Exército testa foguetes balísticos em campo no Goiás
O Comando do Exército realizou nesta quinta-feira (21) três lançamentos de foguetes balísticos, com alvos terrestres predeterminados, no Campo de Instrução da Força, localizado no município goiano de Formosa. Os artefatos são desenvolvidos pelo Exército Brasileiro em conjunto com a Avibras Indústria Aeroespacial e podem atingir alvos até 90 quilômetros de distância. Modelos semelhantes já foram exportados pela empresa à Malásia, rendendo divisas de 219 milhões de euros.
O responsável pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Sinclair Meyer, disse que apenas os Estados Unidos criaram modelos de foguetes desse tipo, mas com maior capacidade de alcance, podendo atingir alvos até 300 quilômetros de distância.
Segundo o general, o País já trabalha para ampliar o alcance de seus foguetes, mas, para tanto, necessita de recursos a fim de fazer pesquisas e desenvolver novos projetos. Esses artefatos são diferentes de um míssil, de acordo com Meyer, porque têm trajetória definida a partir do impulso que recebe, enquanto o míssil é guiado e pode ter sua trajetória controlada.
Para o general Visconte Paz, do Departamento de Produtos de Defesa do Comando do Exército, a demonstração, que teve as presenças do vice-presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi feita para aproveitar "o tempo de validade do combustível sólido que impulsiona os foguetes e para mostrar às pessoas que têm poder decisório a importância de conhecerem o funcionamento do sistema". O general disse ainda que a evolução da tecnologia nacional, nesse setor, depende de mais recursos e que a Defesa "está determinada a trabalhar por isso, já que se trata de setor estratégico e que pode também ser um nicho para o País no mercado internacional".
Para o vice-presidente Michel Temer, a demonstração "é compatível com a situação de crescimento que o Brasil está vivendo". "Um país que quiser se ombrear com as nações mais desenvolvidas tem que ter instrumentos de defesa tecnicamente muito aperfeiçoados. Este é o desejo das Forças Armadas, do ministro Jobim e de todos nós", disse.
O ministro Nelson Jobim declarou que o Exército, junto com a Avibras, "quer continuar desenvolvendo a tecnologia na área militar porque temos um acervo tecnológico que não pode ser perdido". Ressaltou que os foguetes usados na demonstração foram feitos a partir de tecnologia exclusivamente brasileira. Segundo ele, há interesse mundial na aquisição de equipamentos bélicos fabricados pela Avibrás, que caminha para a tecnologia digital.
Fonte:
Agência Brasil
21/07/2011 19:45
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