FHC não vê saída sem FMI; Lula e Ciro rejeitam acordo









FHC não vê saída sem FMI; Lula e Ciro rejeitam acordo
Apesar do refluxo de ontem na cotação do dólar, que arrefeceu o clima de pânico do mercado verificado nos dias anteriores, o governo brasileiro admite que o quadro econômico do país atingiu um "ponto crítico" e não vê saída consistente para a crise fora do acordo que está sendo negociado com o FMI, relata Clóvis Rossi.

Os dois principais candidatos de oposição à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Ciro Gomes, do PPS, reagiram negativamente à proposta feita ontem pelo FMI, segundo a qual um novo acordo com o país deve se estender até 2003 e depende, para ser assinado, de algum compromisso dos presidenciáveis.

O presidente do PT, deputado José Dirceu, que falou por Lula, disse que "não dá para eleger um governo com política já definida por um organismo internacional". Ciro reagiu na mesma linha. Disse que não poderia se comprometer "com a a projeção para o futuro de uma política econômica equivocada". Num tom mais jocoso, o presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, afirmou que não irá assumir compromisso com nenhum acordo que "mantenha a mamata" que, segundo ele, foi o governo FHC para os banqueiros.

O candidato José Serra, do PSDB, foi o único entre os presidenciáveis que voltou a defender ontem a extensão do acordo com o Fundo. E alfinetou os adversários: "Quem tem candidato pensando em que as coisas piorem para poder faturar eleitoralmente, tem".


Para PT e PPS, ônus político é de FHC
O presidente do PT, José Dirceu, e o candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, recusaram-se ontem a atender à sugestão do Fundo Monetário Internacional de endossarem publicamente um novo acordo para o Brasil.

Ontem, o porta-voz do FMI, Thomas Dawson, declarou que um novo acordo deve invadir o futuro mandato e que, portanto, algum tipo de comprometimento dos candidatos seria necessário.

Para Dirceu, o FMI "tenta amarrar e ditar a política do próximo governo qualquer que seja o eleito". "Não dá para eleger um governo com política já definida por um organismo internacional. Isso o PT não aceitará porque a responsabilidade pela atual crise é do governo, não da oposição."

Já Ciro afirmou que não poderia se comprometer "com a projeção para o futuro de uma política econômica equivocada", referindo-se ao novo acordo.

O porta-voz do FMI sugeriu que uma "quantidade suficiente de apoio político" ao acordo deveria partir da oposição para "dar perspectivas de sucesso ao programa", já que deve vigorar em 2003.

Cauteloso, Dirceu disse que o PT não "se recusará a conversar com o presidente Fernando Henrique Cardoso se houver um convite". No entanto, o PT aceitaria negociar com organismos internacionais como o FMI apenas após a eventual eleição de Lula.

Dirceu lembrou que o PT, em seus documentos oficiais, já se comprometeu com uma meta de superávit primário de 3,75% no ano de 2003 e defendeu o cumprimento dos contratos e dos compromissos externos assumidos pelo Brasil. Isso bastaria para o FMI, avalia a direção petista.

Ou seja, o PT não aceita dividir o ônus da crise com FHC, mas está preocupado em transmitir imagem de responsabilidade.

É nesse contexto que deve ser lida a declaração do economista Guido Mantega, um dos principais assessores de Lula, de que o partido admitia discutir com FHC o novo acordo com o FMI.

A Folha apurou que Dirceu e Lula são os dois únicos petistas autorizados a tratar de eventuais acertos da transição com FHC. Isso é uma forma de evitar afirmações contraditórias, como aparentemente é a de Mantega em relação à de Dirceu, ou superdimensionar contatos positivos, como a reunião que o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) teve com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

Dirceu negou ter se encontrado ou falado por telefone na última semana com FHC para tratar do acordo com o FMI ou de medidas de ajuste fiscal que precisariam ser aprovadas no Congresso. À noite, o Planalto também negou.

Ciro
Apesar de recusar-se a endossar o acordo, Ciro declarou que não atrapalharia a negociação.

"Tenho segurança do espírito público dos negociadores brasileiros e seria a última pessoa que atrapalharia uma tentativa de ajudar o Brasil a consertar o grave erro que o atual governo cometeu."

Já o candidato do PSB, Anthony Garotinho, disse que não se comprometerá com nenhum acordo que mantenha a "mamata" que, segundo ele, foi o governo FHC para os banqueiros.

"Eu não vou manter [nenhum acordo" e espero que os demais candidatos não mantenham também. Não sou contra o FMI. Só não quero que eles também não sejam contra o Brasil e dêem margem a uma negociação que beneficie os dois lados", disse.

