonow, ontem, ficou evidente que o acordo entre os dois partidos já está sacramentado, e que a dobradinha será Britto-Bonow.

Situação complicada é a do PTB gaúcho que está condicionado por uma decisão da direção nacional de se aliar ao PDT de José Fortunati, mas já demonstrou de forma evidente que o partido está fechado com a candidatura de Antônio Britto.

Os petebistas gaúchos, entretanto, não vão enfrentar o comando nacional, para evitar uma intervenção aqui no Estado. Daí a possibilidade de formalmente referendarem a orientação nacional, mas de fato cristianizarem o candidato pedetista e trabalhar para eleger Antônio Britto, do PPS.

Resta ainda algum tempo para os liderados de Sérgio Zambiasi promoverem tratativas junto a José Carlos Martinez, presidente nacional do PTB. Mas o diálogo entre os gaúchos e o comando nacional está cada vez mais difícil, e uma decisão jurídica é dificil, pois há um acordo nacional entre os dois partidos.

Em verdade, a aliança do PDT e PTB em todos os Estados é uma antecipação da fusão das duas siglas que é desejada por Brizola, Miro Teixeira, do PDT, e por Martinez e Roberto Jefferson, do PTB. Daí a dificuldade da posição do partido no Rio Grande do Sul.

O vice-governador Miguel Rossetto lança esta noite na boate Liquid sua candidatura à reeleição.

O deputado federal Fetter Junior foi escolhido candidato único do PPB de Pelotas para disputar a reeleição em outubro. Fetter Junior obteve 34 dos 44 votos, enquanto o deputado estadual Érico Ribeiro recebeu apenas oito indicações, mas deverá ser indicado por outro diretório da região sul. Para deputado estadual o nome mais votado foi o de Leila Fetter, com 42 votos.

Última
O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) anunciou ontem os cem mais destacados parlamentares do Congresso Nacional. Da lista constam sete gaúchos, os senadores Pedro Simon (PMDB) e Emília Fernandes (PT). E os deputados Germano Rigotto e Mendes Ribeiro (PMDB), Marcos Rolim (PT) e Alceu Collares (PDT).


Editorial

AGÊNCIAS DE RISCO SÃO CONSEQÜÊNCIA DOS PROBLEMAS

O Brasil está no alvo das agências de risco, primeiro dos Estados Unidos, agora da Holanda. A auto-estima nacional é alfinetada, mas devemos ter o equilíbrio necessário para saber o que se passa e como reagir. Em um primeiro momento, agimos de maneira madura, através dos candidatos à presidência da República. Todos, de Serra a Lula, com o mesmo discurso de Ciro e Garotinho, criticaram a postura, digamos, político-partidária, na qual se basearam os técnicos alienígenas para nos empurrar três pontos, de 906, a mais do que o Tesouro dos EUA. Ou seja, nos cobram 9%, os chamados nove pontos básicos, acima dos 5% pagos pelos papéis emitidos pelo Tesouro dos EUA, considerados os mais seguros do mundo. O Risco-país do Brasil só é menor do que o da Argentina, Nigéria e Equador, mas ainda maior do que o da Venezuela, que teve uma tentativa de golpe de estado há um mês. É um exagero e não tem base nos atuais fundamentos macroeconômicos da economia brasileira. Em janeiro de 2000, pagávamos apenas 6,6 pontos básicos. Embora a retração das importações/exportações, ainda assim a balança comercial está superavitária em US$ 1,5 bilhão até este início de maio, os investimentos externos bateram recorde em março, resta o medo pela queda na arrecadação federal, por conta da falta de cobrança da CPMF durante dois meses e meio, o que dará rombo de R$ 4 bilhões ou mais. Um problema, sem dúvida, sem entrar no mérito do tributo. Na verdade, a CPMF só acabará quando e se houver uma reforma tributária de consenso e isso só virá no próximo governo. Os estrangeiros temem por tudo, inclusive no aspecto de vencer um partido que fez campanha a favor da moratória da dívida externa, o PT, que liderou plebiscito em 2000, que optou por não pagá-la, as agências querem se precaver. Têm errado tanto nos últimos anos que não desejam correr riscos. Na dúvida, rebaixam a tudo e a todos, especialmente na América do Sul, por conta das crises na Argentina, na Venezuela e na Colômbia.

Recomendação de agências de risco é como bula de remédio, se ler ninguém toma, tais os efeitos colaterais que estão previstos e condenados, o que, ao fim, trata-se apenas de prevenção contra possíveis processos posteriores. O Brasil não pode se apavorar e deve persistir no trabalho de divulgação do dados, total transparência nas contas públicas, mostrar os fundamentos básicos, tratar de aumentar as exportações e substituir as importações. A divisão entre os próprios bancos de investimento, alguns temerosos e outros nem tanto com a situação econômica, além das pesquisas pró-Lula e das acusações, requentadas ou não, contra antigos colaboradores de Serra, elevaram o dólar. Dizem certos setores de Wall Street que o Brasil talvez não pague a dívida externa este ano, uma besteira, estamos com o dinheiro em caixa desde fevereiro, com as emissões feitas. Além do mais, todos os candidatos concordam em que manter a estabilidade, com o superávit fiscal nas contas públicas de 3,5% do PIB, as metas de inflação pelo Banco Central e o câmbio flutuante são pressupostos válidos. Ora, a partir daí a incógnita da equação fica por conta de como conseguir, conforme prega a Confederação Nacional da Indústria, CNI, crescimento com estabilidade ou estabilidade com crescimento, 4,5% ao ano, a meta. No entanto, todos devem apresentar fórmulas, não apenas intenções. Quem é contra mais empregos, melhores salários e aposentadorias, menos impostos, radicalizar políticas de saúde e educação e fazer avançar um grande plano habitacional? Ninguém. Como chegar lá?


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05/08/2002


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