Exposição sobre as Constituições brasileiras mescla história e arte



 Está aberta à visitação pública, no Salão Negro do Congresso Nacional, a exposição As Constituições Brasileiras, que marca os 200 anos da independência do Poder Judiciário. Composta de três partes, a exposição está dividida entre os três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. Duas partes estão noSupremo Tribunal Federal (STF) e no Palácio do Planalto e a terceira, no Congresso.

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A exposição foi inaugurada na quarta-feira (23), em cerimônia realizada no STF com a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros, do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da presidente do tribunal, Ellen Gracie, além de outras autoridades.

A primeira parte da mostra, montada no Supremo Tribunal Federal (STF),abriga as constituições de 1824 e 1891, marcos divisórios do período imperial e republicano. Na segunda parte, montada no Palácio do Planalto, estão expostos os textos constitucionais de 1934, período democrático; 1937, regime ditatorial; e 1967, novo período ditatorial, acentuado pela Emenda Constitucional de 1969, que introduziu no texto as determinações do Ato Institucional 5, o famoso AI-5.

Na exposição montada no Congresso podem ser vistas as duas constituições mais recentes de molde democrático: a de 1946 e a de 1988, chamada de "Constituição Cidadã".

Nas três exposições, cada Constituição brasileira é acompanhada de obras de arte do período em que foi publicada, especialmente as artes plásticas. Na parte da mostra relativa à Constituição de 46 predominam obras abstracionistas de pintores famosos, entre os quais estão Volpi, Mavignier, Iannelli, Shiró e Bonalli. A exposição apresenta ainda maquetes como a do Edifício Copam, em São Paulo, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Quem explica cada detalhe da mostra é a coordenadora do programa educativo das três exposições, Marília Panitz, também professora do Departamento de Artes Plásticas da Faculdade de Artes, da Universidade de Brasília (UnB).

Um objeto bastante representativo do período é a Romizeta, carro fabricado em São Paulo, em 1957, que representa o boom de desenvolvimento e industrialização do Brasil, comumente associado à figura do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), retratado por um enorme painel, ao lado de outro, com as duas estradas abertas para a construção de Brasília.

Constituição "Cidadã"

Para representar o momento da redemocratização do país, painéis fotográficos explicam, em imagens, por que a Constituição de 1988 recebeu o apelido de "cidadã". Neles estão retratados o movimento "Diretas Já", com a multidão reunida na Praça da Sé, em São Paulo, o "Senhor Diretas Já", Ulysses Guimarães, e fotos do momento em que a Carta Magna foi promulgada, com outros políticos que participaram de sua construção.

Outra parte da mostra são os trabalhos de alunos e ex-alunos da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), integrada à Faculdade de Artes da Universidade de São Paulo (USP): são artistas desconhecidos retratando rostos de desconhecidos para enfatizar a diversidade do povo brasileiro.

Alguns alunos da Escola Classe nº 30, Setor O, de Ceilândia, cidade próxima de Brasília, definiram a impressão que a mostra causa ao visitante. Os estudantes confessaram que, quando souberam que a exposição era sobre as constituições brasileiras, temeram que o programa fosse "chato", mas, ao ver todas as obras que compõem a mostra,sentiram que "dá para entender melhor o país".

A exposição As Constituições Brasileiras ficará aberta ao público até 23 de agosto.



24/05/2007

Agência Senado


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