O tucano José Serra reafirmou que é favorável à "extensão" do acordo com o FMI "para nossa segurança econômica". Segundo Serra, o acordo não imporá sacrifícios adicionais ao país e "eliminará incertezas que podem prejudicar o emprego".

Serra criticou os adversários que se manifestaram contrários ao acordo. "Cada candidato assume suas responsabilidades e arca com as consequências. Que tem candidato pensando em que as coisas piorem para poder faturar eleitoralmente, tem. Eu não atuo dessa forma."


Planalto contabiliza perdas e admite que situação é crítica
Nas contas do governo, crise já consumiu mais de R$ 4 bilhões

O governo federal admite que a situação econômica atingiu um ponto "crítico" e menciona números concretos para dar a dimensão das dificuldades: desde o início da turbulência, a União perdeu o equivalente a um trimestre inteiro de CPMF (o imposto do cheque), entre queda na receita e aumento de despesas.

A informação e a avaliação sobre o ponto crítico foram obtidas pela Folha diretamente no Palácio do Planalto. Ambas demonstram que os partidos de oposição não estão exagerando quando pintam um cenário muito negativo para os meses que restam até a posse do novo presidente e mesmo para depois.

Só no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), a queda da receita chegou a R$ 1 bilhão, ao que se soma um retrocesso de R$ 1,8 bilhão na arrecadação da Previdência. Aumento de gastos com remunerações chegaram, sempre no período de turbulência, a R$ 1,3 bilhão. O total chega a cerca de R$ 4,1 bilhões.

Somados a outros itens, tem-se um trimestre de CPMF (cerca de R$ 4,8 bilhões), exatamente o imposto que pode ter todos os defeitos, mas é o melhor do ponto de vista arrecadatório, por ser praticamente insonegável.
O agravamento da crise transformou em verdadeira obsessão, para o governo Fernando Henrique Cardoso, "honrar os compromissos", sempre conforme a Folha ouviu no Planalto.

Significa não declarar moratória nem na dívida externa nem na interna, uma hipótese que mais e mais aparece nas análises. Ontem, por exemplo, a revista britânica "The Economist", uma espécie de bíblia para o mercado, dizia:

"Esta semana, os investidores pareciam ver a América do Sul à beira de uma cadeia de "defaults" [moratórias" do tipo que açoitou a região nos anos 80".

Gordura
No governo, ao contrário, tem-se certeza de que há gordura suficiente para honrar as dívidas pelo menos até o fim do período FHC, dentro de exatos cinco meses.

Mas, para acalmar o mercado, a única bala na agulha do governo é, como todos especulam, a extensão do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

O acordo, em tese, significaria a entrada de recursos em montante suficiente para no mínimo amenizar a secura de dólares no mercado, o que, pela inexorável lei da oferta e da procura, faz subir a cotação da moeda norte-americana.

A Folha apurou que, antes mesmo do embarque da missão oficial para iniciar as negociações com o Fu ndo, houve um sinal de que haveria acordo -e relativamente rápido. A rapidez é importante: o pessoal do FMI começa as férias de verão (no hemisfério Norte) no dia 12, uma segunda. Só trabalha, portanto, até dia 9.
Armínio Fraga, o presidente do Banco Central, já havia dito ao deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), quando se reuniram há três semanas, que havia sinais de que o acordo sairia, se e quando o governo iniciasse a negociação.

Fraga disse que não haveria exigências adicionais para o acordo, o que contraria as versões de que o FMI quer um aumento no superávit fiscal do Brasil (de 3,75% para 4%) ou a manutenção dos juros nos elevados patamares atuais.

Exigência
Exigência quem faz, na prática, é a oposição: Mercadante diz que o acordo com o Fundo será inútil se não contiver cláusulas que permitam restaurar as linhas comerciais para as empresas.

A propósito: a Folha confirmou junto ao Planalto que as fontes de financiamento comercial (para importações e exportações) secaram, de "forma inédita".

Mercadante diz que o acordo de 1998 com o FMI incluía a restauração do financiamento.

Mas, pelo que a Folha apurou junto ao próprio FMI, a dificuldade maior pode nem estar nos detalhes técnicos, mas no aspecto político. O Fundo tem adotado como norma que os seus programas de ajuda sejam "de propriedade" do país, conforme o jargão do organismo internacional. Traduzindo: o governo que assina os acordos tem que comprá-lo integralmente, para não parecer imposição externa.

Acontece que, em período eleitoral, a questão da "propriedade" muda de figura. "Não se trata apenas de propriedade de um governo, mas de todo o processo político", ouviu a Folha. Ou seja: os candidatos também têm que "comprar" o programa, ainda mais que ele se estenderá a 2003.

Se é assim e se os candidatos continuarem pondo restrições, talvez o acordo demore a sair. Nessa hipótese, o governo perde a sua única bala na agulha e a situação, que já é descrita como "crítica", tende a tornar-se dramática.


Aécio faz elogios a Serra, Lula e Ciro
Para o tucano, os três "são homens dignos"

Ao contrário da cúpula tucana, que tem atacado os adversários do presidenciável José Serra (PSDB), o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), elogiou ontem os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PPS), além de seu companheiro de partido. Ele disse que os três candidatos "são homens dignos".

"Que bom que o Brasil tem hoje disputando as eleições três candidatos que, do ponto de vista ético, têm uma história que honra a vida pública brasileira", afirmou Aécio, candidato ao governo de Minas Gerais.
Aécio reconheceu que, "como tucano", não deveria fazer tal afirmação. "Mas digo como cidadão: os três candidatos em condições de chegar ao segundo turno são homens dignos, o que mostra a maturidade da nossa democracia", disse.

Na disputa em Minas, Aécio tem apoio de aliados de Ciro -o PFL- e de Lula -o governador Itamar Franco. Na última segunda, Aécio recebeu o vice de Ciro, Paulo Pereira da Silva. Hoje, fará campanha com Serra.

Aécio afirmou que, apesar de as pesquisas eleitorais indicarem vantagem de Lula e Ciro sobre Serra, as eleições não estão definidas. "Eu acho que o candidato do meu partido, o senador José Serra, a partir do início da propaganda eleitoral, pela sua capacidade e pela sua história, tem todas as condições de ser um dos dois que disputarão o segundo turno", afirmou.

O deputado disse ainda que "não há possibilidade de termos aqui um vácuo institucional, uma reviravolta, uma perda de conquistas que ocorreram nos últimos anos". "A integração com o Congresso garantirá uma transição sem sustos e sem risco para o país."


Serra agora promete 8 milhões de empregos
Meta do presidenciável tucano é menor do que a prevista pelo programa de governo do candidato do PT

No momento em que caiu para o terceiro lugar na corrida presidencial, o tucano José Serra (PSDB) agora promete criar 8 milhões de empregos em quatro anos, caso seja eleito. No último dia 23, o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia prometido criar 10 milhões de empregos.

Durante o governo FHC, a taxa de desemprego não evoluiu de forma satisfatória, o que vem pressionando a avaliação do governo (em julho, a taxa de ruim/ péssimo subiu para 34%). Em janeiro de 1995, quando o presidente assumiu, a taxa de desemprego aberto era de 4,42%; em janeiro deste ano, ela estava em 6,84%. Em junho último, era de 7,50%.

Serra disse que a meta do PT (10 milhões de empregos) era "desejável", mas que uma estimativa "bem feita do ponto de vista econômico mostra que nós poderemos, com uma política econômica correta, gerar no Brasil cerca de oito milhões de empregos". Por "estratégia econômica correta", Serra considera "exportar bastante mais, para ter dólar e com isso reduzir os juros" e beneficiar os setores que geram mais empregos. Destacou a agricultura, o turismo, a construção civil e a "expansão da saúde e da educação".

O candidato do PSDB fez essas promessas durante uma palestra na sede da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Brasília. Parte da equipe do programa de governo do candidato gostaria que ele falasse em 10 milhões de novos empregos, um número redondo e de maior impacto publicitário. Serra vetou: "Depois vão me cobrar".

Disse que o investimento de R$ 1 milhão gera 202 empregos na agricultura, 149 no comércio, 111 na construção civil e cerca de 85 numa montadora de automóveis. A agricultura irrigada "gera 10 vezes mais empregos do que o mesmo investimento na indústria".

O candidato citou a agricultura como um exemplo a ser seguido: atualmente o setor exporta (US$ 24 bilhões) mais do que importa (US$ 5 bilhões). E prometeu duplicar o investimento na pesquisa agropecuária: "Gerar emprego na agricultura significa gerar em áreas novas do Brasil, manter a população no campo".

Serra justificou as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio: "Quando o BC vende dólares, ele não está gastando. Subsídio é gasto", disse. Segundo Serra, o BC vende dólares, mas recebe reais em troca. Seria preferível não vender, mas agindo assim está mantendo o mercado aberto.

Ele comentou o afastamento do coordenador de campanha de Ciro Gomes (PPS), José Carlos Martinez: "O Ciro Gomes o defendeu bastante. É até contraditório ele deixar a campanha, se ele era tão puro assim, segundo Ciro".


Após denúncias, Martinez deixa coordenação de Ciro
Decisão foi anunciada em troca de cartas entre petebista e candidato

Acuado pela revelação de ainda pagar prestações de uma dívida contraída com Paulo César Farias, o PC, o deputado José Carlos Martinez (PTB) anunciou ontem seu afastamento da coordenação-geral da campanha de Ciro Gomes (PPS) à Presidência.

O posto de Martinez será assumido pelo próprio Ciro, embora as tarefas executivas provavelmente sejam entregues ao irmão do candidato, Lúcio Gomes, ou ao Walfrido Mares Guia (PTB-MG).

A destituição ocorreu depois de a Folha ter revelado que o ex-coordenador paga até hoje parcelas de uma dívida de milhões de reais a parentes de PC, ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Em 1999 a dívida equivalia a US$ 1,6 milhão. Nos últimos dias, não foram revelados os valores do saldo, recalculado com juros, nem a quantia exata entregue por PC a ao deputado.

O afastamento do petebista já era dado como certo anteontem à noite por integrantes dos três partidos que compõem a Frente Trabalhista -PPS, PDT e PTB. Também os pefelistas que apóiam Ciro eram defensores da idéia de que a permanência era insustentável.

Depois de uma conversa por telefone com o candidato, o deputado viajou anteontem à noite a São José do Rio Preto (SP), onde Ciro passou o dia em campanha.

Na reunião, disse ter consciência de que prejudicaria o presidenciável caso permanecesse.

Os dois discutiram sobre a melhor forma de oficializar o anúncio. Embora tenha sido cogitada uma nota de esclarecimento e uma entrevista coletiva, optaram por uma troca de cartas.

Com isso, pretendiam não só simplificar a destituição, como também dar a ela o caráter de uma conversa entre amigos.

Pelo fato de Martinez presidir o PTB, uma das maiores preocupações da frente era impedir que o episódio provocasse uma crise interna na campanha.

Por exigência do candidato, dois aspectos teriam de ser contemplados nas mensagens: que a iniciativa de deixar o cargo não havia partido dele e que Martinez se retirava da campanha para poder se dedicar à sua defesa.

Enquanto a carta de Ciro foi enviada por e-mail de São José do Rio Preto, de onde ele foi impedido de decolar por problemas no tráfego aéreo, a de Martinez foi escrita em São Paulo, em reunião com vários coordenadores da campanha durante toda a tarde.

Além do próprio deputado, participaram do encontro, entre outros, o deputado João Herrmann, o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, o marqueteiro da campanha, Einhart Jacome da Paz, Flávio, irmão de Martinez, o empresário Marcio Lacerda, integrante do comitê financeiro e, por telefone, do Rio, o deputado Roberto Jefferson (PTB).

Depois de pronta, a carta de Martinez, escrita pelos coordenadores, foi lida, por telefone, para Ciro.Em sua carta, Martinez promete levar ""às barras dos tribunais" seus acusadores, ataca o governo federal e elogia Ciro. ""Não podendo atacá-lo por sua biografia, honestidade e integridade moral, procuram desqualificar aqueles que o apóiam."

""Estou certo de que será capaz de voltar desagravado à militância de nossa causa comum de oferecer ao povo brasileiro um caminho de mudança", escreveu Ciro.

Por telefone, também Brizola conversou com os dois ainda na noite de anteontem.

Mesmo fora da coordenação, o deputado deverá permanecer no conselho político da campanha, composto pelos presidentes dos três partidos. Segundo amigos, passará os próximos dias ""em recolhimento" e depois se dedicará à sua campanha de reeleição.

Varginha
Ciro admitiu ontem, em Varginha (MG), que vai assumir a coordenação-geral. "Não temos grandes aparatos, grande tarefas para desenvolver. Nada que eu não possa reunir uma equipe uma vez por semana e dar diretrizes."

O candidato afirmou ter aceitado a renúncia para que Martinez se defenda. "Ele tem direito, como qualquer cidadão."

O presidenciável também classificou como uma "violência" o que estaria ocorrendo com seu ex-coordenador. Declarou ainda que o fato foi consequência da utilização política "radical" da vida prividada de uma pessoa.
Reportagem publicada anteontem pela Folha revelou, entretanto, que o empréstimo foi, na verdade, uma transferência de recursos quase totalmente feita por meio de contas bancárias em nome de "fantasmas", expediente usado por PC em suas operações.

Na cidade, Ciro recebeu o apoio de dois pefelistas que ocuparam ministérios no governo FHC, Carlos Melles, ex-ministro dos Esporte, e Roberto Brant, ex-ocupante da pasta de Minas e Energia.


ACM e Tasso ganham espaço político
O presidenciável Ciro Gomes (PPS) irá compor um conselho técnico-político para administrar sua campanha após a saída de José Carlos Martinez (PTB-PR) da coordenação política.

A equipe terá pelo menos cinco membros -um deles será indicado pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e outro pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Os demais integrantes do conselho representarão os três partidos que formam a frente -PPS, PTB e PDT.

A informação foi dada por ACM à Folha, logo após conversar com Ciro por telefone, na tarde de ontem. Um dirigente da campanha de Ciro confirmou a informação. "Será um staff de quatro ou cinco pessoas de confiança do candidato, que possam dar subsídios técnicos e políticos para a campanha. De preferência serão políticos de formação técnica, independentemente de partidos ou ideologias", afirmou ACM.

A Folha apurou que o nome mais cotado no carlismo para integrar o grupo é o do senador Waldeck Ornélas (PFL-BA).

Já no grupo de Tasso, aposta-se em Byron Queirós, ex-presidente do Banco do Nordeste, ou no senador Luiz Pontes (PSDB).

Esse staff estará subordinado a Ciro e a seu irmão Lúcio Gomes, que, após a saída de Martinez, ocuparão a coordenação política da campanha.

O conselho terá a função de municiar Ciro de informações técnicas e políticas para os debates e entrevistas de campanha e de preparar o plano de governo do candidato. Além disso, buscará apoio político, empresarial e financeiro para a campanha.

Monopólio
O aumento da presença de ACM na campanha de Ciro poderá ser visto hoje a partir de hoje, quando o candidato chega a Salvador. O candidato terá apenas um encontro reservado com dirigentes do PDT e do PPS no hotel em que se hospedará.

Ciro será recepcionado por ACM no aeroporto e levado para uma caminhada no shopping popular da Lapa. O candidato almoça com o pefelista e um grupo de amigos e depois participa de encontro com prefeitos e deputados ligados ao carlismo. À noite, vai a um comício em Simões Filho (região metropolitana de Salvador), ao lado da chapa do PFL -Paulo Souto (governador), ACM e César Borges (senadores).

A presença de Ciro entre os carlistas desagradou João Durval, candidato do PDT ao Senado. Mas ACM desdenhou: "Eles têm que me respeitar porque sou eu que tenho voto. Eu deixo o Ciro na porta do hotel e eles [PDT e PPS] chegam todos em uma Kombi para encontrar com ele".


Petebista fala em "infâmias", Ciro, em "violência"
Leia as íntegras da carta enviada por José Carlos Martinez a Ciro Gomes e da resposta do candidato do PPS ao petebista

Meu caro amigo presidente,
Fui um dos convocados para coordenar sua vitoriosa campanha de presidente da República e muito me orgulho desta distinção que recebi como dirigente maior do PTB, o primeiro partido a dar apoio à sua candidatura, ainda no mês de maio de 2001.

O PTB e o PDT se uniram em torno deste projeto, que objetiva a mudança do modelo econômico e social, visto que o atual fracassou.

No início, tentaram destruir nossa aliança. Promessas não faltaram. Ministérios, cargos, liberações de verbas, vantagens de toda natureza foram oferecidas ao PTB para que abandonássemos a sua candidatura.
Não conseguiram..

Agora, partem para uma nova estratégia. Não podendo atacá-lo por sua biografia, sua honestidade e integridade moral, procuram desqualificar aqueles que o apóiam.

Tenho sofrido acusações injustas, que envolvem negócios privados de minha família. Demonstrarei a verdade e levarei às barras dos tribunais aqueles que me ofendem.

Sinto, porém, que as infâmias assacadas contra mim podem prejudicar sua campanha, o que significa causar um prejuízo irreparável ao povo brasileiro. Saiba, presidente, que sou apenas mais um de tantos empresários que sofrem com a política atual, obrigados a contrair empréstimos a juros escorchantes para levar adiante seus projetos de desenvolvimento e geração de empregos.

Poucos são aqueles, à exceção dos amigos do rei, que conseguem sobreviver sem, às vezes, atrasar pagamentos ou até ter um título protestado.

Misturar minha vida empresarial com minha atividade política é no mínimo uma desonestidade. É por isso, para esclarecer a verdade e para atender aos insistentes pedidos de minha família, e ainda, acima de tudo, para preservá-lo, por acreditar no projeto que nos une, que me afasto da coordenação da campanha.

Volto ao meu Paraná, onde estarei buscando votos para elegê-lo presidente da Rep ública e me reeleger deputado federal. Quero agradecer o seu carinho, o dos meus companheiros do PTB e da Frente Trabalhista, e pedir a Deus que não permita que o ódio vença.
José Carlos Martinez


Prezado deputado José Carlos Martinez,
No interior de São Paulo, onde estou cumprindo a agenda de campanha, recebi agora sua carta em que me pede para se afastar das funções que ocupa na nossa equipe de coordenação.

A carga de violência que sobre você se abateu é uma coisa chocante para mim, que sempre deplorei o radicalismo como atitude política. Mas o desespero, a falta de compostura e de critério de nossos adversários parecem não ter limites.

Aceito sua renúncia como um sacrifício para que você demonstre a verdade, direito inalienável dado a toda pessoa.

É nessa circunstância, e apenas nela, que aceito o afastamento que me pede. Tão logo consiga esclarecer os fatos, volte para integrar minha equipe.

Quero agradecer-lhe os serviços que prestou à nossa causa e à construção da Frente Trabalhista com toda dedicação, lisura e humildade.

Quero que transmita à sua família minha solidariedade pela violência de que o amigo, como marido e pai, tem sido vítima.

Estou certo de que você será capaz de voltar desagravado à militância de nossa causa comum de oferecer ao povo brasileiro um caminho de mudança.

Respeitosamente, Ciro Gomes


Nada desabona Paulinho, diz Freire
O presidente do PPS, senador Roberto Freire, afirmou que a Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB) está convencida do "gosto requentado" das denúncias contra o candidato a vice de Ciro Gomes (PPS), Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho. "Nada desabona a honra de Paulinho."

Para o senador, um eventual prejuízo à campanha de Ciro é a diferença na defesa da Frente nos casos de Paulinho e do deputado José Carlos Martinez (PTB) -que pediu afastamento depois do anúncio de que tomou empréstimo de Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992).

Paulinho é suspeito de envolvimento na compra superfaturada de uma fazenda em Piraju (SP), com recursos federais, e de manter um sítio em nome de um "laranja" por três anos.

"É como diz Ciro, [as denúncias vieram] do dragão da maldade, do PSDB", afirmou Paulinho.


Maluf lidera em São Paulo com 32% contra 22% de Alckmin, diz Ibope
O Ibope divulgou ontem pesquisa sobre a sucessão ao governo paulista, na qual o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) aparece com 32% das intenções de voto, contra 22% do atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB), que concorre à reeleição.

O candidato do PT, José Genoino, tem 11%, seguido por Carlos Apolinário (PGT) e Ciro Moura (PTC), ambos com 2%, e Fernando Morais (PMDB), com 1%. Não foram citados Levy Fidelix (PRTB) e Antônio Pinheiro Neto (PV). Os demais candidatos somaram menos de 1%. Brancos e nulos totalizaram 11%, e os indecisos, 19%.

Na simulação de um segundo turno entre Maluf e Alckmin, o pepebista aparece com 44%, contra 40% do tucano, o que configura empate técnico a margem de erro é de 2,8% para mais ou para menos. Contra José Genoino, Maluf tem 51%, e o petista, 31%.

O ex-prefeito de São Paulo é quem tem o maior índice de rejeição entre os principais candidatos, com 32%, contra 12% de Alckmin e Genoino.

Segundo o Ibope, Romeu Tuma (PFL) lidera a disputa para o Senado em São Paulo com 24%. Em seguida, vem o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), com 20%, e o petista Aloizio Mercadante, com 17%.
Foram ouvidas 1.200 pessoas na pesquisa, realizada entre os dias 28 e 31 de julho em 66 cidades do Estado.


Artigos

Uma ponte minimalista
Eliane Cantanhêde

BRASÍLIA - O que o governo quer e espera do FMI -ou, em última instância, dos EUA- é um acordo minimalista, nada muito abrangente, quase um quebra-galho. Algo aí pelos US$ 10 bilhões, sem dar como garantia uma carta assinada pelos candidatos à Presidência. Ah! E rápido.
São três os discursos:
1 - Para o próprio FMI, o de sempre: os "fundamentos" da economia são sólidos como uma rocha, o Brasil não é a Argentina (nem o Uruguai, a Venezuela, a Colômbia...) e tudo isso parece uma crise, mas não passa de "pressão especulativa" ou "reação psicológica" do mercado.

2 - Para os formadores de opinião, o importante é dizer o FMI vai dar o empréstimo "logo", porque o Brasil precisa dos EUA, mas os EUA também precisam do Brasil. "Se o Brasil desanda, desanda o continente."

3 - Para os candidatos e seus partidos: "Estamos construindo a ponte para o futuro presidente ser feliz. Ele pode atravessar e chegar ao outro lado, ou pode pular no abismo".

"Não pular no abismo" significa comprometer-se com um superávit primário polpudo, metas de inflação, câmbio livre e respeito aos contratos. Para Serra, assumir isso é mole. Para Lula nem tanto, mas o PT não faz outra coisa. E, para Ciro, o problema é segurar a língua. Ele fala, fala, fala e às vezes confunde.

Já meteu o pau nas metas de inflação, mas hoje assume o que a cúpula econômica tenta definir, diplomaticamente, como "um compromisso meio difuso de inflação baixa". Deve dar para o gasto, ou seja, para convencer o FMI a soltar logo a grana.

O fato é que há uma crise -um "estresse" no mercado- com o dólar pulando para R$ 3,60 num dia, caindo para R$ 3,15 no outro. E esse não é um problema apenas para um governo que está no fim, mas para a população, as empresas, o continente, os EUA e, enfim, para o futuro presidente da República, seja ele quem for.
O que Armínio Fraga quer, por exemplo, é fazer a ponte e deixá-la para o novo governo, enquanto ele pula correndo. Não no abismo, é claro. Mas da confusão.


Colunistas

PAINEL

Efeito gasolina
A forte queda do dólar ontem causou um certo alívio em Serra, que já havia sido avisado pelo Planalto de que a Petrobras seria obrigada a subir o preço do combustível em 5% nos próximos dias. Na visão do tucano, o aumento do combustível seria trágico para a sua campanha.

Sinal amarelo
O aumento da gasolina não foi descartado pelo governo. Dependerá do comportamento do dólar nos próximos dias. A moeda norte-americana custava R$ 2,87 em 19 de julho e chegou a R$ 3,47 anteontem. Ontem fechou em R$ 3,15.

Ironia do destino
Com a crise econômica, José Serra depende mais do que nunca de Pedro Malan (Fazenda), sobre quem não costumava fazer grandes elogios no governo.

Presente de grego
Ministros já receberam do Planalto a ordem de adiar para o ano que vem pagamentos de serviços executados em 2001 e 2002. Terão de ficar para o próximo presidente de plantão.

44 do segundo tempo
FHC procurou ontem os líderes do governo no Congresso, a fim de pedir empenho na aprovação da minirreforma tributária, na próxima semana. O presidente quer sinalizar ao mercado que seu governo não acabou e, com isso, tentar reduzir o desgaste da economia.

Balanço de campanha
O horário eleitoral na TV nem começou e denúncias já derrubaram um candidato a presidente (Roseana Sarney), dois candidatos a vice (Henrique Alves e Paulo Costa Leite) e um coordenador de campanha (José Carlos Martinez).

15 minutos de fama
Carlos Roberto Pitolli será o novo candidato do PSB de Garotinho ao governo de SP. Substituirá Jacó Bittar, que renunciou à disputa após o presidenciável não cumprir o acordo de apoio material à sua campanha.

Sabatina prévia
Pesquisas qualitativas do PT mostram que o carimbo de "despreparado" é o que mais tira votos de Lula (PT). Líder, mas em queda no Datafolha (tinha 38% em junho e está com 33%), o presidenciável está treinando obsessivamente para o debate da TV Bandeirantes, domingo.

Mais espaço < BR>O PFL se mexe para assumir, na prática, o controle da campanha de Ciro, após José Carlos Martinez (PTB), abatido pela divulgação de suas relações com PC Farias, deixar a coordenação da candidatura presidencial.

Sem exceção
O PSTU faz uma corrente de e-mails para convencer Fernando Mitre, da TV Bandeirantes, a chamar o candidato Zé Maria para o debate com os presidenciáveis, domingo. Mitre mandou dizer que "seguirá a lei". O TSE exige apenas a participação dos candidatos de partidos com representação no Congresso.

Na ordem da pesquisa
A entrevista de Lula no "Jornal da Record" de Boris Casoy teve a maior audiência (9 pontos) na comparação com a dos outros presidenciáveis. Depois vieram Ciro (8), Serra (7) e Garotinho (6). Cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande SP.

Visitas à Folha
Carlos Vogth, presidente do Conselho Superior da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Francisco Romeu Landi, diretor-presidente da Fapesp, de José Fernando Perez, diretor científico, e de Joaquim José de Camargo Engler, diretor administrativo.

Paulo Pereira da Silva (PTB), candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado dos assessores Luiz Fernando Emediato, Fernando Salgado e Jorge Luis Pires.

TIROTEIO

De Cunha Bueno, candidato do PPB ao Senado, sobre Aloizio Mercadante (PT), seu adversário em São Paulo, dizer que o Brasil "não chega até a eleição", numa alusão ao endividamento em dólar das empresas:
- Mercadante só é profeta de fato consumado. Em 1994, ele não dizia que o Plano Real não ia durar três meses?

CONTRAPONTO

Senhor do tempo
Há duas semanas, Luiz Inácio Lula da Silva participava em Aracaju (SE), com o ex-prefeito Marcelo Déda, de uma reunião com líderes petistas do Estado. A agenda previa, no final da tarde, um comício no mercado central da cidade.
O tempo foi passando e equipes de TV começaram a pedir que Déda convencesse Lula a ir mais cedo para o lugar do comício. Os cinegrafistas queriam fazer as tomadas do palanque com o candidato ainda com a luz do dia, para melhorar a qualidade das imagens. Parte do material seria usada para a propaganda eleitoral. Déda mandou o recado, e Lula perguntou:
- A que horas é o pôr-do-sol aqui?
- Lá pelas cinco e meia - respondeu Déda.
O presidenciável concluiu:
- Então vamos baixar uma medida provisória para prolongar isso.


Editorial

ACORDO PRUDENTE

A expectativa de que se avizinha o fechamento de um acordo entre o governo brasileiro e o FMI ganhou força ontem, o que foi decisivo para o forte recuo da cotação do dólar, após oito dias seguidos de alta expressiva. Essa descompressão representa um alívio importante, pois tende a dar algum fôlego para que o fechamento das negociações não seja "atropelado" pela continuidade de uma espiral de alta do dólar que já ameaçava criar um clima de histeria.

Na eventualidade de um fracasso das negociações com o FMI, a crise de falta de dólares poderia avançar ao ponto de culminar na adoção de medidas traumáticas como a centralização das operações cambiais (que passariam a ser controladas pelo Banco Central, numa espécie de "racionamento" do uso das divisas) e até a reestruturação das obrigações externas do país.

Como essa hipótese mais preocupante parece se tornar mais remota, cabe conjeturar sobre os termos do que se pode acordar com o FMI.

Um primeiro aspecto diz respeito ao volume do empréstimo a ser obtido. Esse volume, em conjunto com alguma redução do nível mínimo requerido das reservas internacionais, determinará o tamanho do cacife que será colocado à disposição do Banco Central. E esse será um fator central a condicionar a eficácia do acordo em dissipar as expectativas negativas quanto à solvência externa do país e à capacidade das autoridades brasileiras de disciplinar a cotação do dólar. Em outras palavras, o socorro financeiro, se for tímido, tenderá a ser ineficaz.

Seria desejável, ademais, que o reforço da margem de manobra do Banco Central adviesse sobretudo do novo empréstimo. Do contrário, haveria maior risco de o Banco Central voltar a situar-se em posição frágil, na eventualidade de ter de despender grande proporção das suas reservas de divisas para acalmar o mercado.
Outro aspecto central envolvido nas negociações com o Fundo são as condicionalidades, em particular as exigências quanto ao desempenho das contas públicas.

É preciso enfatizar que o esforço de geração de superávits primários que já vem sendo feito pelo setor público brasileiro é bastante intenso e prolongado no tempo. A eventual pretensão do FMI de requerer um aprofundamento expressivo desse esforço merece questionamento.

A experiência da Argentina nos meses que precederam o abandono do sistema de paridade com o dólar é ilustrativa dos perigos da recomendação de um ajuste fiscal draconiano numa economia já combalida.
Na Argentina, ao longo de 2001, o aumento de impostos e os cortes de gastos agravaram o quadro recessivo, corroendo a base de arrecadação e frustrando a pretendida redução do déficit. Para piorar, o câmbio fixo impedia que a escassez de dólares se traduzisse numa desvalorização do peso, que estimularia as exportações e constituiria, assim, um vetor de estímulo à atividade econômica.

É claro que no Brasil, que tem câmbio flutuante, o quadro é diferente. A escassez de dólares já desvalorizou muito o real nas últimas semanas. Mas isso não significa que haverá uma melhora rápida e drástica do saldo comercial -seja porque a demanda internacional continua pouco dinâmica, seja porque o setor exportador brasileiro sofre com o corte das linhas de crédito externo.

Na situação atual, não se deve confiar na possibilidade de alavancar o crescimento, a curto prazo, por meio da melhora do saldo comercial. Por isso, reforçar de maneira significativa o esforço fiscal, por seu impacto contracionista sobre a atividade econômica, parece constituir uma opção perigosa.

Seria prudente ter isso em conta nas negociações com o FMI. Também seria prudente descartar um aumento da taxa de juros -medida que pouco ajudaria a conter o dólar e prejudicaria a atividade produtiva. E seria desejável preservar algum espaço para a adoção de medidas emergenciais de estímulo às exportações, para acelerar a redução da vulnerabilidade das contas externas.


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08/02/2002


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